(NOTA: 10/10)
É incrível e impressionante constatar que algumas das
melhores bandas de Death Metal da atualidade fazem parte
do cast do selo americano Unique Leader. Parece que os
donos (Erik Lindmark do Deeds of Flesh) só contratam
uma banda se a mesma puder quebrar muitas barreiras em
todos os quesitos.
Quebrar barreiras e paradigmas......parece que é para
isso que o fabuloso Psycroptic veio ao mundo......trazer
algo realmente novo, instigante e "psicótico" ao
mundinho do Death Metal.
Bestialidade e imbecilidade seria chamá-los de puramente
Death Metal (confira entrevista exclusiva do Secrets of
the Moon com o baterista Dave), pois todos as
tendências do Metal estão aqui dosadas de forma
escandalosamente brutal e agressiva.
Daí você pode pensar: 'Existem milhares de bandas que
fazem o mesmo!!!'.... com certeza, mas nenhuma consegue
fazer isso do jeito do Psycroptic.
Eles não tem nenhuma restrição, nenhum preconceito,
nenhuma limitação em inserir um riff totalmente fora do
padrão do Death Metal se o mesmo soar interessante. Essa
parece ser a fórmula.... mas não é tão simples assim.
A complexidade dessas composições é um paralelo a
extrema qualidade dos músicos, e parece ser uma difícil
equação a ser resolvida, ou talvez contenha a mesma
dificuldade de ser absorvida de um tratado de semiótica
de Pierce ou uma obra de arte dadaísta. Abstrato,
confusamente complexo e intenso.
Como pessoas tão jovens conseguem alcançar um nível tão
alto de técnica, criatividade e maturidade?
Incrível, para ser o milagre da inspiração.
"The Colour of Sleep" (clássico para mim) é o som de
abertura que é um resumo do álbum e um perfeita amostra
do que é o Psycroptic. Contemos depois maravilhas
como "Psycrology", "Skin Coffin", "Cruelty Incarnate",
Planetary Discipline" (essa é perfeita!!!) e a épica e
festiva "The Scepter of Jaar-Gilon", todas perfeitas e
únicas.
Outro fator que diferencia o Psycroptic de 99,9% das
bandas por aí é a extrema criatividade lírica, que na
verdade não chamaria de letras, mas sim de rapsódias
anti-diluvianas (se isso existisse é claro..).
Dê uma olhada nesse trecho da faixa nove "The Scepter of
Jaar-Gilon": ' Longe desse mundo jaz Sistema de Sete
planetas, seis habitados, e todos estão girando em torno
de um sol chamado Hzkol'.........
Enfim, nada já explorado ou pensado por qualquer cabeça
pensante do Death Metal.
É por isso e por mais um milhão de motivos que "The
Scepter of the Ancients" é um álbum único, em todos os
sentidos dessa palavra.
Se você se sentir apto, corra atrás de sua cópia mas não
será fácil.... (Flavvio)
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