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![]() Estilo: Dark Metal Origem: Brasil Entrevista cedida por: Diego Voges (Guitarra e Vocal) Realizado em: 2006 Por: Fabio Somente disponível no Web-Zine
(Diego Voges) Olá Fabio! A Hermit Age surgiu em 1997, comigo na guitarra e vocal, Marcelo Pedralli na guitarra, Mauricio Von Neutegem no baixo e Emerson Rocha na bateria. Com essa formação fizemos alguns shows, mas nenhuma gravação. Em 1999, já com a baterista Caroline, gravamos uma demo-ensaio chamada “Be Continued”, hoje fora de catálogo. Essa demo trazia apenas 3 músicas, mas totalizava mais de 30 minutos de música, pois a primeira música, “From the Deep of my Inner Winter” tinha exatos 17 minutos. Os shows de lançamento dessas DTs foram feitos com Diego Weber no baixo, que também gravou a demo seguinte “Songs for the Eternal Awakening”, de 2000. ”Songs” trazia regravações para dois sons da primeira demo, “A Grant to the Wind” e “Nostalgia”, com arranjos mais atmosféricos densos, além de uma qualidade sonora bastante superior. Em 2001, tivemos a entrada de Ricardo Giordano na bateria e de Josene Toldo na guitarra, ficando eu nos teclados. Foi uma época de ótimos e inesquecíveis shows. Esse line-up gravou duas músicas: “The Mirror’s Inversion” e “When they Awake”, que entraram como “bonus tracks” na segunda edição de “Songs ...” No ano de 2003, a banda se separou, sendo inclusive divulgado que seria o fim. Cada um seguiu seu rumo, entrando em outras bandas, e eu, que recém tinha adquirido um home-studio, comecei a trabalhar em composições sem intenção de um dia lançá-las. Logo Syndel se juntou a mim e começamos a trabalhar juntos. Assim começava a nascer nosso álbum lançado em 2005, “Sinnocence”. O resto é o presente! Sinnocence acaba de ser lançado, como tem sido a aceitação do público e das críticas em geral em relação ao cd?? (Diego Voges) Esse álbum tem me surpreendido a cada dia. As pessoas estão procurando, vindo até nós. Os que já adquiriram contam histórias sobre o que cada música passa pra cada um. Está sendo ótimo, e sinto que a banda está crescendo muito com isso! ![]() (Diego Voges) O fato de eu não morar num grande centro atrapalha bastante na hora de se formar um line-up. Onde moro não existe uma cena metal, portanto, eu teria que buscar músicos de longe, o que faria daquela rotina de ensaios semanais um inferno, além de muito cara. Como ocorreu a entrada de Syndel para o Hermit Age? Existe a possibilidade de agregar mais membros à banda, ou você acha que, sendo somente você e Syndel as coisas podem fluir melhor, uma vez que você é responsável por quase tudo, inclusive produção? (Diego Voges) Syndel entrou para a Hermit durante a produção de Sinnocence. A entrada dela foi algo muito natural, começando em opiniões e chegando a composição. Ela hoje é parte fundamental na fórmula de nosso som, mas creio que não ficaremos apenas nós dois na banda por muito tempo. Gostamos de fazer shows, e, além disso, idéias a mais só tendem a enriquecer ainda mais nosso trabalho. Por isso, vamos sim fazer um line-up completo. A único integrante que nos falta hoje é um baterista fixo, mas temos um baterista provisório pra alguma eventualidade. Atualmente, quem está em processo de entrada na banda é Daniel na guitarra, Cássio no teclado e Rui no baixo. Essa formação já está preparada pra shows, mas ainda não produzimos nada novo juntos. As suas letras são bastante interessantes, com temas que se encaixam perfeitamente no Gothic/ Doom Metal. Em suma, quais são suas inspirações e que tipo de mensagem você se propõe a expressar em sua música? São visões e sentimentos pessoais? (Diego Voges) São bastante pessoais. Ás vezes acho que até demais, fico com receio de não ser compreendido. Em “Sinnocence” tem algo que talvez nem todos percebam. São duas músicas que se completam, sendo uma resposta da outra. Não vou falar quais são, mas lendo dá pra perceber claramente. Usei personificações do anoitecer e do medo, sendo cada uma dessas músicas a voz de cada um dos personagens. Prefiro deixar maiores interpretações para quem ler/ouvir. Não sei se elas se encaixam em gothic/doom metal. Eu particularmente não acompanho mais o doom metal há uns 4 ou 5 anos, mantendo só algumas poucas bandas em meu playlist. Nada contra o tipo de som mais nobre de todos. Apenas não me fazia mais bem ouvir temas depressivos. Quem sabe no futuro, em circunstâncias diferentes, eu resgate meus velhos cds de doom. ![]() (Diego Voges) Isso é algo sobre o qual eu nunca falei antes. O nome Hermit Age foi criado em 1996, quando eu fazia música atmosférica com um baixo e um pedal de pitch shifter/delay da Boss. EU gravava em fitinhas e não passava pra ninguém, era uma coisa só minha (ainda hoje faço minhas composições atmosféricas secretas, mas agora é no teclado, hehe). Hermitage significa eremitério, retiro de eremitas, lugar isolado. Hermit Age significa a era, época isolada, eremita. Talvez por ironia do destino, hoje eu leve uma vida quase completamente isolada, e tenha composto e produzido um álbum apenas com a presença de mais duas pessoas, Syndel e Luis Fernando. Não há dúvidas que “Sinnocence” é um disco de certa forma homogêneo, que varia dentro do Doom Metal gutural, exibe passagens de vocais limpos, e arrisca uma “baladinha”, como é o caso de “Kill The Sun”. Quais influências estão presentes na música do Hermit Age? (Diego Voges) Ouvimos muita coisa diferente. Acredito que se você se fechar em apenas um estilo de som, seu som não soará muito original. Por isso nem gosto muito quando nos chamam de “doom”, ou “Death melódico” ou qualquer um dos outros rótulos que se possa dar. Assumimos “Dark metal” pois ainda não é um estilo de som definido, tendo bandas completamente diferentes sendo chamadas de “dark metal”. Ouvimos desde Hard Rock até Death Metal. Syndel ouve bastante Eletrônica, mas também gosta muito de Rotting Christ, e tem influência de Fiona Apple, só pra dar um exemplo. Eu gosto muito de Hard Rock dos anos 80 e 90, além de gostar demais de Type o Negative e Septic Flesh, passando por Black Sabbath, Sentenced, Carcass, Loudblast, Bathory, e até Dream Theater!Tenho fases em que ouço mais uma coisa, e fases que escuto outras, mas quando estou compondo, não ouço nada. Não que eu não me queira “poluir”, simplesmente não tenho vontade de ouvir mais nada. Qual sua opinião sobre o cenário Doom Metal nacional? Está prolífero? Muitas boas bandas têm surgido.... (Diego Voges) Temos um ótimo nível dentro do Doom nacional. Uma banda que em breve estará lançando um trabalho (do qual já ouvi um pouco da pré produção e me impressionei) é a Sentient, do RS, que com certeza vai marcar uma nova fase dentro da cena. Entre destaques do doom nacional, cito: Serpent Rise, Blood Tears, a Sorrowful Dream, Petallom, Vetitum (não deixem de conferir o som dessas moças, é muito bom), a recente Soulscourge, de Floripa, banda bem nova, que está em fase de composição e pelo que já pude conferir está magnífico, entre outras. Em relação ao metal extremo, em todas as suas vertentes, você acredita que o cenário esteja saturado, devido ao imenso número de bandas que surgem todos os dias em todos os cantos do mundo, e muitas delas se resumem a cópias, plágios ou então, batendo em cima de assuntos mais do que ultrapassados? (Diego Voges) ![]() “Sinnocence” está sendo distribuído lá fora? Existe um reconhecimento ou público “gringo” para o som do Hermit Age? (Diego Voges) Temos uma recepção no exterior melhor que no Brasil.O Myspace, site de relacionamento que tem maioria no exterior, nos ajuda muito nisso. Lá fizemos bastantes contatos e conseguimos fazer com que “Sinnocence” chegasse a lugares bastante distantes. Nos meses entre Dezembro e Maio as vendas do CD para o exterior alcançaram números que eu não esperava! Acredito que essa maior recepção do exterior com nossa música se deva a fazermos um tipo de som diferente, e o exterior é mais receptivo a inovações, principalmente a Europa. Acredito que com o lançamento do full lenght “Sinnocence”, as portas se abrirão mais facilmente e em maior número para o Hermit Age. Contudo, o que você espera do futuro com relação à sua banda e quais são seus planos? (Diego Voges) Particularmente, procuro não criar expectativas. Eu espero que o futuro da Hermit Age seja mais fácil no que se refere a firmar uma formação, e gostaria de sair fazendo shows e me divertindo por tudo que é canto! Espero também poder continuar inovando no próximo trabalho e também que os ventos bons continuem soprando, mesmo que lentamente para a divulgação de nosso trabalho. Não é pedir muito, hehehehe O que você está ouvindo hoje? Tem muita coisa diferente em relação há anos atrás? Em suma, o que você procurava, e ainda procura nas músicas e bandas que ouve? Você leva em conta as letras/ temas? (Diego Voges) Atualmente ando ouvindo muito Septic Flesh, Diablerie e Dream Theater. Mas como estou entrando em processo de composição, devo parar com tudo muito em breve. O que eu procuro na música que ouço é uma mistura de feeling/climas e genialidade. Basicamente meus discos favoritos são formados por bandas assim. Quanto a letras, há coisas que ouço que prefiro ignorar o que está sendo dito. Gosto demais das letras do King Diamond, do Orphanage, e ultimamente do Genitorturers (hehe). Você defende algum tipo de radicalismo, desde rivalidades entre estilos distintos, atos extremistas tais como ataque às igrejas e desmoralização das religiões, até sentimentos misantrópicos ou algo relativo a isso? Em resumo, você acha que alguma forma de radicalismo é mesmo necessário ao Metal, para manter sua “chama acesa”? (Diego Voges) Não sou nem um pouco simpatizante ao cristianismo. Acho que ele é o grande mal do mundo. Mas eu, particularmente, não vivo a realidade do extremismo. Qual sua posição sobre religião ou crenças? Em quê acredita? (Diego Voges) Religiões servem para dividir as pessoas. Criam-se doutrinas enquanto bebe-se vinho ou inala-se ervas ou algo do tipo e depois se inventa que foi Deus quem disse. Praticamente todos os problemas do mundo são causados por alguma religião. Quer um exemplo? Qual o maior problema do Brasil? Não é a Miséria, o desemprego e a violência? Todos esses problemas são causados por super população, que acaba não deixando oportunidades para todos... Só que na hora do Papa proibir o controle de natalidade, ele só pensa no poder da Igreja, que vai ter mais fiéis carentes de um Deus. Outro exemplo: Os radicais islâmicos são responsáveis por boa parte do terror no mundo. Eles têm seus motivos, mas todos com fundos religiosos criados por alguém. Acredito em nosso próprio potencial. Nós mesmos construímos e destruímos. Não é culpa de um Deus ou de um Diabo, ou de alguma outra entidade. Nós mesmos nos matamos e destruímos o mundo em que vivemos. O ser humano criou um Deus pra responder pelos seus atos. ![]() (Diego Voges) A Rede Globo, principalmente, apodrece o povo. Suas novelas pregam o cinismo e a mentira. Seus programas de auditório são um festival de anestésicos mentais pra distrair o grande público. Isso pra não falar no consumismo exagerado, que todos estão expostos, inclusive a criança, que não tem a mínima noção de o que o dinheiro pode e não pode comprar. O jornalismo é tendencioso e é a principal arma da mídia conseguir o que se quer, pois trabalha com fatos “reais”, mas descritos de acordo com seus interesses. Inclusive, assisti a um documentário de Simon Hartog, produzido em 1993 pelo Channel 4 para a BBC. Esse documentário discute o poder e a manipulação da Rede Globo de Televisão e teve sua exibição proibida no Brasil. Quem quiser assistir: http://video.google.com/videoplay?docid=-570340003958234038&q=rede+globo Acredito que o metal jamais entre nessa mídia, pois há muita gente pensante dentro do metal, o que pode significar um risco pra supremacia dos meios de comunicação atuais. Inclusive, o ”metaleiro” (palavra criada pela própria globo pra caracterizar quem ouve metal, na tentativa de dividir os “grupos de pessoas” e assim ficar mais fácil de determinar qual público comprará tal produto, pois a indústria da propaganda precisa de grupos) é sempre mostrado como baderneiro, marginal e drogado. Mas nós sabemos que um show de metal é um dos eventos mais pacíficos que existem, tendo raramente uma briga isolada, e quase nunca algum crime tipo roubo e assalto. Inclusive, discordo no ponto que você fala em “moral da sociedade”, mas isso é outro assunto, hehe. Como o Hermit Age faz para apresentar-se ao vivo? Como é a relação com as pessoas contratadas? (Diego Voges) Consideramos contratado mesmo, só o baterista atualmente. Os outros integrantes (Rui, Cássio e Daniel) “vestem a camiseta” da banda, e dão tudo de si em busca da qualidade. Não ensaiamos com freqüência. Quando tem algum show, fazemos uma pequena série de ensaios, onde repassamos todo o repertório e tiramos algum cover inédito, já que procuramos nunca repetir um cover Bom, Diego, acredito que essas questões sejam o suficiente para sabermos um pouco a respeito do Hermit Age, e suas opiniões pessoais. Esse espaço é seu... deixe-nos sua mensagem... (Diego Voges) Muito obrigado ao Fabio e ao Secrets of the Moon zine que eu tanto respeito há tanto tempo! Pra mim foi uma honra figurar em suas páginas! Aos leitores, entrem em contato! Gostamos de saber as opiniões sobre nosso trabalho! Aproveito aqui pra divulgar alguns links pra quem gosta da banda: Site oficial - www.hermit.com.br Myspace - www.myspace.com/hermitageband Gosta de nosso trabalho?”joine-se” : Grupo no Myspace - http://groups.myspace.com/hermitageband Comunidade no Orkut - www.orkut.com/Community.aspx?cmm=48627 Quer falar direto conosco? Profile no orkut: www.orkut.com/Profile.aspx?uid=12223871074229790224 Email: press@hermit.com.br Para adquirir o CD: shop@hermit.com.br (Apenas R$ 10,00 com as despesas postais já incluídas) Para finalizar, conte-nos seus 10 discos favoritos de todos os tempos (se possível, os 10 discos favoritos seus e da Syndel também)! (Diego Voges) Type o Negative - Bloody Kisses Carcass - Heartwork Black Sabbath - Black Sabbath Dream Theater - Images and Words Paradise Lost - Icon Sentenced - Amok Septic Flesh - Sumerian Daemon Bathory - Twilight of Gods Loudblast - Sublime Dementia Orphanage - Oblivion (essa lista pode mudar a qualquer momento) (Syndel) Type O' Negative - Bloody Kisses Apoptygma Berserk - The Apopcalyptic Manifesto Rotting Christ - A Dead Poem Hermit Age - Songs for the Eternal Awakening Bjork - Vespertine Type O' Negative - October Rust Burzum - Aske Motley Crue - Dr Feelgood Motorhead - Orgasmatron Satyricon - Nemesis Divina Também muda constantemente |
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