(NOTA: 9.5/10)
O Internal Suffering é uma espécie de Krisiun da Colômbia, sendo a banda de Brutal Death Metal mais influente e festejada de seu país, com muitos fãs e álbuns lançados por gravadoras relevantes do underground, mas tenho certeza que só agora a banda vai ter o reconhecimento que merece, e vários fatores contribuem para tal acontecimento. O primeiro é a produção. Ter Erik Rutan (Hate Eternal) produzindo seu álbum faz a diferença, assim como o já citado Krisiun fez em seu aclamadíssimo Conquerors of Armageddom.
Choronzonic Force Domination tem tudo perfeitamente balanceado, sem nada sobrar, como triggers ou excessos de distorção inadequados, tornando a audição extremamente empolgante.
Outro fator decisivo para o sucesso desse álbum é a enorme maturidade adquirida pelas grandes turnês e anos de experiência, transformando o som de apenas Brutal Death Metal clichê para uma monumental aula de brutalidade. O Internal Suffering é praticamente outra banda (no bom sentido) nessa nova fase, com composições que despejam grandes riffs de forma incessante, além de uma inédita dose de musicalidade e ordem, tornando tudo cativante e brutalíssimo. Os riffs do álbum são quase sempre dissonantes, cheio de construções diferentes que chegam a intrigar. O terceiro fator que deve ser comentado é o abandono do vocal estilo extremamente urrado, adotando um ultra gutural extremamente agressivo, porém muito mais audível, permitindo até a compreensão das letras, coisa rara nesse nicho do Death Metal. Com certeza isso atrairá pessoas que não apreciam a linha "ultra-low" do passado.
Não me levem a mal, mas Choronzonic Force Domination é mais "lento" que o anterior Chaotic Matrix (parece até brincadeira chamar isso de "mais lento", um ícone de brutalidade e velocidade), no sentido de caos e perda de sentido das músicas, pois como citei, agora tudo está ordenado e bem estruturado, além do baterista Dr. Grinder ter uma pegada diferente de Edwin, o dono das baquetas em Chaotic Matrix. Mas nem pense em pouca velocidade, pois tudo é imensamente rápido durante todo o andamento do álbum.
Existem até refrões extremamente cativantes, durante alguns riffs mais slam, como em "Baphomet Invocation", "Dragon´s Rising", "Orbiting Chaosphere" e "Summon the Gods of Chaos", tornando o Internal Suffering capaz de entrar ao hall das grandes bandas de Death Metal da atualidade.
Não poderia deixar de falar do grande conceito lírico do álbum, onde nos sentimos teletransportados para uma dimensão paralela, dominada pelas entidades descritas por H.P. Lovecraft em sua versão do Necronomicon, regadas à um toque marcante de magia enochiana, que exploram os aethyrs nas letras, assim como o Centurian já fez nos álbuns Choronzonic Chaos Gods (Será que o Internal Suffering tem Centurian como influência?) e Liber Zar Zax, além do toque de Formulas Fatal to the Flesh do Morbid Angel.
Todas essas descrições só servem para obrigar todos os fanáticos por "pure blasting brutality" a ter essa nova peça infame criada pelo Internal Suffering. Uma ótima e inevitável pedida. (Flavvio)