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![]() Estilo: Doom Metal. Origem: Brasil. Entrevista cedida por: Júlio (Vocalista) Realizado em: 03/2005 Por: Fabio Somente dísponivel no Web-Zine Se o Doom Metal hoje é um estilo que se dividiu em várias subdivisões dentro do gênero, e algumas nem sempre atendem pelo estilo a que se propõe a fazer, por outro lado alguns medalhões ainda e mantém vivos mundo afora com seus propósitos intactos. Aqui no Brasil, existem muitas bandas que honram o Doom Metal que eu chamaria de “verdadeiro”, e o Eternal Sorrow sem dúvida está entre as melhores e mais importantes do gênero em nosso país! Baseada em Curitiba/ PR, eles estão na atividade por volta de 10 anos, se contarmos a partir da primeira e bem sucedida demo tape que foi gravada em 1995. Nessa entrevista que o vocalista Júlio nos concedeu, podemos conferir a trajetória desta grande banda e os planos para um futuro próximo. Confiram! O Eternal Sorrow é o tipo de banda que toca Doom Metal 100% Doom Metal, ou seja, aquele som arrastado, depressivo e pesado, tocando a fundo a alma de quem aprecia esse tipo de música. Hoje é comum vermos bandas com vocais femininos bem "bonitinhos" em meio a uma música leve, com influências variadas e muitas até beirando pop... e muita gente (inclusive revistas do estilo) as rotula de Doom Metal ou Gothic/Doom (quem conhece os antigos álbuns do Paradise Lost sabe o que é Doom gótico de verdade...) Como vocês interpretam isso e qual a posição de vocês sobre esse assunto?? (Júlio) A música é livre, cada um faz o que quer. Particularmente gosto de algumas destas bandas, como por exemplo o The Gathering (antigo). Já tocamos com bandas deste estilo e não vejo nada de mal em elas estarem crescendo. Como disse, a música é livre, cada um faz o que quer. Quanto à rótulos, bem, mesmo que você não queira, eles são inevitáveis, paramos de nos estressar com isso há um bom tempo
(Júlio) Conhecemos o Doom Metal (falo das vertentes com vocais guturais) em seu princípio e começamos a tocar este estilo logo em seguida. Não há como dizer que não temos influências deste e de outros estilos. Mas citar estas influências fica difícil, especialmente porque temos gostos musicais bem variados. Dentre os cinco integrantes da banda, variamos bastante quanto a certos estilos musicais. Há coisas que alguns integrantes gostam e que outros simplesmente abominam. Quando vamos compor tentamos deixar isso de lado e fazemos algo que soe bem para todos nós, assim conseguimos tirar algo mais próprio nosso. Nós interessamos em fazer Doom Metal pela própria essência deste tipo de música.
(Júlio) Na verdade começar é a parte mais fácil. Complicado é manter a banda. A maior dificuldade no início foi o equipamento, ou seja, grana para montar um ensaio. Quanto aos músicos, não foi tão difícil assim para nos encontrarmos, já nos conhecíamos antes da banda e nenhum de nós estava tocando, então, unimos o útil ao agradável.
![]() (Júlio) Estivemos em atividade sim, em maior ou menor instância. Em 2002 a banda quase acabou, por problemas pessoais de todos nós. Estes problemas não estavam ocorrendo entre nós, mas fatores externos quase detonaram a banda. Mas nos reerguemos e agora estamos mais na ativa do que nunca. Jamais chegamos a parar totalmente, mas durante este período (2002) acabamos ensaiando todos juntos somente umas duas vezes em um ano. Fora esta fase os outros anos foram tranqüilos e regados a muito som. São mais de dez anos que estamos fazendo o que gostamos e atualmente não pretendemos parar.
(Júlio) De tudo um pouco (note-se que estou falando de música de verdade, o que já exclui automaticamente estilos existentes por ai e que aparecem na mídia). Nunca deixamos os sons antigos de lado, afinal, nós criamos ouvindo certas bandas. Bandas novas também temos escutado. Difícil falar pelos outros integrantes, mas pessoalmente estou ouvindo muito Deinonychus, Dead Can Dance (acho que nunca vou parar de ouvi-los) e Autumn Tears.
(Júlio) Esta melhorando. Acho que estamos longe do ideal, mas comparando com o inicio dos anos 90 a coisa melhorou muito. Atualmente você pode fazer com que pessoas do mundo inteiro conheçam seu nome, através da Internet, coisa que era utópica há dez anos atrás. Não esta ruim, acredito que esteja boa, mas inda longe do ideal.
(Júlio) Atualmente todos nós estamos apenas com o Eternal Sorrow. Já aconteceu de alguns integrantes terem projetos paralelos, mas hoje em dia não fazemos mais isso, muito por falta de tempo. Nos damos bem com quase todas as bandas daqui, tanto é que nunca tivemos problemas em tocar com bandas de outros estilos.
(Júlio) Sempre que surge oportunidade e quando ela não bate com nenhum outro acontecimento estamos fazendo shows. Não lembro ao certo quantos shows fizemos no ano passado, por exemplo, mas acho que foram uns oito. Evitamos de tocar muitas vezes no mesmo lugar, para não "enjoar" o público. Já fomos para o Rio de Janeiro, São Paulo (estamos voltando para São Paulo em maio, a data e acertos já foram fechados) e várias cidades do Paraná e Santa Catarina.
![]() (Júlio) Todos nós temos nossas fontes de renda fora da música e atualmente sequer pensamos em viver dela. Seria muito arriscado agora tentar isso. Alguns integrantes (na verdade a maioria deles) já constituíram família, então há vidas em jogo em uma decisão como esta. Estamos tão certos de que não vamos viver de música que sequer cobramos cachê para tocar, pagando as despesas de viagem (translado, um rango e um tanto de álcool para o show) nos apresentamos. A única coisa que não queremos mesmo e acabar "pagando para tocar".
(Júlio) Sim, sempre. O metal é Underground e estamos fazendo Metal. O Underground nacional alcançou uma força tremenda nos últimos tempos, coisa inimaginável há dez anos atrás. Quanto a bandas, vou citar as três que se apresentaram no ultimo Doom Metal Fest em Curitiba: A Sorrowful Dream, My Suffering e Lachrimatory. Três bandas de um som primoroso.
(Júlio) Ainda não. Estamos compondo a quinta música para um novo trabalho. Deve levar um bom tempo pois queremos fazer um CD com mais de 60 minutos de duração, então não deve sair tão cedo. Quanto ao processo de composição, depende da música. Temos músicas que foram compostas individualmente, como é o caso de: Ammanda Thase, Night Veils, Worry e And The Waters Took My Soul. Temos músicas compostas no ensaio e com participação da banda toda, como: Dunes, The Last Rain e Shroud. Ainda temos composições em duplas: Ashes e To Perpetuate My Distance. Não há uma formula fixa para isso. Nas músicas novas, as que estamos fazendo depois do Legacy, estamos fazendo da mesma forma. De qualquer forma, quando uma música é feita em dupla ou individualmente ela é levada para o ensaio somente com seu corpo base montado, os arranjos e finalizações da música são feitos por todos os integrantes da banda. Por isso sempre colocamos nos CDs que as músicas são compostas pelo Eternal Sorrow e não por um integrante ou outro, porque tem a mão de todos nós em todas as músicas, em maior ou menor escala. Sobre as letras, bem, vamos fazendo-as de modo aleatório. Quando fechamos um repertório a ser gravado revisamos todas as letras de volta e fazemos modificações, caso necessite colocar um sentido nelas para orientar uma história. Por enquanto não há um tema para o novo trabalho, vamos acertar isso quando fecharmos o repertório. Atualmente optamos por usar o método de gravação usado no Legacy, ou seja, gravarmos todos os instrumentos ao mesmo tempo mas em salas separadas. Gostamos do resultado neste tipo de gravação.
![]() (Júlio) Sei lá... Acho que depende muito da banda. Já chegamos a escutar coisas do tipo: "Ponham uma música com violino no CD". Não pusemos. O dia em que formos adicionar algo na banda será porque nós estávamos sentindo esta necessidade e não porque alguém pediu. Caso não goste de nossa atitude, é simples: rompa o contrato de gravação. Gravadoras grandes ou pequenas exercem pressão, lógico que em escalas diferentes, mas acredito que a opinião da banda deve prevalecer.
(Júlio) Putz...achava que seria ideal perguntar para todos os integrantes, mas já que não da, la vai: Toward The Within (Dead Can Dance), Within a Realm of a Dying Sun (Dead Can Dance), Love Poems For Dying Children Act II (Autumn Tears), Turn Loose The Swans (My Dying Bride), The Dreadful Hours (My Dying Bride), Conan, O Bárbaro (Trilha Sonora Original do Filme), Enthroned Darkness Triumphant (Dimmu Borgir), Forest of Equilibrium (Cathedral), Wolfheart (Moonspell) e Wisdom Floats (Decoryah). Isso sem citar o Blood Fire Death do Bathory e o primeiro do Vintersorg, o qual não lembro o nome agora. Devem ter outros dos quais não lembro neste instante, mas estes realmente são importantes para mim.
(Júlio) Agradeço sinceramente ao Secrets of the Moon Zine e ao pessoal do estado de São Paulo que sempre esteve muito presente em nossa trajetória. Estamos com show agendado na cidade de São Paulo para o dia 14 de maio e esperamos ver todos por la. Aproveitando o espaço comunico que nosso site mudará de endereço para www.eternalsorrow.com.br. Obrigado pelo espaço cedido. Stay Doom... Discografia : Demo Tape - The Sadness' Elevation (1995) CD - The Way of Regret (1998) CD - Legacy (2003) |
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