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![]() Estilo: Mesopotamian Metal. Origem: USA, Holanda e França. Entrevista cedida por: Moloch (Guitarra) Realizado em: 07/2003 Por: Flávvio Somente dísponivel no Web-Zine AS ORDENS DA MESOPOTÂMIA SE ERGUERÃO!!! MELECHESH EMERGEU-SE DA AREIA DO DESERTO PARA LANÇAR SEU MAIS BEM PRODUZIDO E MAIS PESADO ÁLBUM: SPHYNX O ESTUDIOSO DA ESFINGE MOLOCH (GUITARRAS) NOS DIZ SEU PONTO DE VISTA SOBRE O ÁLBUM E TAMBÉM SOBRE UMA SÉRIE DE FATOS SOBRE A SAGA DA MESOPOTÃMIA NESSA TERRA. DEIXE O MONSTRO TE PERGUNTAR A SOLUÇÃO DO ENIGMA......
(Moloch) Nós nunca estamos 100% satisfeitos com nada, e é isso que nos mantém com vontade de nos superar, procurando um progresso a cada álbum que compomos e gravamos. Mas sim, estamos extremamente felizes com o resultado de Sphynx, do jeito que tudo ficou a nível de som, layout, reações... Você sabe, a qualidade sonora de "Sphynx" é simplesmente impressionante, levando em conta que seu álbum anterior "Djinn" tinha partes e atmosferas de guitarra mais cruas. Era sua intenção esse som e equalização de guitarras ultra-pesado e denso, ou isso foi somente algo que naturalmente aconteceu? (Moloch) Sim, queríamos guitarras mais densas no álbum, pois ele é um álbum mais Black/Thrash do que "Djinn". Então baixamos um pouco a afinação das guitarras, e procuramos por um som realmente matador para elas com Andy (La Rocque). Eu acho que isso é uma evolução natural, quero dizer, como guitarrista você se cansa e se enjoa daquilo, pois para o padrão do Black Metal, o som das guitarras deve ser penugento, altamente agudo, com a bateria e vocais em segundo plano e produção fraca. Depois de um tempo, você quer ouvir a vibração e o sentimento que você põe no seu instrumento, por isso que decidimos ter aquele tipo de som no álbum. Outra coisa que DEVEMOS mencionar é a "tradicional" maravilhosa arte gráfica de "Sphynx". Vocês não tem idéia de como aquela ilustração da capa me surpreendeu. Gostaria de saber de quão essenciais são as artes do álbum em todo o conceito do Melechesh..... e é claro quem é o artista por trás dela.... (Moloch) As artes são importantes pois também ajudam em criar a atmosfera e o ambiente para o Melechesh. O artista por trás da capa ![]() Eu posso imaginar como são difíceis suas sessões de ensaio e mesmo o processo de composição, com membros vivendo em países diferentes, e no seu caso, que tem um baterista que tem outra grande banda (O grande Absu), que com certeza toma mais ainda o tempo dele. Então, como vocês conseguem lidar com esses detalhes no Melechesh? (Moloch) Para compor, Ashmedi escreveu a maioria do material, e nos encontramos regularmente (Eu moro na França, mais ou menos 4 horas de distância de Ashmedi que vive na Holanda) para trocar idéias, Al'Hazred também contribui com algum material. Uma vez que a faixa é escrita, Al'Hazred e Ashmedi programam a bateria e gravam alguma coisa no estúdio de Al'Hazred. Nós pegamos as demos e ensaiamos sozinhos. Um mês antes de gravarmos o álbum, ensaiamos intensamente como uma banda e então entramos em estúdio. Não foi uma tarefa fácil, mas foi feito de um jeito organizado e disciplinado, portanto funcionou direitinho. Falando sobre Proscriptor (o baterista), podemos perceber que ele está colaborando em mais composições do que antes, sem esquecer de mencionar sua fantástica performance no álbum. Quais aspectos, em sua opinião, com Proscriptor na line-up??? (Moloch) Todas as partes de bateria são programadas por Ashmedi e Al'Hazred. Mas é claro que Proscriptor muda alguma coisa, adiciona algo, e dá toda a forma com jeito pessoal de tocar. Dessa vez, ele escreveu algumas letras e também cantou em algumas faixas. Acho que ele agora está realmente adaptado a banda, e também porque tivemos tempo para ensaiar, ele pois mais idéias do que em "Djinn", onde tivemos só três dias de ensaio. Proscriptor é um grande músico, portanto contribui muito para o álbum e para a banda, de várias formas. Vocês já tem alguma turnê planejada? Vocês gostam de tocar ao vivo? (Moloch) Nós nunca mais tocamos ao vivo desde 1998. Mas esperamos fazer uma turnê para "Sphynx" no outono, mas nada está certo ainda. Você acha que pessoas com pensamentos limitados ou muito radicais podem gostar da música do Melechesh? Eu acho que elas não podem ao menos entender.... (Moloch) Radicais talvez, mas estúpidos e mentes pequenas não. Uma coisa que me tem feito pensar sempre é o fato de suas letras, não somente sobre fatos "históricos", na verdade elas tratam de elementos mágicos e obscuros contidos na antiga tradição...... (Moloch) Elas abordam muitos aspectos, ![]() O Melechesh é uma das bandas mais criativas que já ouvi, pois vocês tem uma identidade muito especial e definitivamente nenhuma rotulação. Mas desde quando vocês decidiram ser uma banda tão diferente, abordar aqueles tópicos tão interessantes em sua letras e utilizar instrumentos típicos como o buzuk? (Moloch) Obrigado. Bem, o conceito inteiro do Melechesh era produzir aquele som que nos torna "não usual", desde o primeiro dia o objetivo que queríamos alcançar era criar e fundir Metal Extremo e ritmos e sons Mediterrâneos/do Oriente Médio, que são muito presentes em nossas percussões e riffs de guitarra. É isso que chamamos de Mesopotamian Metal, mas palavras e rótulos musicais não são coisas que costumo fazer, ouça a porra da música. O importante é que os tópicos que tratamos são traduzíveis musicalmente. Para responder quais são esses elementos que integramos a nossas músicas, incluímos uma seção de CDrom multimídia no próprio "Sphynx", num artigo chamado "Mesopotamian Metal" que inclui tablaturas de guitarras, e explicamos o que são aqueles ritmos especiais que usamos (o CDrom contém também um vídeo-clipe do nosso segundo álbum, fotos, avaliações líricas, etc.). E sobre o buzuk, ele é um instrumento que eu toco, e o usamos no "Djinn", mas para o "Sphynx" usamos outro instrumento que é parecido com ele chamado "Saz". Esses instrumentos especiais ajudam a recriar toda atmosfera que queremos representar em nossa música, mas eles foram usados de um modo bem maneirado, pois não queremos que nossa música se transforme em uma espécie de folk metal. Nos conte como eram difíceis os tempos que vocês ainda moravam em Israel, pois sabemos que a censura é um pouco mais rígida, levando em conta que em nessas épocas vocês tinham um apelo mais Black Metal. Você ainda tem contato com alguma banda de Israel? (Moloch) Estamos em contato com algumas bandas ainda (Salem, Azazel, Arafel, etc.) e a censura não foi o problema para nós como banda, mas mais a sociedade que crescemos (que é cristã) e o problema que tivemos com a polícia uma vez. Mas tudo que aconteceu foi a muito tempo atrás, estamos na Europa por mais de meia década, é hora de virar a página. Vocês sabem que a cultura árabe (desde o mais antigo povo sumério) é uma das mais influentes e construtoras de enorme parte daquilo que podemos chamar de conhecimento e sabedoria. Eles são pais da escrita, linguagem, estudos estelares, conquistas gloriosas e também as primeiras civilizações da Terra. Gostaria de saber quais são as principais diferenças que você pode perceber entre a Cultura Árabe e a Cultura Ocidental? (Moloch) Você não pode misturar a cultura Suméria com a Árabe. Primeiro porque os sumérios não eram semitas (os acadianos, ou acadios que habitavam o norte da Mesopotâmia eram, e ambos são parte do que podemos chamar de cultura Mesopotamica), e também porque os árabes vieram depois dos sumérios. Mas agora, aquela antiga Mesopotâmia está em solo sob o comando árabe (também turco e pérsio) logo a herança dos mesopotamicos foi passada para os árabes de alguma forma. Especialmente no Iraque. Existem muitas diferenças entre o Leste e o Oeste, mesmo eu odiando usar tais generalidades pois "O Leste" e "O Oeste" ambos não representam um bloco cultural homogêneo. No entanto, as diferenças são as atitudes, vida social, vida material, cultura, arte, comida, basicamente tudo que estrutura sua visão de vida. Mas tais diferenças tendem ser apagadas com ferramentas internacionais como televisão etc. Quando você tem a vantagem de conhecer as duas culturas, você pega o melhor de cada e joga fora o resto. Temos observado uma série de incidentes sem precedentes ultimamente (em aspectos culturais e artísticos) como a destruição da Livraria Internacional do Iraque e os roubos e saques do Museu Nacional de Bagdá. Alguns dos tesouros mais representativos da humanidade foram perdidos, roubados ou queimados lá. Quais as conseqüências desse acontecimentos para a cultura internacional e mesmo para a identidade iraquiana? Eu soube que algumas pessoas estavam devolvendo os objetos para o Departamento de Cultura do Iraque... (Moloch) Sim, essas são notícias muito tristes, mas quando você tem uma guerra, e algumas pessoas morrendo sem dinheiro, elas não vêem importância em tal coisa, mesmo se a maioria dos iraquianos forem pessoas orgulhosas de sua descendência mesopotâmica. Mas a maioria da herança mesopotamica foi roubada muito tempo atrás, mas não por pessoas pobres, mas sim por nações ricas: França, Alemanha e Inglaterra que tem a maioria dos artefatos mesopotamicos em seus museus. Então a única diferença e que esse tipo de ladrões expõe o que eles roubam, que é uma grande vantagem quando você visita ou vive nesses países. Quão importante é a arte em sua vida? (Moloch) Extremamente importante, não há um só dia em minha vida que fico sem música, é uma forma de viver. ![]() (Moloch) Obrigado por essa entrevista interessante. E para mais informações visitem nosso site www.melechesh.com Finalmente, nos diga seus dez álbuns favoritos. (Moloch) Essa questão é muito difícil pois eu mudo meus dez mais todo mês. Saudações. |
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