ONDE ESTARÁ O PEIXE

Existem peixes, como a piraíba (grande peixe de couro de água doce) que frequentam o canal do rio,  outros, como o dourado (peixe de escamas das Bacias do Prata e São Francisco), preferem as corredeiras. Já espécies como o Jaú preferem os poções profundos. A noção dos hábitos alimentares e de vida do peixe desejado irá influir na escolha do pesqueiro. Um rio de curso rápido usualmente apresenta poços, estreitamentos, raseiras, corredeiras e, às vezes, quedas d'água.

Cada tipo de peixe possui seus locais prediletos, mas existem lugares onde quase sempre com certeza encontramos alguma espécie de peixe. Troncos de árvores caídas, pedras ou galhadas junto a uma das margens geralmente causam redemoinhos na parte que fica à jusante (rio abaixo). Este redemoinho concentra o alimento e o entrega ao peixe "de bandeja". O peixe é encontrado normalmente em locais onde existe alimento em abundância com segurança. Concentram-se muitas vezes debaixo de quedas d'água ou em poços profundos onde se convergem grandes quantidades de alimento. Quem já olhou com atenção a curva de um rio, certamente reparou que na parte de fora da curva o rio se aprofunda e na parte interna (margem oposta) o rio se espraia. Em rios de planície, onde a correnteza não apresenta grande velocidade, a margem onde a profundidade é maior, constitui-se num dos melhores pesqueiros que se pode achar no rio, principalmente se é sombreada por árvores. Em tais locais o peixe encontra abrigo e proteção abundantes.

Espécies como o Pintado da bacia do São Francisco, podem ser encontrados com freqência nos "pés de banco" que contornam as raseiras. Ao anoitecer tais carnívoros ficam à espreita de uma presa descuidada que se aventure a ir para maiores profundidades.