Cartas a Verí
Com o passar do tempo, o silêncio que se faz de tua voz me deixa
inquieto, ansioso por esperar o momento em que seus lábios irão tocar os
meus. Vejo no horizonte a beleza da natureza que nos separa, nas flores
o perfume que lhe torna ainda mais inesquecível, no espelho um rosto
cansado e solitário que deseja estar ao seu lado. Com cartas te falo,
pelo telefone te ouço, pelas fotos te vejo, mas como é que te beijo?...
Tanta solidão só serve de inspiração para que eu possa lhe escrever de
coração coisas que só ele sente nestes dias tão quentes que me incomodam
tanto. Dores e lágrimas me ajudam a não esquecer seu rosto, seu corpo,
seus gostos, suas manias e até o dia em que caíra em meus braços e
adormecera em meus beijos.
Pelo reencontro espero, com paciência, mas com a consciência de que a
distância um dia não existirá.
Régis Márcio