POLIOMIELITE


Poliomielite, ou paralisia infantil, é uma infecção viral aguda causada
 por um dos três poliovírus existentes. A infecção se transmite através
 do contato com um portador da pólio ou então com fezes humanas.
 Crianças na primeira idade são mais susceptíveis à doença e também os
 principais agentes de transmissão, mas os adultos. também podem 
contrair pólio. O vírus penetra no corpo através da boca e percorre o
 corpo através do sistema sangüíneo. Se ele invadir o sistema nervoso
 central, ataca os neurônios motores e pode causar lesões que resultam
 em paralisia ( poliomielite paralítica ). Os braços e as pernas são mais
 freqüentemente afetados. Na realidade todas as pessoas devem obrigatoriamente 
tomar contato com o vírus ou com anticorpos da pólio em alguma 
oportunidade, acionando o sistema imunológico do indivíduo, através
 dos linfócitos tipo B, sendo que os três tipos conhecidos do vírus 
não são mutáveis ( como o vírus HIV, por exemplo ) uma vez configurada
 a defesa imunológica ela permanecerá por toda a vida. A maioria dos 
casos de contato com os poliovírus não resultam em sintomas clínicos
 ou apenas em sintomas leves, como dor de cabeça, garganta dolorida 
e febre ligeira; a recuperação completa ocorre em 1 a 3 dias. 
Em casos de infecção grave ( quando o sistema nervoso central é 
invadido ), 50% dos pacientes também se recuperam completamente. 
Do restante, cerca da metade sofrem paralisia leve e os outros 
sustentam seqüelas severas e permanentes, algumas vezes necessitando
 de aparelhos ortopédicos para se locomoverem. A doença pode ser fatal
 no caso de infecção bulbar, quando a paralisia se desenvolve nos 
músculos da garganta e pode causar dificuldade respiratória através
 do retorno dos conteúdos gástricos; cerca de 80% dos pacientes assim
 infectados, no entanto, podem se recuperar através de tratamento.
 A poliomielite foi algumas vezes considerada uma doença dos países
 desenvolvidos, onde a higiene rigorosa reduziu a possibilidade de 
contato com o vírus durante a infância e por isso também reduziu a 
proteção proporcionada pelos anticorpos existentes no leite materno
 contra a doença, mas na realidade as taxas mundiais de ocorrência 
não demonstram esta seletividade. A Organização Mundial de Saúde 
( OMS ) vem conduzindo um programa de vacinação contra a poliomielite 
e outras doenças infantis comuns. Nos Estados Unidos, a descoberta 
e desenvolvimento de uma vacina para os três tipos de poliovírus.
 Por Jonas Salk e Albert Sabin nos anos de 1950, proporcionou uma
 redução dramática da incidência da doença. Nos anos de 1980. 
Despertou-se a preocupação quando os sobreviventes de longo tempo da
 doença começaram a reportar vários sintomas de dores nas articulações
 e nos músculos e crescente perda da força muscular com aguda atrofia
 dos membros afetados.



SÍNDROME PÓS-PÓLIO




Médicos americanos diagnosticaram, recentemente, em pacientes que 
sofreram poliomielite ou paralisia infantil na primeira infância, 
acompanhados até a idade adulta, um tipo de síndrome caracterizada
 pela perda gradual da capacidade do sistema nervoso central de
 recompor a energia despendida em atividades físicas, provavelmente
 devido à sobrecarga parar equilibrar a falta de neurônios destruídos
 na fase inicial da doença. A Síndrome Pós-Pólio, como foi denominada,
 se desenvolve de 30 a 35 anos após a fase aguda, sendo que a 
recomendação dos médicos para os pacientes é o inverso do que
 prescreviam até agora, isto é, em vez de ginástica e exercícios
 forçados, aconselham repouso e descanso para poupar energia, assim o
 processo degenerativo será mais lento. A Síndrome Pós-Pólio é, na 
verdade, um mecanismo de defesa do organismo, pois o esforço de
 portadores de seqüelas de pólio, para ter uma vida ativa é maior do
 que seria se não tivessem limitações físicas. Além disso, outros 
tipos de doenças, que não são associadas diretamente à pólio, como
 osteoporose, artrite reumatóide e mialgias, podem ser desenvolvidas
 a partir dessa idade, limitando ainda mais a atuação desses pacientes.
 Os médicos salientaram, entretanto, que a Síndrome Pós-Pólio não
 interfere no processo mental que engloba o raciocínio, a memória e 
a inteligência do indivíduo, restringindo-se ao aspecto locomotor e
 na geração de energia, reduzindo a intensidade do impulso muscular 
à partir do sistema nervoso central. Outro aspecto positivo é de que
 não interfere também na libido. Assim, aqueles que, com muito esforço,
 se reinseriram socialmente e superaram as limitações para alcançar 
independência, chegam a um estágio em que devem se dedicar preferencialmente 
a atividades intelectuais, que não requerem força bruta.



PEQUENAS BIOGRAFIAS

JONAS SALK




O microbiologista Jonas Edward Salk, nascido em Nova York a 28 de
 outubro de 1914, desenvolveu a primeira vacina eficiente contra a 
poliomielite. Salk e seus ajudantes desenvolveram uma vacina com
 polivírus inativo que promovia imunidade contra a pólio. Após testes
 de campo intensivos em 1953 e 1954, a vacina intramuscular 
rapidamente entrou em uso em 1955 e ajudou a reduzir a incidência da
 pólio até que a vacina oral foi introduzida por Albert Sabin em 1960.
 Salk se retirou das pesquisas biológicas em 1985, mas recentemente 
retornou ao trabalho no desenvolvimento de uma vacina contra a aids. 



ALBERT BRUCE SABIN




O microbiologista polonês-americano Albert Bruce Sabin, nascido a 
26 de agosto de 1906, morto a 3 de março de 1993, desenvolveu uma
 vacina oral com vírus vivo contra a poliomielite. Sabin nasceu em
 Biallystok, Polônia (então parte integrante do império russo), e 
foi com sua família para os Estados Unidos em 1921. Sabin devotou 
sua vida desenvolvendo vacinas para doenças graves. Colando grau em 
medicina na Universidade de Nova York em 1931, ele entrou para a 
equipe do instituto Rockfeller para Pesquisas Médicas em 1935.
 Quatro anos depois ele se mudou para a Faculdade de Medicina da 
Universidade de Cincinnati. Após intensivos testes de campo em 1957, 
a vacina oral com vírus vivo de Sabin se tornou a mais difundida e
 eficiente vacina nos Estados Unidos e no mundo inteiro, largamente
 substituindo a vacina anterior com vírus inativo desenvolvida por 
Jonas Salk.



CASOS DE POLIOMIELITE NOTIFICADOS - BRASIL




Para quem acredita que a poliomielite está erradicada do Brasil, 
seguem transcrições de relatórios do Ministério da Saúde, através 
da Fundação Nacional de Saúde, compilados dos boletins epidemiológicos
 do SUS, com dados desde 1991 até 1996 apontando que houve
 aproximadamente 8546 casos notificados de poliomielite apenas
 no período abrangido nos relatórios a que tive acesso nesta pesquisa,
 isto é, durante os anos de 1991 e 1992 inteiros; janeiro, fevereiro,
 março, abril, maio, junho, outubro, novembro e dezembro de 1993;
 abril, maio, junho, outubro, novembro e dezembro de 1994; abril 
a setembro de 1995 e igual período de 1996. Destes, cerca de 943 
casos apenas em 1996, sendo que em 1991 e 1992 houve 588 e 1473 casos
 respectivamente, o que representava um aumento anual de 120 %
 naquele período. O auge (ou antiquasse) de casos de pólio foram os
 anos de 1993 e 1994 com 2218 e 2272 casos respectivamente, incorrendo
 o Ministério da Saúde em organizar campanhas emergenciais e depois
 sistemáticas de vacinação de todas as crianças na faixa etária de
 0 a 5 anos. As regiões com maior incidências de casos de pólio são
 o SUDESTE e o NORDESTE, conforme pode ser visualizado nos gráfico
 a seguir, sendo São Paulo o estado mais atingido, seguido da Bahia.
 A porcentagem de incidência de pólio por região no Brasil se mantém 
proporcional através dos anos. Mato Grosso do Sul notificou 2 casos
 em 1996. A partir de 1994 a denominação oficial para Poliomielite 
passou a ser PARALISIA FLÁCIDA AGUDA, segundo o Centro Nacional de
 Epidemiologia - CENEPI.





O estudo sobre poliomielite apresentado nesta homepage foi feito
 por Paulo Márcio M. Metello.







    Source: geocities.com/siliconvalley/park/2500

               ( geocities.com/siliconvalley/park)                   ( geocities.com/siliconvalley)