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CD Epydemyc Banda: Epydemyc
Estilo: Death Metal.
Origem: Brasil.
Entrevista cedida por: Thiago Souza (Bateria) e Emamnuell Junior (Vocal)
Realizado em: 08/2005
Por: Fabio
Somente dísponivel no Web-Zine

Com uma sonoridade voltada ao Death Metal típico dos anos 90, esta banda mineira lançou um bem sucedido demo cd, que tem recebido ótimas criticas tanto do público Death Metal, como da mídia especializada. Ao receber esse trabalho intitulado “Obscure Death”, fiquei surpreso pelo fato de ser um diferencial na cena nacional de hoje, quero dizer que a banda aposta num Death Metal mais cadenciado e com muito peso, uma linhagem que não é muito comum de se ver nos dias atuais aqui em nossa cena. Para quem gostar de bandas como o Benediction, por exemplo, eis uma boa pedida!
O cd – demo intitulado “Obscure Death” sem dúvida é um grande trabalho, tratando-se de um Death Metal voltado aos moldes noventistas, resgatando um pouco a sonoridade “Old School” do estilo, numa época em que as bandas do gênero vêm apostando numa linha mais extrema, isso fluiu naturalmente ou foi algo elaborado?
(Thiago Souza) Quando começamos o som era lento e mais tosco. Com o tempo e muitos ensaios a banda foi se tornando o que é hoje, mas tudo aconteceu naturalmente, não foi nada forçado. Acho que pelo fato de todos os integrantes gostarem muito de Death Metal, o som da banda acabou se moldando assim.

Recebi junto com o cd um panfleto com apresentação dos intentos da banda, que se diz contra os dogmas estabelecidos pela sociedade hipócrita, e assim, protesta se expressando em forma de música, no caso, o Death Metal. Comente um pouco sobre o lado lírico do Epydemyc.
(Thiago Souza) A temática central do álbum “Obscure Death” é a morte, e todo o mistério que ela apresenta à humanidade. Esta questão sobre hipocrisia e dogmas estabelecidos pela sociedade funciona mais como um preceito natural do Death Metal de ir contra a sociedade comum.

Dentre os membros do Epydemyc, já chegou a existir algum tipo de incompatibilidade musical? Todos têm como base as mesmas influências?
(Thiago Souza) Já existiram algumas divergências musicais, os dois ex-integrantes da banda tinham muita influência de Heavy Metal, o que causava uma certa incompatibilidade.
(Emmanuell Junior) Hoje, apesar de todos terem seus gostos à parte, não há divergências porque o foco da banda é o Death Metal.

Quais bandas e estilos de música os membros do Epydemyc estão ouvindo hoje?
(Emmanuell Junior) Existem vários tipos de som por aí, cada um ouve o que quer e o que acha inteessante, mas como eu disse na resposta anterior, o senso comum é o Death Metal, no caso bandas como Cannibal Corpse, Krisiun, Napalm Death, Morbid Angel, entre outras, são unanimidades, existindo paralelamente algumas particularidades.

O que vocês acham dessa mistura de Gótico com Metal, que, sem dúvida é um estilo que tem se difundido muito, nesta década principalmente, mas tamanho foi o crescimento que já está meio que saturado... enfim, vocês apreciam estes estilos ou preferem tanto o Metal quanto o Gótico (caso gostem) na sua vertente mais rústica, sem misturas?
(Emmanuell Junior) Conheci alguns trabalhos de sons góticos, achei interessante, mas sinceramente não gostei, senti falta do “peso”. Já a mistura do gótico com o metal aprecio bastante, devido à mescla do peso do metal com o som climático do gótico

O Death Metal é tão extremo e intenso quanto o Black Metal. Contudo, o Death nunca proporcionou muita polêmica, se comparado ao Black, que foi levado a conseqüências absurdas. Muitos ainda não esqueceram os fatos ocorridos na Noruega na primeira metade da década de noventa, idealizados pelo Inner Circle, onde bandas de Black Metal horrorizaram com radicalismo extremo. Talvez, o Deicide seja a única banda que tenha causado polêmica, mas no geral, o Death Metal nunca deu muito o que falar... qual a posição do Epydemyc sobre isso? A diferença está na atitude? postura? Será marketing?
(Thiago Souza) Respeitamos as bandas de Black Metal, mas quanto às atitudes de algumas acreditamos que não passa de puro marketing ou fanatismo por uma crença ou ideal, que já resultou em assassinatos, prisões, etc.
(Emmanuell Junior) Quando você assiste um show de Black Metal, o foco principal acaba sendo o visual, a postura, a atitude; existe toda uma “apresentação teatral” em torno do show. Já o Death Metal não causa tanta polêmica porque preza pela simplicidade, num show de Death Metal o que está em foco é o som da banda de forma direta. Basta assistir a um show do Napalm Death para entender o que digo.

A capa do cd ilustra uma suposta foto tirada do site “www.assustador.com.br”. O Epydemyc cultua ou se interessa de algum modo por esses assuntos relacionados a fantasmas, espíritos, vida após a morte, enfim, ou colocaram essa ilustração na capa somente por haver algum tipo de semelhança com o titulo e conteúdo do cd?
(Emmanuell Junior) Não somos religiosos nem cultuamos assuntos relacionados a espíritos ou vida após a morte. Quanto à capa, procuramos algo que se adequasse ao tema. A foto foi interessante justamente porque abre esta margem para discussão, porque se fosse um desenho da morte matando alguém, achamos que seria muito clichê dentro do estilo.

Você acredita que essa foto seja real mesmo? Eu, particularmente acho que se trata de uma montagem... será?!
(Emmanuell Junior) É possível que seja montagem, assim como não é impossível que seja real, depende da interpretação ou da crença de quem vê.

O Epydemyc já tem material novo gravado? Existem possibilidades de um disco sair em breve, e, como andam os projetos e trabalhos da banda?
(Thiago Souza) Ainda não temos nenhum material novo gravado. Provavelmente lançaremos um novo trabalho no próximo ano, não será um novo cd demo, será um split ou algum álbum independente caso não consigamos o apoio de nenhuma gravadora até lá. No momento nosso objetivo é divulgar a banda e a demo “Obscure Death”.

É uma pergunta manjada, mas inevitável nas entrevistas, mesmo porque existem opiniões muito diversificadas a esse respeito; Como você analisa o underground brasileiro atualmente? De que modo você compararia a nossa cena hoje em relação a dez anos atrás?!
(Thiago Souza) Acho que o Underground nacional é muito forte, os shows, o apoio do publico às bandas nacionais, a troca de correspondências e materiais é imensa, porém, entre as bandas não ocorre o mesmo
(Emmanuell Junior) Há 10 anos atrás, acho que havia um movimento mais unido, pelo menos em nossa região, hoje acho que existe muita rivalidade, conflitos de vaidades, inveja, coisas do gênero.

Como anda o Epydemyc em relação a shows? Todos os membros têm compromisso com emprego ou qualquer outro trabalho fora da banda, e isso não impossibilita viajar e fazer apresentações?!
(Thiago Souza) O Epydemyc é uma banda muito nova, com poucos anos de estrada, ainda não possui um “forte nome” na cena, isto na verdade está começando agora com a divulgação do material. Quanto aos membros, o Junior e o Fabio trabalham em negócios de família, o Alexsander trabalha como autônomo e eu dou aulas de bateria, ou seja, nenhum de nós tem problemas para viagens e compromissos com a banda.

Como tem sido a distribuição do cd – demo e, tem surgido propostas ou algum tipo de interesse por parte de gravadoras?
(Thiago Souza) Tem sido ótimo, temos recebido correspondências de todas as partes do país, o pessoal tem adquirido o cd e falado muito bem. Ainda não recebemos nenhuma proposta, porém, temos recebido criticas muito positivas de vários meios de comunicação, o que pode nos ajudar a receber alguma proposta futura.

Deixo o espaço livre para vosso manifesto aos leitores...
(Thiago Souza) Continuem apoiando as bandas do metal nacional!

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