(NOTA: 10/10)
O Odious Mortem é uma banda extremamente jovem, que em sua breve carreira já conquistou, além de um nível de musicalidade estrondoso, um contrato com a gravadora especializada em Death Metal, Unique Leader Records. É impressionante o contraste entre a aparência dos membros do Odious Mortem e a música em si (mas uma vez, a prova de que o aspecto visual não significa nada se o som não cumpre seu papel), sendo todos pós adolescentes com semblantes extremamente simpáticos (dêem uma checada nas fotos da banda). O produto final de Devouring the Prophecy é o que importa, e podemos nos sentir presenteados com o esforço desses jovens artistas do Death Metal.
O Odious Mortem é a continuação óbvia do que bandas contemporâneas fazem, principalmente das que pertencem ao cast da Unique Leader, como o Deeds of Flesh e Decrepit Birth, com aquela enxurrada tonelar de riffs técnicos, vocais extra-guturais, grande variação de tempos e compassos e bateria desumana. Falando em bateria, essa (só pra variar) é um dos pontos fortes do álbum. O baterista, apesar de muito jovem e franzino, é um verdadeiro monstro atrás de seu kit, devastando alguns ritmos que desafiam toda e qualquer compreensão humana, além da espantadora velocidade dos bumbos e blast-beats, sem contar sua dinâmica, precisão e maturidade, impressionando a cada segundo que se passa. Tão impressionante que ele é o novo baterista do já mencionado Decrepit Birth, substituindo ninguém menos que Tim Yeung, um dos melhores bateristas do Death Metal atual. Outro fator assustador desse álbum é o complicadíssimo emaranhado de riffs dissonantes e cuidadosamente picotados e obliterados por uma distorção pesadíssima. Fantástico.
A produção é bem característica, com cordas afinadas vários tons abaixo e triggers estalando os bumbos, do jeito que qualquer produção de Brutal Death Metal deve ser, cortesia de Matt Sotelo (Decrepit Birth), quem comandou a mesa e fez um trabalho primoroso. Não existem músicas que se destaquem entra a complexa massa sonora, mas "Caverns of Reason" e "Golden Excretion" são hinos natos. Existem fatores que não permitem que Devouring the Prophecy ganhe a nota máxima. A capa e o encarte desmerecem o som, além da curtíssima duração do álbum (mais ou menos 23 minutos), deixando a sensação de "quero mais"...
Mas esse álbum é um verdadeira necessidade à qualquer fã do estilo. (Flavvio)
