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Genocídio Banda: Genocídio
Estilo: Death Thrash
Origem: Brasil
Entrevista cedida por: Warderley Perna
Realizado em: 01/2007
Por: Fabio
Somente disponivel no Web Zine

Saudações Perna! É muito gratificante ter de volta à cena o Genocídio, uma lenda do Metal nacional paulista. Como estão as coisas atualmente? Conte-nos a respeito dos shows, se existem novas composições para um próximo álbum, enfim...
(Wperna) Pra mim também foi gratificando voltar a tocar, depois de um tempo parado por causa do meu fatídico acidente na Galeria do Rock, pois ter um antigo membro de volta e dois grandes amigos tocando junto foi mais gratificante ainda. Nós temos além do DVD quase pronto algumas novas músicas para um futuro CD.

O último álbum da discografia do Genocídio, “Rebellion” é uma espécie de volta às origens, ou seja, é um material calcado num Death Metal mais tradicional, semelhante aos primeiros discos, diferente dos materiais mais recentes anterior a ele, como o álbum “Posthumous” e “One Of Them...”, onde a banda experimentou uma sonoridade mais puxada para o Doom e com bastante influência Gótica... Para o futuro, o que podemos esperar de um novo disco do Genocídio?
(Wperna) Com certeza será uma fusão de tudo que o Genocídio já fez, pois gostamos tanto de Doom como de Death e muitas outras coisas também, acredito que o Genocídio teve dois CDs muito importantes em termos de musicalidade e temática que foram o “Posthumous” e o “Rebellion” não há porque fugir disso (rs).

O disco “One Of Them...” tem uma temática lírica bem interessante, onde a banda trata de assuntos que unem Jesus Cristo, Extra-terrestre, religião, ser humano, enfim... De onde partiram as inspirações para esses temas?
(Wperna) Nesse CD eu usei o livro “Astronautas de Yaveh” como base para as letras e acrescentei minhas idéias sobre o assunto para complementar, pois acredito que essa intervenção Alienígena foi o início das religiões que conhecemos hoje, só não sei se foi intencional ou as pessoas envolvidas com ele na época se aproveitaram disso para a manipulação em massa

Wperna Falando ainda sobre as letras do Genocídio, no disco “Posthumous” é muito perceptível o assunto “sexualidade”, de uma forma ora “mística” ora “científica”, em diversas músicas. Ainda, outras faixas pesam por temas mais “Doom” e também existe uma letra que é uma homenagem a uma amiga, estou falando de “Goodbye Kisses”. Particularmente, gosto muito deste álbum, e gostaria que nos contasse um pouco sobre esses temas e o conceito do álbum, em geral
(Wperna) Nessa época eu não escrevia as letras, ficava apenas ocupado com a criação da parte instrumental junto com o Murillo, mas eu posso dizer que tive acesso a grande parte da literatura que o Juma lia. Eu acredito que a forma mística da sexualidade está ligada ao processo de purificação do espírito, pois o espírito e a ufologia são duas coisas que é impossível negar nos dias de hoje. A temática do disco pedia um som mais cadenciado, como vc falou mais Doom, e “Goodbye Kisses” foi uma homenagem a uma pessoa muito querida por nós, queríamos algo especial.

No encante do álbum “Depression”, existem umas mensagens muito interessantes, assim como no encarte de “Hoctaedron”, onde a banda mostra a necessidade de expressar mensagens além das letras. Qual a preocupação do Genocídio em relação a isso? Sobre as mensagens em questão, dos álbuns citados, qual o significado e a importância delas, para vocês?
(Wperna) Isso era uma coisa que importava muito para o Juma, no Posthumous e nos discos restantes essa idéia não cabia mais, eu acho que não precisa de mais mensagens além das músicas, não estamos escrevendo um livro, e sim fazendo música.

Agora, com o retorno da banda à ativa, você acha que as coisas estão mais fáceis em relação ao começo do Genocídio? As oportunidades, tanto para tocar como pra gravar, são maiores e mais satisfatórias, se comparado ao começo da década passada?
(Wperna) Sem dúvida a internet revolucionou a forma de divulgar e até mesmo de trabalhar uma banda de Metal nos dias de hoje. Também, hoje em dia é mais difícil você tocar com equipamento nacional do que importado, exatamente o inverso da década passada.

Como você encara o cenário nacional do Metal, hoje? O Cenário paulista tem se fortalecido bastante nestes últimos anos, com o surgimento de inúmeras (boas) bandas, assim como o sul e o nordeste, têm apresentado ao país grandes nomes... Você poderia colocar algumas em evidência?
Wperna) Não tenho acompanhado muito de perto a cena atual, mas posso dizer que existem bandas bem mais profissionais e criativas em São Paulo, como em alguns outros estados, mas ainda existem péssimas bandas que não tem o mínimo de senso do ridículo.

O Genocídio passou por alguns momentos de instabilidade no “line up”. Você acredita que esses impasses dificultaram a realização de um trabalho mais intenso, como uma maior discografia e maior quantidade de shows durante a carreira? Como está a formação da banda hoje?
(Wperna) Acredito que depois do Posthumous, quando houve o primeiro atrito interno eu não tinha mais tanto interesse pela banda, pois perdemos um grande momento da carreira.

Como é o público do Genocídio no exterior? Existem muitos contatos e/ou propostas?
(Wperna) Não faço a menor idéia, sei que o Hoctaedrom saiu na Europa, mas na época tínhamos um contrato estranho com a Hellion e tudo aconteceu sinistramente

Hoje, quais bandas e estilos os membros do Genocídio tem ouvido?
(Wperna) Não mudou muita coisa, pois continuamos a gostar de tudo aquilo que ouvíamos antes

Genocídio O Cover para “Black Planet” do Sisters Of Mercy, quando ouvi pela primeira vez, achei muito bom!! Fiquei surpreso em ver uma banda de Metal fazendo um cover de 80’s Gothic Rock, ao passo que o cover do Hellhammer e do Discharge “tem mais a ver”. Quais outros covers vocês costumam tocar?
(Wperna) Nós chegamos a gravar “She’s Lost Control” do Joy Division que saiu na versão em CD do “Depression”, Countess Bathory do Venom e “Social Sterelity” do Napalm Death, que está no CD Rebellion.

Falando novamente sobre a volta do Genocídio, depois de vários anos de estrada e uma “bagagem” considerável, você acha que novas influências musicais podem ditar os rumos de suas composições, ou pelo menos influenciar sobre estas? Ou suas influências musicais continuam sendo basicamente as mesmas do passado? Num apanhado geral, quais são suas influências lírica e musicalmente?
(Wperna) Como disse, faremos um apanhado geral no próximo CD pois nossos gostos não mudaram muito, mas ainda é cedo pra falar sobre um próximo CD, estamos concentrado no DVD no momento.

O Genocídio, sem dúvidas, é um nome muito importante dentro do Metal nacional, com certeza sua volta é de suma importância para o mesmo. Como você vê o futuro do Genocídio hoje? É possível que continuem com a banda na ativa um longo período?
(Wperna) É difícil dizer sobre isso, porque eu mesmo estou tendo vários problemas para tocar, por causa do acidente infeliz que tive na Galeria do Rock, pode ser que continuemos por vários anos ou acabe amanhã (rs).

Mudando de assunto, tenho notado que você demonstra descontentamento com a nação brasileira, li alguns desabafos particulares seus. Realmente, estamos vivendo em meio a um povo que, em maior parte, é alienado e “vazio” em seus conceitos e ideologias. Na sua opinião, quais os maiores problemas do nosso país hoje, e possíveis soluções? Qual sua opinião a respeito da nossa mídia sensacionalista, alienadora e propagadora da imoralidade, assim como a “música” brasileira que assassina o bom senso e conduz algumas pessoas à imbecilidade e futilidade, no caso de funk carioca e outros lixos que estão em evidência nos canais de televisão e estações de rádio?
(Wperna) Infelizmente tudo que estamos passando só existe um culpado, nós mesmos, pois infelizmente o povo brasileiro em sua maioria é completamente alienado. As coisas estão tão na cara que só um imbecil não vê, mas o comodismo geral da nação acaba sendo conivente com toda essa merda. Afinal de contas às vezes penso que só um povo errado vota em políticos errados, talvez na cabeça das pessoas eles acreditem que eles um dia possam estar lá roubando também, então é melhor que a merda fica como está.

Bom, Perna, acredito que já seja o suficiente para sabermos um pouco mais sobre o futuro e também o passado do Genocídio. Agradeço a atenção disponibilizada, foi um prazer entrevistá-lo. Desejamos força e toda a sorte do mundo para o Genocídio! Este espaço é seu, deixe sua mensagem aos leitores...
(Wperna) Obrigado a você e todos do Site Secrets Of The Moon pelo espaço e esperamos que este DVD traga boas recordações aos antigos fãs e agrade aos novos fãs.Thanxssssssssssss.........

Para finalizar, questão esta que é “regra” do Secrets Of The Moon: Cite-nos os seus 10 álbuns favoritos de todos os tempos...
(Wperna) 1-Paranoid – Black Sabbath
2-The First, Last And Aways – The Sisters Of Mercy
3-Pleasure To Kill – Kreator
4-Gothic – Paradise Lost
5-War And Pain - Voivod
6-Welcome To Hell – Venom
7-Spleen And Ideal – Dead Can Dance
8-Bestial Devastation – Sepultura
9-Wolverine Blues – Entombed
10-'Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing' - Discharge

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