Aborto Parte Final



Um trecho interessante é este:

"Qualquer movimento de mulheres que não recheasse sua plataforma de reivindicações gerais ligadas ao trabalho, à miséria, às questões sócio-econômicas e políticas do país seria considerado inoportuno, incoveniente e divisionista." (Mariska Ribeiro, citada por Leila Linhares)

O que isto quer dizer? Que elas assumiam a luta contra a miséria apenas como forma de galgar posições para atingir seus objetivos que, como vimos, eram omitidos? Seria a luta por melhores condições de trabalho apenas uma fachada e um embuste para legitimar um movimento que tinha medo em revelar suas posições? Em que devemos confiar, se este movimento não tem a hombridade de assumir as suas posições? São mentiras dentro de mentiras...
Montaigne, no seu ensaio "Dos mentirosos", dizia:
"Na verdade, mentir é um vício odioso. Somente pela palavra é que somos homens e nos entendemos." (Livro I, cap. IX)

O panorama que se vai abrindo a nossos olhos deixa-nos ver como tais entidades atuam em busca de seus objetivos: omitem informações, fazem alianças segundo conveniências imediatas, tomam para si causas boas desde que lhes sejam úteis, etc. Como confiar em tais pessoas?

IV - Concluindo...

Mas qual a importância de sabermos como atuam estas "feministas"? Por que deveríamos nos preocupar em conhecer as suas táticas ao abordar a questão do aborto?
Em primeiro lugar, devemos conhecer a arrogância destes grupos que tomam para si o direito de falar em nome das mulheres em geral, quando na verdade o que fazem é advogar em causa própria tentando impor sua visão deturpada de liberdade individual.
Depois, devemos estar alertas para que não sejamos impressionados com a "força" de seus argumentos. Como exemplificação lembremos o caso de permitir o aborto por mal-formação do feto... Por que projetos deste tipo, que tramitam na Câmara dos Deputados, têm o apoio das "feministas"? Ingenuamente diríamos que talvez elas estivessem buscando uma acomodação devido à impossibilidade concreta da legalização do aborto no Brasil. Mas a realidade é bem outra:
"(...) o único valor da proposta de lei sobre o aborto com indicação embriopática (...) a partir do ângulo da integridade e autonomia das mulheres, reside no fato de ampliar o leque de possibilidades de abortamento, como etapa tática para alcançar, dentro de uma estratégia de luta, a liberação mais ampla dos casos permitidos na lei para a interrupção da gravidez." (Danda Prado, citada por Leila Linhares)

Neste pequeno trecho cai por terra toda a piedade, toda a compaixão que as "feministas" demonstram pelas pobres mães que carregam dentro de si um feto mal-formado. Elas mesmas chamam de "etapa tática" a ação que nós talvez imaginássemos como profundamente humanitária. Maquiavelismo puro e simples! Não devemos nos deixar enganar: a real intenção destes grupos é conseguir a legalização do aborto a qualquer custo. Qualquer ação que nos pareça de menor alcance tem como fim último ir enfraquecendo a posição contrária da sociedade até o ponto em que aceitemos a legalidade do aborto.
Para finalizar, uma pequena mensagem para as mães que, junto com os bebês não-nascidos, estão no centro desta difícil questão:
"É fácil fazer mal; isso não exige muita coragem. Fazer bem sem correr riscos é coisa vulgar. Mas fazer bem, quando há perigo em o fazer, é próprio do homem virtuoso." (Metelo, citado por Montaigne no ensaio "Da Crueldade")


PORTO ALEGRE, 30 DE AGOSTO DE 1997-

O aborto e as eleições
por Áureo Martins Fulgêncio
"Antes mesmo de te formares no ventre de tua mãe, Eu já te conhecia; antes que saísse do seio, Eu já havia te consagrado."(Jr.1,5)
O Dr. Bernard Nathanson, um dos principais promotores da legalização do aborto nos EE.UU., conhecido como "rei do aborto", depois de haver praticado mais de cinco mil abortos, teve uma radical mudança por motivos científicos, declarando: "Dramaticamente tenho de reconhecer que o feto não é um bocado de carne: é um paciente".
Hoje os defensores do aborto propagam e justificam a prática do aborto por já haver sido realizado no Brasil mais de 4.500 mil abortos clandestinos. Como podem precisar esta cifra, se alegam ser clandestinos? O "rei do aborto", nos Estados Unidos, confessou que prevaricava ao alegar que morriam, a cada ano, naquele país, de 10 a 15 mil mulheres, vítimas do aborto provocado, enquanto ele sabia que não era mais de 300 vítimas. Este médico, na Associação Nacional para Revogação das Leis Contra o Aborto, criou frases de impacto como: "A mulher tem direito ao domínio de seu próprio corpo"; "liberdade de escolha"; "há conspiração católica", etc. Aqui no Brasil, além destes slogans, os abortistas acrescentam que o rico pratica o aborto quando quer, mas a mulher pobre não tem dinheiro para abortar sem risco de vida. Assim sendo, querem os abortistas igualdade de direito para que o pobre possa praticar o aborto nos hospitais públicos.
Vamos contrapor a estes falsos slogans:
1)Direito de domínio de seu próprio corpo: Sabe-se que o feto não é uma parte da mãe. "Quando o feto se implanta na parede do útero, o sistema imunológico materno reage para expulsá-lo, mas o feto embora esteja dotado de um sistema natural de defesa, não consegue, às vezes, sua permanência, sendo expulso, ocorrendo assim o aborto natural".
Onde está o direito à vida proclamada pela nossa Constituinte e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos? E o que faz a UNICEF pelas indefesos e inocentes nascituros ?

2)Aborto terapêutico: O ginecologista e presidente do movimento Profeto de Pirassununga declara que não existe o aborto "necessário", logo o artigo 128, inciso I do Código Penal é totalmente inócuo, para os médicos fiéis a seu juramento profissional.
Paulo VI em sua encíclica Humanae Vitae ensina que "nunca é licito fazer o mal para que daí possa provocar o bem". Assim não se pode aceitar o argumento de que é necessário sacrificar uma vida para salvar a da mãe. O fim não justifica os meios. Se, porém, um médico na impossibilidade de salvar mãe e filho, como no caso de um tumor cancerígeno no útero, pode e deve salvar uma das vidas. É, por exemplo, o caso de um salva-vidas que, encontrando-se impossibilitado de salvar duas ou mais pessoas que se encontram afogando, deve salvar uma das pessoas, sem que com isto ele esteja provocando a morte dos outros... Aqui, se houve um mal, este não foi praticado, mas, quando muito, tolerado por efeito secundário de uma boa ação.
3)Número de abortos: Se o número de abortos praticados clandestinamente é o argumento para legalizá-lo, então está na hora de lutarmos pela legalização da droga, da corrupção, do crime de colarinho branco, pois estes crimes também ainda são incontroláveis em nosso país.
Além das conseqüências físicas que surgem às mulheres que praticam o aborto, há as seqüelas de natureza psicológica como sensação de perda, culpa, insatisfação, tristeza profunda, remorso, depressão, insegurança, desequilíbrio emocional, hostilidade, distorção do instinto maternal e frustração.
Argumentam os abortistas que o estupro é uma violência à vítima, mas reafirmamos que a segunda violência será o aborto que é um holocausto silencioso.
Nos Estados Unidos, dos 1.500.000 de abortos praticados por ano, somente são conseqüência de estupro cerca de 200, isto é 0,013%, enquanto dois milhões de casais esperam, sem sucesso, por adoção de bebês.
Cerca de 70% da população do globo vive em países que aceitam o aborto. A eliminação de vitimas indefesas supera, a cada ano, os 50 milhões. Hoje o seio materno está tornando um lugar mais perigoso do que os campos de concentração e de batalha, pois ali os inocentes são torturados e arrancados criminosamente, para, muitas vezes, serem vendidos a certas indústrias farmacêuticas, para elaboração de cosméticos.
"O Senhor abomina as mãos que derramam sangue inocente"(Prov.6,17) Precisamos matar nossa consciência para aceitarmos o aborto, afirma Madre Teresa de Calcutá.
Num primeiro momento , nossos legisladores tentam aprovar o aborto por estupro ou mal formação, para mais tarde apresentarem outros anteprojetos como infanticídio, eugenia, seleção de raça, como vem acontecendo há cinco décadas na Suécia, conforme notícias recentes da imprensa. Esta nação inspirou a Hitler na seleção de raça e eugenia, praticando o holocausto aos indefesos judeus. Outras nações européias têm seguido a Suécia., esterilizando as pessoas menos dotadas.
Os defensores do meio ambiente conseguiram leis para proteger a natureza, rios, mares, florestas e fauna, chegando a considerar-se crime inafiançável a derrubada de uma árvore. No entanto há mulheres privilegiadas pelo dom da maternidade que procuram, como legisladoras ou agentes, atentar contra a vida de seu semelhante, seus próprios filhos, inocentes e indefesos.
Católicos, evangélicos, judeus e outros partidários da palavra de Deus, contida na Bíblia, devem ficar atentos para evitarem a reeleição de legisladores, favoráveis a leis como a do aborto, da eutanásia, da parceria civil, pois estes estão certos de que não serão reeleitos se uma dezenas desses projetos forem apresentados agora antes das eleições.
Sigamos o exemplo recente da Colômbia, onde a senadora Piedad Córdoba foi derrotada pelo Senado com seu projeto de lei a favor do aborto ou tomamos como exemplo a autenticidade do Sr. Ministro da Saúde, Dr.Carlos César da Silva Albuquerque, que pronunciou ser contra o aborto por princípios moral, religioso e ético profissional.
Áureo Martins Fulgêncio - Farmacêutico Bioquímico Porto Alegre -RS
A INJUSTIÇA LEGALIZADA.

Se uma lei considera o nascimento como um fato mágico a partir do qual alguém é uma pessoa de direito, então não existe homicídio onde ainda não existe pessoa? Mas onde e quando existe pessoa?
Nossos atuais conhecimentos científicos permitem-nos sustentar com certeza que a vida do ser humano começa no instante da fecundação. Sabemos que desde a fecundação, ou, ao menos, desde a implantação do blastócito na parede do útero, existe um ser humano com código genético perfeitamente diferenciado, original e próprio, em relação ao organismo e ao código genético do corpo da mãe. Em termos biológicos e genéticos, não é a mãe que transforma as suas células em células do novo ser. É o embrião que empreende, com uma força vital irresistível, essa construção que se alberga no seio da mãe. Com grande tenacidade instala-se nas paredes esponjosas com tal força fisiológica, que chega a interromper a ovulação da mãe. É desde as primeiras horas que esse ser humano, absolutamente independente do corpo da mãe, comanda o seu próprio desenvolvimento e até o seu momento de nascer. É, nas palavras de Jerome Lejeune (fundador da Citogenética Clínica), o verdadeiro e incrível Pequeno Polegar, que se instala no seio materno como o cosmonauta em sua cápsula espacial.
Que coisa, então, é abortada? O objeto do aborto não é o nada, mas uma vida humana concreta. Todos os seres humanos não nascidos existem e estão vivos antes do aborto. Os abortos são feitos precisamente porque estão vivos, pois caso contrário nasceriam. O objetivo do aborto é a supressão desses seres humanos concretos e determinados; uma injustiça cometida em nome de algo que nossa sociedade não consegue resolver. A alegação de solução para uma questão social (mães que precisam recorrer à clandestinidade, pondo em risco a sua vida) é de um cinismo cruel. A vida humana que se pretende suprimir não é a raiz do problema. Os casos-limite que se nos apresentam (estupro e integridade da mãe no caso de necessidade de tratamentos médicos) não nos dão o direito de suprimir deliberadamente uma vida humana. Nossa sociedade, nossos governantes, nossos cientistas, têm o dever de procurar um meio mais justo. Definitivamente, os fins não justificam os meios. Nossa sociedade tem que apresentar às mães estupradas uma solução mais justa. Nossos médicos, baseados em princípios éticos, dispõem de recursos semióticos e terapêuticos valiosos, que devem ser postos em prática ( o tratamento da mãe que põe em risco a vida do feto é ético, o aborto terapêutico não o é). A ilicitude do aborto é inquestionável, sob a luz do Direito Natural ( não precisamos entrar em questões religiosas); resulta do dever de respeitar a vida, do direito à vida de todo ser humano.
Será que o Estado, através de seus governantes e legisladores, deixou de ser o elemento ordenador da sociedade, aquele que chama à razão em nome do bem de TODOS, incumbido de canalizar e potenciar as verdadeiras aspirações do corpo social, para ser apenas o cúmplice e o instrumento todo-poderoso desse "nivelamento por baixo"?
Maurício V. de Uzêda

Trechos extraídos do livro "ABORTO E SOCIEDADE PERMISSIVA", Pedro Juan Viladrich, Edit. Quadrante
William Murat - willmurat@oocities.com - última modificação: 12/07/1997


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