Resource Description Framework (RDF) Schema Specification
Especificação do Esquema da Estrutura de Descrição de Recursos

Proposta de recomendação W3C 3 março de 1999



EDITORES

Dan Brickley
R. V. Guha



STATUS DESTE DOCUMENTO

A publicação de uma Proposta de Recomendação, não implica aprovação pelos membros do W3C. Este é um documento esboço e pode ser atualizado, substituído ou se tornar obsoleto por outros documentos, em qualquer tempo. É inadequado citar Esboços do W3C, como outra coisa que não seja "trabalho em progresso".

A Estrutura de Descrição de Recursos é parte da Atividade de Metadados do W3C. A idéia desta atividade, e especificamente do RDF, é produzir uma linguagem que descreva recursos na Web e seja compreensível por máquina.



1. INTRODUÇÃO

O RDF é uma base para o processamento de metadados; ele providencia interoperabilidade entre aplicações, que trocam informações compreensíveis por máquina, na Web. RDF enfatiza facilidades para habilitar processamento automatizado, de recursos da Web. RDF pode ser usado em uma variedade de áreas de aplicação; por exemplo: na descoberta de recursos, afim de providenciar máquinas com melhor capacidade de pesquisa; na catalogação das descrições de conteúdo e dos relacionamentos entre conteúdos disponíveis em um particular site da Web, página ou biblioteca digital, através de softwares de agentes inteligentes para facilitar compartilhamento e troca de conhecimentos; na avaliação de conteúdo; na descrição de coleções de páginas que representam um único "documento" lógico; para descrever direitos de propriedade intelectual de páginas Web e para expressar as preferências de privacidade de um usuário bem como as políticas de privacidade de um site da Web. RDF com assinaturas digitais serão a chave para a construção da "Web de Confiança", para comércio eletrônico, colaboração e outras aplicações.

Descrições usadas por estas aplicações, podem ser modeladas como relacionamentos entre recursos Web. O modelo de dados do RDF, como especificado em [RDFMS], define um modelo simples para descrever interrelacionamentos entre recursos em termos de propriedades e valores nomeados. Propriedades RDF podem ser pensadas como atributos de recursos e este sentido corresponde aos pares atributo-valor tradicionais. As propriedades RDF, também representam relacionamentos entre recursos. Como tal, o modelo de dados do RDF pode portanto, parecer-se com um diagrama entidade-relacionamento. O modelo de dados do RDF, entretanto, não providencia mecanismos para declarar estas propriedades, também não providencia qualquer mecanismo para definir os relacionamentos entre estas propriedades e outros recursos. Isto é função do Esquema RDF.

Descrições de recursos de comunidades, requerem a habilidade para dizer certas coisas, a respeito de determinados tipos de recursos. Para descrever recursos bibliográficos, por exemplo, possíveis atributos descritivos incluem "autor", "título" e "assunto", que são comuns. Para certificação digital, atributos como "checksum" e "autorização" são frequentemente requeridos. A declaração destas propriedades (atributos) e suas semânticas correspondentes são definidas no contexto do RDF como um esquema RDF. Um esquema não define apenas as propriedades dos recursos (Título, Autor, Assunto, Tamanho, Cor, etc.) mas podem também definir os tipos de recursos que estão sendo descritos (livros, páginas Web, pessoas, companhias, etc.).

Este documento não especifica um vocabulário de elementos descritivos, tais como "autor". Em vez disso, ele especifica os mecanismos necessários para definir tais elementos, definir as classes de recursos que podem ser usadas, restringir possíveis combinações de classes e relacionamentos e detectar violações destas restrições. Assim, este documento define um esquema de especificação da linguagem. Mais sucintamente, o mecanismo de Esquema RDF providencia um sistema de tipo básico para uso em modelos RDF. Ele define recursos e propriedades, tais como Class e subClassOf, que são usados na elaboração de esquemas, de aplicação específica.

O sistema de tipagem é especificado em termos do modelo de dados RDF básico - como recursos e propriedades. Assim, os recursos constituintes deste sistema de tipagem, tornam-se parte do modelo RDF, de qualquer descrição que os use. A linguagem de especificação do Esquema é uma linguagem de representação declarativa, influenciada por idéias de representação do conhecimento (redes semânticas, quadros, lógica do predicado), bem como linguagens de especificação de esquemas de banco de dados (NIAM) e modelos de dado gráfico. A linguagem de especificação do esquema RDF é menos expressiva, mas muito mais simples de implementar, do que linguagens de cálculo de predicado completas, tais como CycL[CycL] e KIF[KIF].

RDF e a linguagem do Esquema RDF foram também baseadas na pesquisa de metadados, da comunidade da Biblioteca Digital. Em particular, RDF adota um paradigma modular para metadados, nas mesmas linhas da Estrutura Warwick [WF]. RDF representa uma evolução do modelo Warwick Framework, na medida em que a Warwick Framework permitia a cada vocabulário de metadados ser representado com uma sintaxe diferente. No RDF, todos os vocabulários são expressos dentro de uma sintaxe e modelo únicos, bem definidos. Isto permite uma mistura de partículas finas de vocabulários processáveis por máquina, e direciona a necessidade para criar metadados para declarações, as quais podem ser redigidas sobre múltiplos vocabulários que são gerenciados de um modo descentralizado, por várias comunidades de peritos.

Esquemas RDF podem ser comparados com Definições de Tipos de Documentos XML (DTDs). Ao contrário de uma DTD XML, a qual dá restrições específicas sobre a estrutura de um documento, um Esquema RDF providencia informação sobre a interpretação das declarações dadas, em um modelo de dados RDF. A sintaxe RDF/XML, providencia considerável flexibilidade na expressão sintática do modelo de dados. Um esquema sintático sozinho não é suficiente para os propósitos do RDF. Esquemas RDF podem também especificar restrições de consistência, que devem ser seguidas por estes modelos de dados.

1.1 Escopo

A especificação do Esquema RDF não é requerida por questões teóricas, mas na solução de um pequeno número de problemas imediatos. Seus criadores esperam que outros problemas (alguns dos quais são ilustrados nos exemplos abaixo) compartilhem características similares e que eles também podem estar habilitados a usar as classes básicas, descritas nesta especificação.

A especificação do Esquema RDF foi diretamente influenciada por reflexões a respeito dos seguintes problemas:

1.1.1 Plataforma para Seleção de Conteúdo da Internet (PICS)

O modelo e a sintaxe RDF é adequado para representar rótulos PICS [PICS], entretanto ele não providencia um mapeamento de propósito geral dos sistemas de avaliação PICS dentro de uma representação RDF. Tal mapeamento é apresentado na seção 7.

1.1.2 Metadados Simples da Web

Uma aplicação obvia para RDF está na descrição de páginas da Web. Esta é uma das funções básicas da iniciativa do Núcleo Dublin [DC]. O Dublin Core é um conjunto de 15 elementos que acredita-se ser em geral aplicável para a descrição de recursos Web, afim de habilitar a descoberta dos mesmos. O Dublin Core tem sido a maior influência no desenvolvimento do RDF. Uma importante consideração no desenvolvimento do Dublin Core foi não só permitir simples descrições, mas também providenciar a habilidade para qualificar descrições em ordem para providenciar elaboração de domínio específico e precisão descritiva.

A especificação do Esquema RDF providencia um sistema compreensível por máquina para definição de "esquemas" de vocabulários descritivos como o Dublin Core. Ela permite aos projetistas especificar classes de tipos de Recursos e propriedades para exprimir descrições daquelas classes, e restrições a respeito das combinações permitidas de classes, propriedades e valores.

Um esquema inicial para o simples Dublin Core é providenciado no Apêndice B. Este esquema define os 15 elementos como propriedades e dá uma descrição de seus propósitos. A despeito da simplicidade da definição, acredita-se que este esquema sirva como a fundação para definições mais elaboradas. Futuras extensões para o Dublin Core serão comumente para especificar a estrutura de valores das propriedades, as quais envolverão definições de classes, as propriedades que se aplicam para estas classes e algumas restrições nos valores das propriedades. Em ordem; para navegadores e ferramentas de autoria entenderem e fazerem cumprir estas restrições, esta informação deve ser compreensível por máquina. Este documento providencia uma linguagem de esquema compreensível por máquina para expressar tais definições e restrições.

1.1.3 Mapas de Sites e outras ferramentas de navegação

Um mapa de site é uma descrição hierárquica de um site da Web. Um assunto da taxonomia é um sistema de classificação que pode ser usado pelos criadores de conteúdo ou terceiros de confiança para organizar ou classificar os recursos da Web. A especificação do Esquema RDF providencia um mecanismo para definição de vocabulários necessários para tais aplicações.

Esquemas de classificação de enciclopédias e bibliotecas são exemplos bem conhecidos de sistemas hierárquicos para representação de assuntos taxonômicos em termos de relacionamentos entre conceitos nomeados. A especificação do Esquema RDF providencia recursos suficientes para criação de modelos RDF que representem a estrutura lógica de enciclopédias (e outros sistemas de classificação de bibliotecas).

1.1.4 P3P

A Plataforma para Projeto de Preferências de Privacidade W3C (P3P) requer uma gramática para construção de declarações sobre habituais coleções de dados de sites e preferências pessoais exercidas nestes dados, bem como uma sintaxe para troca de dados estruturados. A habilidade para providenciar garantia por parte de terceiros (declarações assinadas) com relação a práticos P3P é também importante. Por exemplo, entidades podem desejar certificar-se que declarações práticas de P3P foram apropriadamente geradas de acordo com os princípios da indústria, tem sido fiscalizados ou estão de acordo com regras de privacidade relevantes.

Embora coleções práticas de dados pessoais possam ser descritas usando etiquetas para uma aplicação XML específica, há benefícios ao se usar um modelo de metadados genérico para estes dados. Usando um esquema de metadados que descrevam a estrutura formal de descrições práticas de privacidade que permitirão dados práticos de privacidade serem usados junto com outros metadados em uma consulta durante a descoberta de recursos e permitirão um software de agente genérico para atuar sobre metadados de privacidade usando as mesmas técnicas em conformidade com as usadas emr outros metadados descritivos.

1.2 Especificando o Esquema

Um esquema RDF pode ser expresso pelo modelo de dados descrito na especificação do Modelo e Sintaxe RDF [RDFMS]. A linguagem de descrição do esquema é simplesmente um conjunto de recursos e propriedades definidos pela especificação e implicitamente parte de cada modelo RDF que está usando este mecanismo de esquema.

Este documento especifica o mecanismo de Esquema RDF como um conjunto de recursos RDF (incluindo propriedades) e restrições em seus relacionamentos.

1.2.1 Versões e referências a URI

A Estrutura de Descrição de Recursos é desejada a ser flexível e facilmente extensível, isto sugere que uma grande variedade de esquemas serão criados e que novas e aperfeiçoadas versões destes esquemas serão uma ocorrência comum na Web. Desde que mudanças na estrutura lógica de um esquema arrisca quebrar outros modelos RDF que dependem daquele esquema, esta especificação recomenda que uma nova URI seja usada quando um esquema RDF é modificado.

Na realidade, mudanças nas declarações RDF as quais constituem um esquema criam um novo; novos namespace de esquemas devem Ter suas próprias URI para evitar ambiguidade. Desde que, uma URI de um Esquema RDF identifica sem ambiguidades uma simples versão de um esquema, o programa que usa ou gerencia RDF (p. exemplo: caches) deve estar habilitado para armazenar cópias de modelos de esquema RDF por um período indefinido. Os problemas da evolução do esquema RDF compartilham muitas características com o gerenciamento de versões da DTD XML e a problemática geral de versões de recursos da Web. Um paradigma geral destes assuntos está além do escopo desta especificação.

Desde que cada esquema RDF tem sua própria URI imutável, eles podem ser usados para construir referências únicas de URI para os recursos definidos em um esquema. Isto é alcançado pela combinação de identificadores locais para um recurso com a URI associada ao namespace daquele esquema. A representação XML do RDF usa o mecanismo do namespace da XML através da asscociação de elementos e atributos com referências URI para cada item do vocabulário usado.

Note que a URI formal correspondente ao namespace do Esquema RDF não foi ainda fixada. Para os propósitos deste documento nós usamos como uma URI temporária o identificador para o trabalho de esboço da especificação do Esquema RDF. O mesmo modelo é adotado aqui para a URI do namespace do Modelo e Sintaxe RDF. Consequentemente, estas URIs mudarão na versão final desta especificação.

1.2.2 Convenção sobre maiúsculas

De acordo com o Apêndice C.1 da Especificação do Modelo e Sintaxe RDF nós adotamos as seguintes convenções a respeito das maiúsculas dos nomes de classes e propriedades:

1. Nomes de classe tem a primeira letra maiúscula, por exemplo, rdfs: Resource. Palavras adicionais no nome da classe têm também sua primeira letra em maiúscula, por exemplo, rdfs: ConstraintProperty

2. Nomes de propriedades não tem a primeira letra em maiúscula, por exemplo, rdfs: domain. Entretanto, palavras adicionais no nome têm sua primeira letra em maiúscula, por exemplo, rdfs: subClassOf




OBS: Esta tradução pode conter erros ou ambiguidades, Seu propósito é meramente educacional e divulgador.

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