C O N C L U
S Ã O
Alejo
Carpentier argumenta que quando não há experimentação,
diversificação, uma novelística não evolui.(1)
Essa constatação pode ser tomada como válida para
o conjunto de obras ficcionais sobre o ciclo econômico da borracha
no Amazonas. Durante um século, a maioria das obras apresentou pouca
inovação. Entretanto, mesmo sob uma constância de abordagem,
algumas obras realizaram um grau de diversificação, seja
pelo teor de aprofundamento que conseguiram desenvolver em relação
às demais, seja pela quebra de estereótipos sempre retomados,
seja por uma renovação profunda no tratamento conteúdístico
do tema e no tratamento estético.
Com base nessa diversificação,
propusemo-nos
a estudar três obras que reúnem características afins:
A selva, de Ferreira de Castro, Beiradão,
de Álvaro Maia, e O amante das amazonas, de Rogel
Samuel. A primeira dessas características é o contato e a
experiência do escritor no mundo do seringal, que tomamos não
como negação de trabalho inventivo do escritor, mas como
possibilidade de verificação das determinações
dessa condição de experiência em cada obra.
Procedendo a
divisão de três fases em que foram produzidas as obras mencionadas,
obtivemos um indicador que permitiu a dedução de que as obras
do ciclo apresentam uma característica temporal, ligando-se a manifestações
estéticas de sua época. Ainda assim, à exceção
da terceira fase, ocorreu um contínuo de abordagem: o enfoque maniqueísta,
o que evidencia que as obras, mesmo distanciando-se no tempo, mantiveram
uma aproximação. Consideramos, portanto, que o tempo influiu
menos do que a repetição dos estereótipos para a não
diversificação das obras.
Não é o tempo em que
são publicadas as obras um critério de fundamental importância
para a diversificação temática e estética.
A obra de Ferreira de Castro, enquanto representante da primeira fase,
por se situar num determinado período de publicação,
extrapola o critério temporal e as limitações dessa
fase por apresentar um conjunto documental bem constituído. O tempo
também não significa que uma obra publicada praticamente
no século XXI torne-se moderna em relação ao tema
que aborda ou demonstre um trabalho de re-elaboração da expressão
narrativa. Esclarecendo essa observação, está o romance
Látex, de Marco Adolfs, (2000)
que, apesar de não se centralizar nos estereótipos comuns
a outras obras, não realiza uma criação ficcional
contundente.
A primeira característica
– a experiência - a partir da qual selecionamos as três obras
tem um fator decisivo para suas criações. Ferreira de Castro
produziu A selva, compelido pela emergência de registrar a sua experiência
no mundo do seringal. Essa experiência difícil e inusitada
para o escritor em sua adolescência só se amenizou como um
fantasma de sua lembrança quando pôde extravasá-la
sob a forma de criação ficcional, mas o autor destacou, em
prefácio ao romance, que a vivência no seringal, motivadora
da obra, não significou reprodução de sua vida particular.
Álvaro Maia foi igualmente
impulsionado pela experiência de vida que compreende o nascimento
e a vivência durante a infância no seringal na criação
de Beiradão. Os dados de sua vida
e da representação ficcional de sua obra estão tão
próximos que se pode seqüênciá-los.
A saga de Fábio, personagem central de Beiradaão,
é a mesma do pai de Álvaro Maia, com suas características
peculiares como o rompimento do sacerdócio, a vinda para o Amazonas
banido pela seca, o casamento com a filha de um
seringalista também oriunda de educação religiosa.
O filho desse casal vem a ser a representação do próprio
autor. Pode-se dizer que o autor inseriu na obra os seus dados familiares,
dando-lhes nomes fictícios. Além da experiência do
mundo do seringal, Álvaro Maia introduziu na ficção
a sua experiência na política. Essas, portanto, são
as bases em que se assentam a criação ficcional de Álvaro
Maia.
Rogel
Samuel teve também a experiência como ponto de partida para
a sua criação. Não se verifica, nesse caso, uma experiência
direta, mas o legado da memória familiar, do avô, rico comerciante
da borracha; do pai, Albert Samuel, que reuniu relatos do ciclo econômico
em Jaguareté, o guerreiro, e do
tio, M. Samuel, proprietário do barco Adamastor, referido na ficção
e reproduzido através de foto na capa e contracapa do romance, num
acréscimo fotográfico que compõe uma ambientação extra-textual
para o romance. O trabalho de invenção a partir da memória
é destacado no comentário de apresentação do
romance, cerceando a análise apenas biográfica da obra: os
dados ficcionais que coincidem com os dados biográficos são,
ainda, “mera coincidência”.
Na realidade, as três obras
estão significativamente ligadas à memória como ponto
de partida da criação ficcional. A memória do escritor,
como ser real, sempre se imprime nas obras, o que varia é sua menor
ou maior intensidade. Agregando essa memória à invenção
ficcional, consciente ou inconscientemente, os escritores deixam em suas
obras fragmentos do que é infinitamente intenso. (2)
É preciso ressaltar que um
fator distintivo na obra de Ferreira de Castro é a proximidade da
experiência no seringal ao trabalho de criação da obra.
O autor viveu no seringal Paraíso de 1912 a 1913 e escreveu A selva
em 1929, dezesseis anos depois, portanto, de sua estada no seringal. Como
ele próprio informa, as sensações que lhe imprimiram
essa experiência estavam vívidas em sua lembrança e
os momentos de dificuldades que passou em Portugal, antes de escrever a
obra, tornaram-na mais presente:
Foi esse momento tão extraordinariamente
grave para meu espírito, que desde então não corre
uma única semana sem eu sonhar que regresso à selva, como,
após a evasão frustrada, se volta, de cabeça baixa
e braços caídos, a um presídio. E quando o terrível
pesadelo me faz acordar, cheio de aflição, tenho de acender
a luz e de olhar o quarto até me convencer de que sonho apenas [...]
(3)
O seringal, para Álvaro Maia,
está marcado pela experiência de seus pais e essa talvez seja
a principal causa de reproduzir os dados biográficos deles em Beiradão.
Maia deixa o seringal ainda jovem para fazer os estudos em Manaus e depois
no Rio de Janeiro e, quando retorna, praticamente já ingressa na
carreira política que o manterá afastado do seringal, enquanto
ambiente. Essa situação justifica o enredo de Beiradão
se construir quase todo em torno de Fábio, representação
ficcional do pai do autor, e só focalizar no fim do romance o filho
da personagem Fábio, que corresponde ficcionalmente a Álvaro
Maia. Entretanto, não se deve perder de vista que as concepções
da personagem Fábio estão imbuídas da visão
política de Álvaro Maia. Outro fato a ser considerado é
que embora Álvaro Maia não tenha permanecido a maior
parte da vida no ambiente do seringal, uma vez que os cargos políticos
exigiam sua presença na cidade, o tema do seringal é constante
em tudo o que escreveu. Por outro lado, sua proposta de alternativa econômica
ao extrativismo da borracha e a construção ficcional da mudança
do perfil do seringalista têm menos apoio na vivência do seringal
do que na plataforma política estado-novista.
Os três autores escreveram
após o declínio do ciclo, mas tanto Ferreira de Castro quanto
Álvaro Maia têm próxima a significação
do processo econômico. Maia escreveu Beiradão
em 1958, quando a Campanha da borracha promoveu um fugaz interesse pela
extração do produto.
O contexto histórico de cada
autor deu o matiz de suas obras. Com Ferreira de Castro, esse contexto
histórico-literário é o Neo-realimo
português e a defesa dos postulados de justiça social
claramente declarados pelo engajamento dos neo-realistas. O
desfecho da obra aponta para esse desejo de justiça , de eliminação
da opressão. Entretanto, os ideais socialistas subjacentes na obra
de Ferreira de Castro apresentam uma contradição na sua visão
sobre o meio amazônico, acentuada no determinismo com que avalia
as injustiças sociais deflagradas no mundo do seringal, em que tanto
o explorador quanto o explorado acham-se condicionados pelos implacáveis
ditames do meio amazônico , que os animaliza e justifica todas as
perversões do ciclo econômico.
O perfil alternativo do seringalista
descrito na personagem Fábio, em Beiradão,
tem origem no posicionamento político de Álvaro Maia e, ao
mesmo tempo, é um a discussão presente na época de
publicação de seu romance, uma vez que nessa época
setores da sociedade amazonense faziam uma reavaliação do
ciclo econômico da borracha , apontando as suas falhas e aventando
uma possibilidade de soerguimento da economia local. Destacamos que Álvaro
Maia adere em sua obra à percepção de setores conservadores
da historiografia amazonense, endossando posições ideológicas
como a do historiador Arthur Cezar Ferreira Reis que vê o processo
de desbravamento da região amazônica e a espoliação
promovida pela estrutura econômica do ciclo como naturais ou como
conseqüência do barbarismo do meio ambiente.
A opção por contar um
tempo da memória é condizente com a época em que Rogel
Samuel escreve seu romance. Em 1992, o “ciclo
da borracha” faz parte de uma memória em ruína. No romance,
a voz do narrador destaca essa condição da memória
perdida: “[...]a minha descrição
corresponde ao que era o Palácio há muitos anos na minha
mocidade e na proliferação da minha memória
perdida, ah, sim, porque estou velho mas não estou louco, e as ruínas
no meio da floresta lá estão como cultura e substância
ainda para confirmar a existência e elaboração[...]”
(4)
O amante das amazonas rompe com o
determinismo enfocado pela estética naturalista , verificado em
A selva e Beiradão, desvelando
as reais condições sobre as quais se assenta o processo de
exploração econômica da borracha: a emergência
do capital internacional de conquistar novos mercados para torná-los
subsidiários dos grandes mercados, que é a verdadeira determinante
das relações econômicas do ciclo. A obra de Rogel
Samuel acumula toda uma herança de percepções e interpretações
ficcionais sobre o ciclo e por isso se confronta com as obras de Ferreira
de Castro e Álvaro Maia.
Em termos de conteúdo e de
estruturação, os romances A selva, Beiradão
e O amante das amazonas representam uma diversificação gradual
do tema do ciclo na ficção amazonense. A selva atinge essa
diversificação por se constituir numa narrativa bem realizada
sobre o processo econômico, reunindo e organizando os seus principais
fatores. E, até o ponto em que não incorre na contradição
aqui apontada, evidencia a dialética desse processo.
Beiradão,
discutindo o papel do seringalista, faz um corte na caracterização
maniqueísta que se tornou habitual nas obras que o antecederam e
que ainda é acentuada em algumas obras posteriores. O romance não
contribui criticamente para o entendimento profundo do ciclo econômico
em virtude de promover uma diversificação que está
subordinada a um posicionamento político do autor e não a
uma proposta de reavaliação do discurso literário
em torno do ciclo. Conquanto não realize plenamente essa reavaliação,
contribui com alguma matéria nova em torno do tema através
do acréscimo de sub-temas da vida
interiorana amazonense.
Ainda que as três obras se
encontrem distanciadas no universo de produção ficcional
do ciclo, há um diálogo entre os autores. Esse diálogo
tem uma certa pessoalidade entre Ferreira
de Castro e Álvaro Maia, que se comunicam para uma troca de amabilidades.
Álvaro Maia faz referência
ao romance de Ferreira de Castro em seu livro de narrativas, Gente dos
seringais, enviando-lhe um exemplar. Ferreira de Castro lhe responde com
uma carta escrita em Lisboa, datada de 20 de dezembro de 1956, agradecendo
a referência a sua obra e a sua pessoa e também fazendo elogios
ao livro de Álvaro Maia, considerando-o como de grande beleza formal
e, principalmente, evocador do mundo
do seringal, que Ferreira de Castro consegue reviver através da
obra. (5)
Rogel
Samuel, por sua vez, empreende um diálogo ficcional com Álvaro
Maia, pois representa o autor na personagem Abraão Gadelha, de O
amante das amazonas, fazendo uma avaliação crítica
e irônica das relações políticas amazonenses.
O diálogo que empreende é, por isso, de caráter parodístico.
Através desse estudo, procedemos
a uma comparação orientada não apenas para a busca
de semelhanças entre as obras. Consideramos, com Flávio Kothe,
que o estudo comparativo carrega identidades e diferenciações:
A comparação é
uma busca de igualdades, para acabar num encontro de desigualdades, de
não-igualdades. Como busca de igualdades, enquanto identidades abstratas,
ele precisa superar-se para chegar a semelhanças e diferenças
concretas. Ela parte de uma abstração : de que se pode aproximar
o semelhante e o que se distancia por suas diferenças, ou
que até se repele por suas semelhanças. Por outro lado, ela
é propiciada por aspectos idênticos, que tendem a acabar se
revelando como diferenças e até diferenciações
intencionais. (6)
Rogel
Samuel chama a atenção de que a abrangência de sentidos
promove o enriquecimento do texto ficcional: “O valor do texto está
em que não se lhe pode dar um sentido pleno, conclusivo, mas sim
deixar falar diversas vozes numa pluralidade de discursos”(7) A obra
O amante das amazonas solicita um estudo vertical pela gama de sentidos
que agrega (filosófico, psicanalítico, lingüístico
e histórico). Esse estudo deverá pôr em evidência
correlações que as demais obras deixam de proceder e possibilitar
além de um entendimento profundo do ciclo econômico da borracha
uma melhor compreensão também do processo de colonização
da Amazônia. Este estudo, porém, não se comporta nos
limites deste trabalho. Poderá ser realizado por intermédio
de uma análise exclusiva da obra.
---------------
NOTAS
1)Alejo
Carpentier, Literatura e consciência política na América
Latina, p. 9-34.
2) “A memória é
um cabedal infinito do qual só registramos um fragmento [...]” (Ecléa
BOSI, Memória e sociedade: lembrança de velhos, p. 39.
3) José Maria FERREIRA
DE CASTRO, Pórtico. In: José Maria FERREIRA DE CASTRO, A
selva, p. 25.
4)Rogel
SAMUEL, O amante das amazonas, p. 10.
5)
A carta de Ferreira de Castro é reproduzida por Álvaro Maia
na primeira edição do romance Beiradão,
de 1958.
6)
Flávio KOTHE, Fundamentos da teoria literária,
p. 388.
7)Rogel
Samuel, Crítica da escrita, p. 28.
B I B L I O
G R A F I A
BAKHTIN, Mikhail. A tipologia
do discurso na prosa. Trad. Sérgio Paulo Rouanet.
In: COSTA LIMA, Luiz (org.). Teoria da literatura em suas fontes. 3. ed.
São Paulo: Civilização Brasileira, 2002, v. I, p.
489-509.
BATISTA, Djalma. Letras da Amazônia.
In: BATISTA, Djalma. Amazônia: cultura e sociedade. Manaus: Valer/Governo
do Estado do Amazonas/Edua, 2003, p. 11-66. (Col. Poranduba).
BENCHIMOL, Samuel. Amazônia:
formação social e cultural. Manaus: Valer/Edua,
1999.
BENCHIMOL, Samuel. Romanceiro da
batalha da borracha. Manaus: Imprensa Oficial/Governo do Estado do Amazonas,
1992.
BENJAMIN, Walter. O narrador: considerações
sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIN,
Walter. Magia e técnica, arte e política (ensaios sobre literatura
e história da cultura). Trad. Sérgio Paulo Rouanet.
São Paulo: Brasiliense, 1986, p. 197-221.
BITTENCOURT, Agnelo.
Dicionário amazonense de biografias: vultos do passado. Rio de Janeiro:
Conquista, 1973.
BOSI, Alfredo. História concisa
da literatura brasileira. 3 ed. São Paulo: Cultrix,
s.d.
BOSI, Ecléa.
Memória e sociedade: lembrança de velhos. 3. ed.
São Paulo: Companhia das letras, 1994.
BRAIT, Beth. A personagem. 3. ed.
São Paulo: Ática, 1987, Série Princípios.
BRASIL, Jaime. Ferreira de Castro:
a obra e o homem. Lisboa: Arcádia, 1961.
BRAYNER, Sônia. Labirinto do
espaço romanesco: tradição e renovação
da literatura brasileira, 1880-1920. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira/INL, 1979.
CALVINO, Ítalo. Se um viajante
numa noite de inverno. Trad. Nilson Moulin.
São Paulo: Planeta, 2003.
CAMPOS, Humberto de. Um romance amazônico.
In: CAMPOS Humberto. Crítica. São Paulo: W. M. Jackson, 1962,
p. 427-467.
CAMPOS, Humberto de. O furto. In:
O monstro e outros contos. São Paulo: W.M.
Jackson, 1962, p. 85-94.
CARPENTIER, Alejo.
Literatura e consciência política na América Latina.
São Paulo: Global. s.d.
CASTRO, Aristófanes. Um punhado
de vidas: romance do soldado da borracha. Manaus: Escola Técnica,
1949.
CHEVALIER, Ramayana
de. No circo sem teto da Amazônia. 2 ed. Manaus: Valer/Governo do
Estado do Amazonas, 2001. (Coleção Resgate).
CUNHA, Euclides da.
Amazônia: um paraíso perdido. Manaus: Valer/Governo do Estado
do Amazonas/ Edua, 2003. (Série Poranduba).
DAOU, Ana Maria. A belleépoque
amazônica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2000.
FERNANDES, Adaucto
de Alencar. Arapixi: cenas da vida amazônica.
Rio de Janeiro, s.e., 1963.
FERREIRA DE CASTRO, José Maria.
A selva. São Paulo: Verbo, 1972.
FERREIRA FILHO, Cosme. Amazônia
em novas dimensões. Rio de Janeiro: Conquista, 1961.
GALVÃO, Francisco. Terra de
ninguém. 2 ed. Manaus: Valer/Governo do Estado do Amazonas, 2002.
(Coleção Resgate II).
GONDIM, Neide. Simá, Beiradão
e Galvez, imperador do Acre (ficção
e história). Manaus: Edua, 1996.
GONDIM, Neide. A invenção
da Amazônia. São Paulo: Marco Zero, 1994.
JACOB, Paulo HerbanMaciell. O
gaiola tirante rumo do rio da borracha. Rio de Janeiro: Cátedra,
1987.
JACOB, Paulo HerbanMaciell.
Dos ditos passados nos acercados do Cassianã.
Rio de Janeiro: Bloch, 1969.
KOTHE, Flávio. Fundamentos
da teoria literária. Brasília: UNB, 2002.
KRÜGER, Marcos Frederico. Amazônia:
mito e literatura. Manaus: Valer/Governo do Estado do Amazonas, 2003.
LIMA, Cláudio de Araújo.
Coronel de barranco. 2 ed. Manaus: Valer/Governo do Estado do Amazonas,
2002, (Coleção Resgate II).
LINHARES, Erasmo do Amaral. O tocador
de charamela. Manaus: Edua,
1995.
LOUREIRO, Antônio José
Souto. A grande crise (1908-1916). Manaus: T. Loureiro, 1985.
LOUREIRO, Antônio José
Souto. Amazônia: 10.000 anos. Manaus: Metro Cúbico, 1982.
LOUREIRO, Violeta Refkalefsky.
A história social e econômica da Amazônia. In:______.
(coord.). Estudo e problemas amazônicos: história social e
econômica e temas especiais. 2 ed. Belém: Cejup,
1992, p. 9-55.
LUCAS, Fábio. O caráter
social da ficção do Brasil. 2 ed. São Paulo: Ática,
1987. (Série Princípios).
MAIA, Álvaro. Beiradão.
2 ed. Manaus: Governo do Estado do Amazonas/Valer/Edua,
1999.
MAIA, Álvaro. Buzina dos Paranás:
poemas. 2 ed. Manaus: Edua/Governo do Estado
do Amazonas, 1997
MAIA, Álvaro. Banco de canoa:
cenas de rios e seringais do Amazonas. 2 ed. Manaus: Edua,
1997.
MAIA, Álvaro. Defumadores
e porongas: pequenas estórias
– ciclo da borracha - Amazonas. Manaus: Governo do Estado do Amazonas/Sérgio
Cardoso, 1966. (Série Raimundo Monteiro).
MAIA, Álvaro. Beiradão.
Rio de Janeiro: Borsoi, 1958.
MAIA, Álvaro. Gente dos seringais:
narrativas de cenas e episódios nos seringais amazônicos.
Rio de Janeiro: Borsoi, 1956.
MENDES, J. A. A crise amazônica
e a borracha. 2 ed. Manaus: Valer/Governo do Estado do Amazonas, 2004,
(Série Poranduba).
MIRANDA NETO, Manoel José
de. O dilema da Amazônia. 2 ed. Belém: Cejup,
1986.
MOISES, Massaud. Neo-realismo.
In: Dicionário de literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix,
s.d. , p. 244-248.
MONTEIRO, Mário Ypiranga.
Fatos da literatura amazonense. Manaus: Universidade do Amazonas, 1976.
NUNES, Benedito. O tempo na narrativa.
São Paulo: Ática, 1988.
OLIVEIRA, Lúcia Lippi.
O romance e o pensamento político nos anos 30. In: PORTELLA Eduardo etalii.
O romance de 30 no Nordeste. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará/PROED,
1983. p. 133-147.
PASSARINHO, Jarbas G. Terra encharcada.
São Paulo: Clube do Livro, 1968.
PEREIRA, Lúcia Miguel. Regionalismo
e espírito nacional. In: PEREIRA, Lúcia Miguel. A leitora
e seus personagens: seleta de textos publicados em periódicos (1931-1943)
e em livros. Rio de Janeiro: Graphia, 1992,
p. 38-41.
PEREGRINO JÚNIOR, João
da Rocha Fagundes. Grupo nortista In: COUTINHO, Afrânio (dir.) A
Literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Sul Americana, 1955, v. II, p. 153-165.
PERRONE-MOISÉS, Leyla. Altas
literaturas: escolha e valor na obra crítica de escritores modernos.
São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
QUEIROZ, Rachel de. O quinze. São
Paulo: Círculo do livro, s.d.
RANGEL, Alberto. Inferno verde: scenas
e scenarios do Amazonas, 4 ed. Tours: Arraut,
1927.
REIS, Arthur Cezar Ferreira. O seringal
e o seringueiro. 2 ed. Manaus: Governo do Estado do Amazonas/Edua,
1997.
REIS, Arthur Cezar Ferreira. A conquista
espiritual da Amazônia. 2 ed. Manaus: Governo do Estado do Amazonas,
1997.
REIS, Carlos, LOPES, Ana Cristina
M. Dicionário de teoria da narrativa. São Paulo: Ática,
1988. (Série Fundamentos).
RODRIGUES, João Barbosa. As heveas
ou seringueiras: informações. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional,
1900.
SAMUEL, Rogel.
O amante das amazonas. Rio de Janeiro: AIO, 1992.
SAMUEL, Rogel.
Crítica da escrita. Rio de Janeiro: s.e.,
1979.
SANTOS, Eloína
Monteiro dos. A rebelião de 1924 em Manaus. 3 ed. Manaus: Valer,
2001.
SANTOS, Eloína
Monteiro dos. Uma liderança política cabocla: Álvaro
Maia. Manaus: Edua, 1997.
SARGES, Maria de Nazaré. Belém:
riquezas produzindo a belle-époque
(1870-1912). 2 ed. Belém: Paka-Tatu,
2002.
SARTRE, Jean-Paul. O que é
literatura? Trad. Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Ática,
1989.
SCHÜLER, Donaldo. Teoria do
romance. São Paulo: Ática, 1989.
SOUZA, Márcio. A expressão
amazonense: do colonialismo ao neo-colonialismo.
2. ed. Manaus: Valer, 2003.
SOUZA, Márcio. Breve história
da Amazônia. 2 ed. São Paulo: Marco Zero, s.d.
SOUZA, Márcio. Galvez,
imperador do Acre. São Paulo: Marco Zero, 1992.
TOCANTINS, Leandro. Amazônia:
natureza, homem e tempo. 2. ed. Rio de Janeiro:
Biblioteca do Exército/Civilização brasileira, 1982.
TOCANTINS, Leandro. Formação
histórica do Acre. 3 ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira/Brasília: INL-Conselho
Federal de Cultura/Governo do Estado do Acre, 1979,v.1
TUFIC, Jorge. Existe uma literatura
amazonense? (ensaios) Manaus: UBE (União Brasileira de Escritores
do Amazonas). Col. Norte/Nordenste de Literatura.
VASCONCELOS, Carlos de. Deserdados.
Rio de Janeiro: Fritz Ribeiro & Maurillo,
1921.
VASCONCELOS, Francisco. Regime das
águas. 2 ed. Manaus: Governo do Estado do Amazonas/ Edua,
1997.
VIANA, Hélio. Centenário
de Alberto Rangel. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro, v. 294, jan/mar, 1972, Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa
Nacional.
A B S T R A
C T
Thisresearchanalysesfictionalliterary
works ofwhichthethematic
is the rubber economicalcycle, takingintoconsiderationthatmostofthese
works present a constancy
in theboardingof
some aspects, mainlythe
roles oftheexplorer
(the rubber gatherer’sundertaker) andtheexplored
(the rubber gatherer) dichotomized
in a maniqueistrelation.
In theabordageofthetheme,
it proposes to characterizetheprocessofcreationoftheseliterary
works in threestages. Thefirstoneembraces
works written in a epigonictendency, basedon
Euclides da Cunha’sand
Alberto Rangel’s styles. Thesecondone
is configuredbytheabandonmentofthisepigonismandbythedevelopmentofindependent
styles, thoughmaintainingtheconstancyofthemaniqueistview. Thethirdoneovercomesthemaniqueistperception.
In eachofthesestages,
it points out a work thatpromoted
a diversification in boardingthe
rubber cycleliterarily, detachingitselffromtheother
works. In thefirststage,
it points out the
work A selva, of Ferreira de Castro; in thesecondone, the
work Beiradão, of
Álvaro Maia, and in thethirdone,
O amante das amazonas, ofRogel
Samuel. Atthesame
time these works present
a link of connection amongthemselvesand
diverge fromeachother.
In thefirst case, theypromote
a diversificationofabordage
in the rubber cyclefictionaluniverse;
in thesecond
case, eachpresents
a peculiar worldlyandaestheticdevelopment. Thus, these
works makepossible
for thereader
to have a widerviewofthe
rubber economicalcycleandoftheliterarycreationaboutthiseconomicalprocess.
VOLTAR
|