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NÃO HÁ ALTERNATIVA PARA A TLC

Por Michael Shermer

A incapacidade dos médicos de se comunicar contribuiu para a proliferação das medicinas alternativas, com resultados potencialmente perigosos.

Seja qual for sua religião ou fé (ou mesmo falta dela), não há dúvida de que a bíblia é uma fonte de sabeoria da qual podemos extrair homilias moris. Meu favorito é o livro dos provérbios, no qual Salomão averte aqueles que procuram em outros a culpa de suas próprias limitações: "Aquele que perturba a sua casa herdará o vento; e o insensato será servo do sábio no coração."

Sendo um antigo defensor público da medicina científica moderna, frequentemente chamo os cientistas médicos de sábios na mente, e os profissionais alternativos de tolos ou insensatos. O vento do charlatanismo que herdamos, ponderei, certamente é o resultado de um público pouco instruído que foi enganado pelas táticas de resto risíveis de artistas da ilusão atacando as massas desavisadas. Já não estou tão certo de que essa seja a fonte da explosão de procura por esses alternativos Nova Era.

De fato, os dados negaram minha hipótese de insensatez: estudos publicaos no New England Journal of Medicine e na revista da American Medical Association evelam que o paciente típico da "medicina alternativa e complementar" (MAC) é branco, tem nível superior e renda anual acima de cinquenta mil dólares. A despeito dos milagres que a "medicina alopática tradicional" (MAT) tem feito -- cujos resultados cumulativos dobraram a expectativa média de vida de um século atrás -- no fim dos anos 90 o número de consultas a profissionais alternativos foi maior que o número de consultas a profissionais tradicionais. No fim da década, o dinheiro pago aos profissionais alternativos nos Estados Unidos era em média de impressionantes 27 bilhões de dólares por ano, e 58% desse total eram pagamentos superfaturados. Medicina alternativa vende bem.

Ao rejeitar a hipótese de insensatez, devemos considerar a possibilidade de que as pessos se voltam ao alternativo porque sus necessidades não são supridas pela medicina tradicional. Antes do século vinte, certamente era esse o caso. De fato, os historiadores da medicina concordam que até boa parte do século vinte era mais seguro não ir ao médico, levando ssim ao sucesso de tamanho absurdo como a homeopatia -- que indica elixires completamente inócuos e que também não fazem mal, deixando que o corpo se cure sozinho. Um vez que os humanos são animais que buscam padrões, creditamos a cura a o que quer que tenh sido feito antes de melhorarmos. Isso também é conhecido como penamento mágico. O que os profissionis lternativos oferecem que os médicos não oferecem? A resposta é o ingrediente supremamente importante tão bem desenvolvido na medicina anterior ao século vinte: TLC. Não estou falando só de um aperto de mõ ou um abraço, mas uma relação aberta e honesta om pacientes e suas famílias que forneça uma avaliação realista do estado médico e das perspectivas do paciente. As pessoas estão se voltndo para os alternativos porque os médicos se tornaram técnicos altamente habilidosos -- engrenagens no maquinário frio e na burocracia massificante da medicina moderna.

Isso é especialmente verdadeiro no Canadá, onde cortes no sistema público resultaram em médicos e enfermeiras sobrecrregados em todos os aspectos do serviço de saúde. Quando um médico em um pronto-socorro precisa atender 40 pcientes por noite, as conversas à cabeceira do leito são o primeiro prejudicado. As vendas anuais de "produtos de auto-atendimento" no Canadá são de mais de 2,9 bilhões de dólares canadenses, de acordo com a Nonprescription Drug Manufacturers Association of Canada. E em 1996 esse número era de 1.9 bilhões em 1996.

A mudança no meu pensamento sobre esse problema aconteceu ao longo dos últimos oito anos, à medida que me envolvi mais com os recorrentes e malignos meningiomas (tumores cerebrais) de minha mãe. Ela acabou falecendo, mas durante o processo eu ganhei um entendimento mais profundo de por que as pessoas buscam a medicina alternativa. Não me entendam mal: os médicos dela eram brilhantes, o tratamento, o melhor disponível, e não temos nenhum arrependimento. E o problema é esse. Mesmo nessas condições ideais, a experiência me pareceu frustante e incompleta: era quase impossível conseguir informações precisas e honestas sobre o estado de minha mãe. Nem meu pai nem eu conseuimos fazer o médicos retornarem nossos telefonemas; desinformação e (geralmente) informação nenhuma era a regra. A depeito dos meus maiores esforços, a elação com os médicos dela (com um exceção, o oncologista com quem fiz amizade) não poderia ter sido mais distante.

Me pareceu bastante denunciador, por exemplo, que quano eu me apresentava como "Dr. Shermer" eu conseguia as coisas mais rápido no hospital do que quando eu era somente o "Sr. Shermer" (uma mentira somente de omissão, uma vez que tenho doutorado no sentido de PhD), mas ainda assim não me retornavam as ligações. E também não retornavam as ligações do oncologista.

Mais do que qualquer coisa, os pacientes querem informações. Eles nõ querem jargão. Eles não querem esperanças falsas ou pessismismo desnecesário. Estudos mostram que os pcientes se saem melhor quando sabem, em detalhe, todos os passos que deverão percorrer no processo de melhora -- provavelmente porque isso lhes permite prever, planejar e se adequar. Os pacientes querem o poder que o conhecimento dá, e esse poder não se consegue nos 8,5 minutos que o médico gasta, em média, com cada paciente em uma visita. Tragicamente, os médicos não são treinados pra comunicar esse conhecimento. O problema está aqui, e também a solução.

Os médicos tendem a ter monóogos mas dvriam ter diálogos. O procedimento de avaliação de diagnóstico, prognóstico e tratamento acontece inteirmente dentro da cabeça do médico, e o que sai dela é uma nota telegráfica de jargão truncado. A ligação médico-paciente é uma relação do tipo comandante/comandado, cheia de arrogância e desmotivadora para qualquer um com um mínimo de auto-estima e consciência social. Se eu resumisse tudo isso em um único pedido, seria este: converse com seus pacientes como se eles fossem pessoas inteligentes e cuidadosas, capazes de entendimento e profundamente curiosos sobre o seu estado.

A verdadeira tragédia nessa crise do serviço de saúde é que os profissionais alternativos carecem de conhecimento médico e (especialmente) pensamento científico, o que os faz perigosos. Estudos mostram que 40% dos pacientes que vão a profissionais alternativos não informm seus médicos, o que leva a possíveis combinações ftais de drogas e ervas.

Não é uma questão de tudo a ganhar e nada a perder indo aos alternativos (mesmo se os médicos nao lhe dão esperança), porque os remédios os charlatães custam dinheiro e, mis importante, consomem um tempo precioso que poderia ser gasto com os entes queridos nessa permanência já tão curta que temos uns com os outros. Os médicos são sábios na mente. les também precisam tornar-se sábios d coração para não herdaem o vento alternativo, pois como continua Salomão no verso seguinte, "o fruto do justo é árvore de vida; e o que ganha almas sábio é."

***

Michael Shermer é editor da Skeptic magazine e autor de How We Believe: The Search for God in an Age of Science e Denying History: Who Says the Holocaust Never Happened and Why Do They Say It?

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