Estilo: Black Metal Origem: Brasil Entrevista cedida por: Sucoth Benoth Realizado em: 03/2008 Por: Fábio Somente dísponivel no Web-Zine Camos, banda curitibana que tem à sua frente Sucoth Benoth, conhecido também como Paulista, que integrou por tempos o lendário Amen Corner, vem ganhando um merecido espaço junto à cena nacional, graças ao seu competente e original Black Metal, executado ao estilo “old school”. Nesta entrevista, vamos saber um pouco mais sobre essa empreitada satânica...
(Sucoth Benoth) Salve irmão!! Bem, na época, eu queria muito montar minha própria banda, um estilo um pouco mais Heavy Metal com temáticas Black Metal, então eu resolvi montar o Camos e deixar o Amen Corner. Sempre continuei amigo dos caras e após nove anos eu estou de volta ao Amen Corner, minha reestréia foi agora na abertura para o Marduk e Vader. Foi grandioso.
(Sucoth Benoth) Perfeito, na época do Baal Zebuth Baal Beth Zebuth, que foi lançado em 2001 a formação do Camos era outra e no Lúcifer In Aeternus Alellúia conto com uma formação estável há quase 5 anos. Nosso som lembrava um pouco o Amen Corner, porque eu tinha acabado de me desligar da mesma mas com a mudança na formação e com o tempo, nossa música ficou mais trabalhada, mais tocada lembrando uma mistura de Heavy Metal com Black Metal oitentista estilo: Mercyful Fate, Venom, Accept, W.A.S.P, etc... Acho que algumas bandas do cenário Black Metal se destacam por sua originalidade. Destaco o Doomsday Ceremony, Evilwar, Vulcano, Mystifier, Infernal, Amen Corner, etc... Quais são suas influências, em um apanhado geral de bandas ou pessoas?? (Sucoth Benoth) Minhas influências vêm dos anos 80 e começo dos anos 90: Venom, Hellhammer, Celtic Frost, Bathory, Sodom, Destruction, King Diamond, Mercyful Fate, Judas Priest, Motorhead, Black Sabbath, Accept, W.A.S.P, etc... E quais são suas influências líricas? De onde parte a inspiração para as suas letras? (Sucoth Benoth) Leituras sobre ocultismo, história antiga e medieval, cultos pagãos, experiências pessoais, etc... Hoje, existem muitas bandas excelentes, sem dúvida, mas também há uma parcela muito grande de bandas que desconhecem o senso do ridículo e soltam materiais que são uma verdadeira piada, em termos de gravação, e sem o menor resquício de qualidade, “musicalidade” pífia, e ainda ficam se proclamando “trues” ou “reais”, mediante o monte de asneiras contidas em suas letras e encartes, e toda uma infantilidade no geral, difamando boas bandas por motivos de importância nula. Como você encara essa enorme parcela de “alienados” que atrapalham o Metal extremo? Pior é que estes patifes se proliferam a cada dia.... (Sucoth Benoth) É uma pena, acho que poucos levam o verdadeiro Metal a sério, acham que podem ficar brincando e falando mal de todos, o cara às vezes faz toda a música sozinho pelo computador... Uma porcaria. Verdadeiros, são aqueles que trabalham pelo Metal, gravam em estúdios, gastam uma grana violenta para ter um material de qualidade, compram cd’s originais apóiam o underground e não quem só fica baixando músicas pela internet, não apóiam as bandas nacionais. Como tem sido os shows, e com que freqüência? Algum show em especial foi marcante para o Camos? (Sucoth Benoth) Temos tocado bastante, e tem sido sempre muito bom, eu adoro tocar, mostrar minha música eu não gosto de me esconder e me achar o True. Acho que o show mais marcante para o Camos, foi o último dia 11/04 na seletiva do Wacken aqui em Curitiba onde o Camos venceu. Estou sabendo que o Camos, assim como o Doomsday Ceremony, estão sendo cogitados para participarem do Waken Open Air Festival. Quais são suas expectativas com relação a isso? (Sucoth Benoth) Sim, nós participamos da seletiva, uma pena que não teve um público a altura de toda a estrutura que foi o evento. Foi uma dura disputa, pois todas as bandas presentes são de excelente qualidade, fiquei muito honrado de ter vencido. Como é o público “gringo” do Camos? O vosso material está sendo devidamente distribuído lá fora? Vocês têm bons contatos no exterior? (Sucoth Benoth) Estamos divulgando sim, e todos que escutam nos elogiam, principalmente através do Myspace. Espero poder vencer a seletiva nacional em S.Paulo, para podermos divulgar ao vivo na Alemanha. Sabemos da dificuldade muito grande que existe para uma banda de Metal ganhar dinheiro com sua música no país hoje. Isso só é possível para bandas que conseguem um pontapé grande para o exterior com um bom apoio, como aconteceu com o Krisiun, por exemplo. Bandas excelentes como o Eternal Sorrow (grande nome do Doom Nacional) já declararam que tocam por amor à camisa, e não ganham dinheiro algum com isso, cada um tem sua fonte de renda à parte. Isso acontece também com bandas clássicas e lendárias dos anos 80, inclusive. Esse é o caso do Camos? Vocês acham que há possibilidades de “viver do Metal” no Brasil? O que falta, na verdade? (Sucoth Benoth) Seria muito bom poder viver da música no Brasil, mas acho que isso é impossível... Todos que eu conheço tem suas bandas mas trabalham em alguma outra coisa para poder sobreviver. Eu toco por amor ao Metal mesmo, mas quem sabe no futuro a gente venha a realizar shows fora do Brasil e ter um reconhecimento merecido em termos financeiros. Desde os tempos idos do Amen Corner, você cita Lúcifer como inspiração, e ele figura ainda com muita freqüência e devoção no trabalho com o Camos, além de ser mencionado em algumas de suas particularidades. O que Lúcifer significa para você, na verdade? (Sucoth Benoth) Eu acredito, que Lúcifer faz parte de minha alma, do meu dia a dia. Assim como uma pessoa não consegue ficar sem fumar, beber, etc... Lúcifer significa para mim uma força, uma energia eterna, é como uma chama que queima dentro de mim e me enche de inspiração para tudo. Lúcifer é a reta final de nossa existência um encontro com o superior o grande arquiteto dos desejos humanos. A igreja católica é dona de uma covardia e hipocrisia tão grande que, não há palavras que descrevam o repúdio contra essa doutrina tão medíocre, de atitudes compatíveis com o nazismo (sem contar os laços existentes com os mesmos, no passado...). Qual sua opinião sobre essa doutrina mentirosa e hipócrita? (Sucoth Benoth) Acho que a igreja seja ela católica ou protestante são farinha do mesmo saco. São apenas instituições financeiras, onde alguns levam vantagens e se enriquecem e a grande maioria vive na miséria e se igreja desse retorno, não teríamos tantos miseráveis, desempregados, doentes, etc. Ainda falando em covardia, o que você acha de bandas que sacrificam animais em seus shows? Alguns seres desprovidos de bom senso se acham os fodões ao matarem um animal inocente e indefeso em seus shows de merda... Querem tanto pregar a extinção da hipocrisia, da covardia, mas se mostram meros covardes e medíocres ao praticarem atos de extrema burrice. É fácil sacrificar um animal indefeso e de força muito pequena em relação ao de um ser humano... não é mesmo?? Qual sua opinião sobre esse assunto? (Sucoth Benoth) Faz parte da hipocrisia e ignorância do ser humano desde épocas antigas... Deus mandava sacrificar animais em seu nome... Cain ofereceu frutos a deus, e ele, rejeitou, pois preferia sentir o cheiro do animal morto oferecido pelo seu irmão Abel. E também existem outros ignorantes que matam os animais por pura diversão... Deviam ser presos e torturados. Você viveu a cena do Metal desde a década de oitenta, portanto conhece bem o assunto. Você previa que um dia chegaríamos ao estágio que nos encontramos hoje, com toda essa acessibilidade à materiais e contatos, pela internet, sem contar a facilidade para gravar e lançar materiais, divulgando rapidamente pela web, e que desse modo as coisas se tornariam um pouco “banais”, fáceis, e poderiam cair numa moda que envolve pessoas “erradas”? Essa evolução toda é benéfica, no seu ponto de vista, ou você ainda é preso a uma nostalgia que ronda as décadas de 80 e 90, onde as coisas eram mais “prazerosas”? (Sucoth Benoth) Na verdade, sinto muita falta dos velhos tempos... Épocas das cartas, estúdios de gravação analógicos e não digitais, etc. As pessoas não compram mais cd, baixam na internet... Acho que a tecnologia que foi criada para ajudar na música, na verdade a está matando lentamente. Vai chegar uma hora que nem show mais vai ter... Uma pena e se algo não for feito rapidamente, tudo o que foi construído com sangue e suor será destruído e o Metal se tornará apenas uma lenda. Caro irmão Sucoth Benoth, foi uma honra entrevista-lo, tendo em vista que és um real guerreiro das antigas e é sempre bem vindo. Esse é seu espaço, para que deixe sua mensagem aos leitores... (Sucoth Benoth) Comprem cd’s originais, apóiem o nosso cenário antes de apoiarem o cenário internacional, vão aos shows, comprem o ingresso e não fiquem pedindo para entrarem de graça, pois as bandas tem gastos não repostos o produtor também tem grandes gastos. Mantenham a chama do verdadeiro Headbanger acesa, ergam a bandeira do Metal e vamos à luta!!!! Para finalizar, questão essa que é regra no final das entrevistas do Secrets Of The Moon: Cite seus 10 discos preferidos de todos os tempos... (eu sei, eu sei... 10 é muito pouco!!!! Mas, regra é regra, hehehe!). (Ploegbaas) Judas Priest: Point of Entry Venom: Black Metal Venom: Welcome to Hell Celtic Frost: To Mega Therion Bathory: Bathory Sodom: Obsessed by Cruelty Destruction: Infernal Overkill Slayer: Show no Mercy King Diamond: Fatal Portrait Mercyful Fate: Melissa Motörhead: Overkill etc, etc……….. |