Voltar


Logo Mythological Cold Towers

Mythological Cold Towers (Live) Banda: Mythological Cold Towers
Estilo: Epic Doom Metal
Origem: Brasil
Entrevista cedida por: Samej (Vocalista)
Realizado em: 2001
Por: Roberto
Edição: Secrets of the Moon Zine 03
Bom, antes demais nada vamos falar sobre o mais novo trabalho do Mythological Cold Towers "Remoti Meridiani Hymn, Towards Magnificient Realm of the Sun". Este álbum além de ter sido um dos melhores lançamentos nacionais nestes últimos tempos, trouxe algo que estava faltando e MUITO, em diversas bandas atualmente, que é a originalidade. Como tem sido a recepção do mesmo perante a banda e que comparações vocês fariam ao debut Cd "Sphere of Nebadom"?
(Samej) Nosso II opus "Remoti Meridiani Hymn" (T.M.R.S), tem sido visto por nós como um passo decisivo para a consolidação de nossa musica dentro do que buscamos, como todos os álbuns do Mythological Cold Towers devem ser, ele reúne proporções únicas. Nós conseguimos obter um resultado muito satisfatório sendo que nós mesmos que produzimos contando apenas também com recursos tecnológicos próprios, adquirimos assim com ele certa experiência. "Remoti" em comparação ao "Sphere..." reúne mais elementos, exploramos mais nossas vontades em "Remoti", "Sphere" é mais frio, distante e eu diria "ortodoxo", em "Remoti" realmente podemos fazer de nossas exaltações virem a ser músicas. "Remoti" realmente nos levam a eras antes da luz e a cultos esquecidos, está atmosfera de vetustas e solene contemplam do que queremos passar em "Remoti Meridiani Hymn".

Este álbum além de ter sido gravado e produzido pelo próprio baterista da banda, foi gravado em vosso estúdio "The Ancient Valley's Tower". Visto que o resltado ficou excelente quais foram as vantagens e dificuladades que vocês encontraram na produção do mesmo?
(Samej) Mythological Cold Towers (Live) Como disse as vantagens é que tudo esteve bem em nossas mãos, tínhamos o tempo a favor e o controle da gravação toda, não nos preocupamos com o tempo e também podíamos experimentar mais os recursos que haviam disponíveis. As dificuldades também foram à falta de experiência e talvez até mais recursos, mas eu creio que compensamos isto com a nossa intuição. Vejo que Hamon cada vez mais consegue se aprofundar nesses experimentos e em toda produção e você poderá enxergar - ouvir mais desta progressão em nossos próximos álbuns.

Agora vamos falar sobre todo o conceito que envolveu esse novo álbum, desde seu trabalho gráfico da capa, até seu conteúdo lírico. Ele aborda a cultura Pagã Sul-Americana, basicamente as civilizações Pré-Colombianas, você poderia falar um pouco sobre o vosso interesse em estudar e pesquisar a cultura e o passado desses povos? Além disso, você acha que os antepassados Pré-Colombianos haviam tido mesmo um contato com outros seres de vida inteligente fora da terra?
(Samej) Bem, a focalização de "Remoti Meridiani Hymn", nos 45 picos Pré-Colombianos foi muito natural. Somos uma banda que persegue aspectos obscuros de civilizações remotas e todo o mistério que delas emanam, então porque não olharmos ao lado, ou melhor, para dentro de nosso próprio Continente e verificamos que possuímos uma das maiores heranças do passado, nossos povos, nossa identidade Pagã, mas este tema é uma tela maior para o verdadeiro conceito de "Remoti Meridiani Hymn", mas em seu fundo podemos observar que procuramos mergulhar nos verdadeiros povos e civilizações apenindios esquecidos, como Chimores, Chimus, Tiwanakos, atraindo assim para uma lembrança mais anterior, ou seja os Atlantes. Esta sabedoria este elo perdido é que esta por trás de todo o conceito lírico, minhas visões acerca do mundo antigo são muito concentradas em seus mitos. Cosmologia, eu não somente procuro a decifração de enigmas, nas civilizações Pré-Colombianas, mas sim, nos impérios e mitologias de varias partes do mundo remoto. Há aspectos entre as mitologias, lendas, historia de muitos lugares distantes entre si que guardam estreitas ligações, estes paralelismos entre Maias, Sumérios, Aztecas, Incas, Egípcios e demais civilizações esquecidas e que estão em meu interesse. Aztlan seria a incógnita sobre toda esta teoria que sempre acerca as civilizações Pré-Colombianas de estarem em contato com inteligências extraterrenas. Eu digo que é uma visão muito exteriorizada, diria européia do saber indígena, muitas vezes e subestimado pelo europeu, assim é melhor dizer que processos como o corte e erguer de pedras monumentais, são coisas de seres de outros planetas, do que um saber indígena, ou toda astronomia deriva também de um saber alienígena.... Prefiro e penso que sim, as civilizações enterradas no pó do tempo, compartilham um segredo, um saber que provinha distantemente das trocas de informações entre seres de vários mundos, mas nunca de uma herança de "mão única".

"Remoti Meridiani Hymn", foi lançado pela nova, e promissora gravadora "Somber Music", como tem sido a relação da banda com a mesma em termos de divulgação?
(Samej) Mythological Cold Towers (Live) Nós temos tido uma relação boa com a Somber Music, o Cláudio tem nos ajudado de várias formas. Claro que também estamos fazendo nossa parte, mas a Somber Music, tem nos colocado em revistas especializadas na Europa e no resto do mundo e a promoção tem sido boa.

Já que falamos em divulgação, como tem sido a aceitação deste novo álbum no mercado nacional e internacional? Pelo que eu sei. Pelo menos no mercado internacional a banda tem tido uma ótima aceitação, não é mesmo? Até porque vocês têm saído em matérias de muitos zines e magazines lá de fora, onde eu posso destacar principalmente uma matéria da banda que saiu recentemente numa das revistas mais respeitadas do mundo que é a revista alemã "Äblaze", onde além da entrevista, também saiu uma música desse álbum no Cd coletânea da mesma. Além disso, você já tem proposta para uma possível turnê no exterior?
(Samej) É estranho notar, mas a maioria de nossos Cd's é vendido na Europa, é de se perguntar então, onde está o público brasileiro?? Que sempre fala uma coisa, mas se omite na hora de consumir bandas brasileiras, falta de dinheiro não seria, pois o consumo de caríssimos Cd's europeus monstram que dinheiro não é problema. De qualquer forma, a aceitação de "Remoti Meridiani Hymn", ao redor do mundo tem sido ótima, só temos tido ótimas "reviews" em mags e zines de muitos lugares, isto é uma continuação das opiniões do 1.º Cd "Sphere", "Remoti" agora assegura uma posição mais elevada do nosso nome no mundo, no Brasil também, as opiniões daqueles que apreciam um Metal obscuro feito com profundidade tem sido as melhores possíveis. Nós criamos Metal Épico, obscuro, para mentes voltadas a tempos esquecidos, música para vetustas ruínas.... Toda critica boa ou ruim é fruto de uma convenção e assim uma posição perante a algo, no caso nossa música que no profundo, como instrumento de expressão de nossos instintos vai além de qualquer analise. Sobre uma turnê no exterior, estamos trabalhando para isso, ainda não tivemos propostas, mas nós devemos ir logo do encontro deste ideal. Pois ansiamos muito por isto.

O Mythological Cold Towers já tem um certo tempo de estrada em nossa cena Underground, por isso eu gostaria que você comenta-se um pouco a respeito da mesma. Se comparássemos a cena atual, com a do inicio da banda, o que você acha que melhorou e piorou? E em termos de bandas, quais merecem o respeito do Mythological Cold Towers?
(Samej) Mythological Cold Towers (Live) Eu e os outros integrantes vivemos nessa cena Underground há anos. Estou dentro disso tudo, desde os gloriosos anos 80, quando de certa forma o Underground brasileiro, o Metal, o Death/Black eram recém criados, digamos assim, tudo ainda era naquele verdadeiro espírito Underground, como no mundo todo. De certa forma, então eu posso lhe dizer que vimos vários tipos de cena se desenvolverem. Comparando com o inicio, eu penso que vivemos sempre no paradoxo. Há mais gravadoras, mais publico, mais mecanismos de inserção no meio, mas não há um verdadeiro apoio. Talvez o publico deveria como nos anos 80, realmente cultuar as bandas, enaltece-las, ir a shows, comprar os Cd's e sentir orgulhosos com elas. Há muita pequenez nos espíritos de muitos, continuam ainda sobre(super) valorizando qualquer banda do exterior e virando as costas e até denegrindo nossas ótimas bandas, não digo que não devemos apoiar apenas bandas brasileiras somente por elas serem daqui, mas eu penso que esta mais do que no momento de se criar uma estrutura de apoio a shows principalmente para as bandas. Eu respeito muitas bandas do Underground brasileiro. Eu me identifico muito ainda com a velha sonoridade brasileira a lá Sarcófago, apesar do Mythological Cold Towers, se situar num universo musical diferente. As bandas que aliam sua musicalidade a verdadeiros sentimentos, principalmente sentimentos obscuros, fortes e que enaltecem o elo do homem, com a escuridão e seus significados por trás do céu. Eu aprecio as velhas bandas: Lamentation (RIP), Execration (RIP), Sarcófago, Necrófago (RIP), Attomica (RIP), e as novas Corpus Christi, Bestymator, Miasthenia, Mausoleum, Serpent Rise, As Vampiric Shades..., Crux Caelifera, Great Vast Forest, Impurity, As the Shadows Fall, Umbraculum Funebris, Pactum, Funerum Mortis Sculptum, Morcrof, Mystifier (old), Posthumous, Profane Creation e alguns outros, eu gosto de citar nomes de bandas brasileiras, pois como você pode observar, muitas bandas/caras parecem ter medo de cita-las, não acha? Nunca citam.... ficam com meias palavras, sempre dizem em falso tom solene "Que oh!! Há bandas boas, mas blá, blá, blá", e nunca conseguem ter um ato nobre de cita-las ficam fazendo reservas.... todo o mundo, digo mundial, sabe que temos bandas ótimas, só o publico brasileiro que ainda não viu isso!!! Estou farto de toda esta auto-renúncia. Claro que há a questão pessoal de gosto e ideal, cada qual com o seu, mas veja um exemplo, todos nós sabemos que o Miasthenia é uma grandiosissíma banda, que o Corpus Christi é uma lendária banda de Black Metal, que sempre foi vinculada com aquela veia antiga, tipo Sarcófago e de extremos ideais, que o Serpent Rise, tem uma sonoridade única, que as bandas obscuras do interior de São Paulo e do Brasil, massacram qualquer banda do exterior (mas ninguém diz isso), faltando apenas uma promoção e uma produção digna, além de tudo isto todas estas bandas lutam contra os infortunos de não terem uma aparelhagem e dinheiro para os seus projetos e mais do que isto lutam uma luta estranha contra boa parte de um publico brasileiro modista, ingrato, injusto que fica de quatro para os lixos do exterior e pisam em nossas poderosas bandas. Por isso basta de seres escravos! O limiar da exaustão já chegou, ou nossa cena brasileira verdadeiramente toma pra si, o verdadeiro trono, ou verá ainda de joelhos o triunfar dos cenários poloneses, noruegueses etc. Salve o poder de nossas obscuras criações brasileiras, sinto o desabafo, mas esta é a verdade que muitos querem esconder....

Mythological Cold Towers (Live) Agora os planos para o futuro, eu sei que é muito cedo para falar sobre isso, mas vocês já possuem materiais novos compostos? Previsão de um novo lançamento? Haveria chances do debut Cd "Sphere of Nebadom", ser relançado por outra gravadora? Talvez com melhor produção e divulgação?
(Samej) Sim, nós estamos compondo odes de um monumental pessoais, serão ainda músicas mais épicas e aterradoras que serão uma visão ainda mais aprofundada de nossas sólitas viagens. Talvez as gravações comecem em Maio/Abril (Nota do redator: esta entrevista ocorreu em Janeiro desse ano). Quanto à "Sphere", ele talvez sairá ainda numa versão Digipack, pois há uma procura enorme por este nosso 1.º Cd. Veremos.

Agora como sempre fizemos desde a nossa primeira edição, você poderia fazer um Play-List com seus 10 álbuns favoritos e se possível comentando algo a respeito de cada um deles?
(Samej) É difícil, tenho escutado muitas coisas nestes anos todos, mas vamos tentar.
1. "Hammerheart" (Bathory). Épico e poderoso.
2. "To Mega Therion" (Celtic Frost). Escuro e majestoso.
3. "Tale of Creation" (Candlemass). Perfeito peso e musicalidade.
4. "Abomination of Desolation" (Morbid Angel). Death Metal obscuro e infernal.
5. "Under the Sign of Black Mark" (Bathory). Um épico infernal.
6. "The Sun of Typhareth" (Absu). Uma negra viagem.
7. "Inri" (Sarcófago). O mais destruidor dos álbuns.
8. "Pleasure to Kill" (Kreator). "Avassalador".
9. "Streams from the Heavens". (Thergotron). Frio e insólito.
10. "As the Flower Whiters" (My Dying Bride). Tenebrás e horror.
Há muitos álbuns que ficaram de fora, mas na minha mente vieram me estes.

Eu e o restante do Secrets of the Moon Zine, agradecemos o Mythological Cold Towers pela entrevista e se possível deixem uma mensagem.
(Samej) Posso agora levantar a máscara do Puma em prantos, aureolada de cabeças de Condor real e beber o sangue quente dos inimigos nas chwas. Triunfo a vocês Roberto, Ronaldo e Flávvio do Secrets of the Moon Zine.

Contato: Somber Music - Cláudio - Caixa Postal 2989 - Osasco - SP -
CEP: 06114-990 - Brasil
E-mail: somber@albnet.com.br
Mythological Cold Towers - Caixa Postal: 7502 - CEP: 06296-990 - Vila dos Remédios - Osasco - São Paulo - Brasil
(Não esqueça de enviar um selo de 1º Porte para resposta)