Célio Gonçalves Júnior - Engenheiro Eletricista pela Universidade Federal de Minas Gerais, Bacharelando em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, Idiomas: Inglês e Espanhol, membro da Automatic Meter Reading Association - AMRA com sede em Northbrook, Illinois , EUA desde 1994, função atual no grupo NANSEN SA Instrumentos de Precisão: consultor em sistemas de medição. | ![]() |
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O estudo "Conservação e Racionalização da Utilização de Água, Novas Ferramentas: Registradores e Hidrômetros Eletrônicos" procura apresentar de forma sintética algumas experiências e resultados alcançados com a aplicação desta nova tecnologia de medição, para tanto foram selecionados alguns casos particulares obtidos em conjunto com a empresa SANEPAR e Grupo NANSEN.
INTRODUÇÃO
A conservação e racionalização da utilização de recursos energéticos e hídricos tem se transformado em fator decisivo do sucesso ou não da inserção e manutenção de países na comunidade mundial como forças econômicas.
Os recursos hídricos não podem ser tratados simplesmente como recursos renováveis mas como recursos limitados a sua própria capacidade de regeneração, assim a utilização racional e a sua conservação se tornam fundamentais uma vez que o seu perfil de inesgotabilidade é relativo a capacidade de sua exploração sem contudo deteriorá-los.
OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo discutir as políticas de racionalização e conservação na utilização da água através das ferramentas disponíveis para implementá-las.
POLITICAS DE RACIONALIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Dentre as formas de alcançar-se níveis ótimos de racionalização e conservação da utilização da água podemos citar:
Podemos estratifica os resultados das políticas de conservação e racionalização da utilização da água por setores envolvidos:
Concessionárias de Saneamento
Dentre as ferramentas disponíveis para que sejam alcançados os objetivos das políticas de racionalização e otimização da utilização da água podemos citar:
Dentre as tecnologias de medição de água disponíveis e que atualmente tem mais impactado através de sua introdução no pais são os chamados hidrômetros eletrônicos e registradores eletrônicos. A fim de que possa ser melhor compreendida a sistemática do trabalho ora proposto são descritas a seguir as características da tecnologia adotada.
Figura 1: Hidrômetros Eletrônicos
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Fluxo do líquido ![]() |
![]() Entrada Saída Rotor |
No Registrador Eletrônico a rotação da turbina é transmitida por acoplamento magnético a sensores do modulo registrador eletrônico. Um microprocessador interno avalia os sinais recebidos reconhecendo a direção de rotação e medindo o tempo requerido por revolução. Alem destes dados o microprocessador calcula os valores de medição e em curtos intervalos de tempo executa rotinas de auto-teste, ver Figura 2.
Com relação ao Hidrômetro Eletrônico podemos citar como um de seus diferenciais a adoção de um principio de medição com padrão distinto dos atualmente empregados na maioria do hidrômetros velocimétricos onde o angulo de ataque do fluxo do líquido é radial ao rotor ao invés de tangencial como ocorre nos hidrômetros velocimétricos convencionais.
A transmissão da informação de vazão nos hidrômetros eletrônicos é feita através da sensibilização de sensores, normalmente em numero de 4, em oposição ao principio de transmissão magnética ou mecânica à relojoaria nos hidrômetros velocimétricos atuais da informação de vazão.
HANDICAP
Como vantagens na utilização deste tipo de tecnologia podemos citar:
Abaixo do display pode ser observada a presença de uma janela que tem dupla função a primeira como chave e a segunda como porta ótica. Cobrindo-se esta janela com o dedo dados adicionais são apresentados tais como volume em data pré estabelecida, etc.
O hidrômetro pode ser acessado e energizado externamente via field bus. Entretanto primariamente como fonte de energia há uma bateria interna que garante o funcionamento ininterrupto do modulo durante o período de garantia de calibração (mais de cinco anos) dispensando assim a necessidade de energização externa.
O interface ótica esta situada no topo do módulo. O registrador eletrônico é equipado com memória estendida de dados onde valores passados podem ser armazenados em intervalos ajustáveis.
Dependendo da configuração, o registrador pode disponibilizar ao usuário duas saídas de pulso proporcionais ao volume com valores e duração ajustáveis ou níveis de saída estático para sinalização e controle, e.g., direção de vazão ou sinalização de ultrapassagem de vazão programada. As saídas de usuário são saídas em coletor aberto com uma carga máxima de 30V/100 uA.
Os registradores eletrônicos são dotados de display de cristal líquido - LCD que pode ser chaveado para apresentar a próxima informação de forma seqüencial cobrindo-se a chave ótica com o dedo (reconhecimento claro/escuro).
Dependendo das varias configurações de hidrômetro e de acordo com as necessidades do cliente, seqüências de display alternativas e tipos da saída do usuário resultam em modelos diferentes, mas todas as versões tem: Interface tipo field bus e Ótica.
Informações básicas:
Os registradores eletrônicos podem ser lidos localmente com coletores de dados apropriados - HHU - HandHeld Unit. Para atender este propósito, o correspondente dispositivo de leitura apropriado deve ser conectado ao HHU que pode ser óticos ou via field bus.
Figura 3: Leitura via Porta Ótica - Coletor de Dados e Acessórios
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Outra alternativa ao dispositivo de leitura ótica é a comunicação via dispositivo de leitura do tipo field bus. Os dados serão lidos com o HHU sem qualquer dificuldade pelo socket na caixa de entrada do caixa de medição, ver Figura 4.
Figura 4: Leitura Coletor Dados Via Field Bus / Leitura Via Rádio
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Normalmente são oferecidas saídas em coletor aberto que possibilitam a conexão a dispositivos periféricos tanto para controle e supervisão do consumidor quanto da concessionária: amplificador de pulso, transformador de corrente, proteção contra surtos, controle de memória programável, data logger, CLPs, totalizadores, etc. Valores característicos: ICmax 100 uA, UCErest < 0,2 V com transistor conduzindo, Ucmax + 30 V tensão de operação e Ucmax + 50 V tensão de resistência contra tensões de falta. Valores de pulso programáveis para pulsos secundários: l/Imp. 10, 100 m3/Imp.
As saídas de pulso são normalmente programadas para disponibilizarem dados referentes ao fluxo normal de fornecimento de água. Entretanto estas saídas podem ser combinadas com todos os valores de pulso acima mencionados (dependendo do tamanho do hidrômetro), tendo como restrição apenas os casos onde a saída de pulso já está sendo utilizada por outra função, e.g., sinalização da direção da fluxo, controle de vazão com mensagens de alarme, saída de pulso relativa a fluxo reverso, etc.
Como exemplo de saídas de alarme podemos ilustrar a seguinte programação: saída de usuário 2 emitindo sinal para vazão instantânea superior a vazão máxima programada e saída de pulso 2 emitindo sinal para vazão instantânea inferior a vazão mínima programada . Uma das aplicações típicas são o controle de vazão em plantas de bombeamento e controle de Qmax e Qmin contratado ao cliente.
FIELD BUS
Sistemas que utilizam registradores eletrônicos são extremamente versáteis. Adicionalmente os registradores eletrônicos podem também ser acessados via barramento de dados - Field Bus. Como exemplo de field bus podemos citar o padrão M-BUS que é livre de polaridade, isto significa que quando da conexão dos registradores eletrônicos não é necessário observar-se a polaridade .
Como principal características podemos observar a possibilidade de conexão de N registradores eletrônicos em paralelo a um mesmo barramento (par trançado) e assim disponibilizar-se serviços tais como: Leitura centralizada, telemedição, supervisão e controle no caso de plantas industriais, etc.
SEGURANÇA DE DADOS
Os registradores eletrônicos armazenam suas leituras em ciclos ajustáveis, desta forma a memória é ciclicamente escrita. Consequentemente o ultimo valor sendo escrito ao fim da faixa, inicia-se a escrita dos valores sobre os mais antigos.
A cada duas horas, o registrador salva o conteúdo da memória RAM em EEPROM. Aqui, também, o valor armazenado é ciclicamente atualizado. Durante testes em fabrica para analise de funcionamento podem ser encontrados informações relativas a falha no registrador devido um distúrbio ou tentativa de fraude:
- avaliação da leitura do registrador antes da falha.
- eventualmente causa da falha.
Racionalização e Detecção de Perdas
A partir da analise critica dos valores faturados pela companhia de saneamento durante os doze meses anteriores a Outubro de 1997 e levando-se em consideração que a água não é insumo para quaisquer de seus processos fabris o setor industrial da NANSEN S.A. com sede em Contagem resolveu avaliar suas instalações hidráulicas utilizando sistemas eletrônicos de medição de água.
Para racionalizar e otimizar a utilização da água em suas instalações industriais foram tomadas as seguintes medidas nesta primeira etapa:
Figura 5: Perfil de Consumo E.E. de Sertãozinho
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Recuperação de Faturamento
A partir do mês de Janeiro de 97 foram instaladas medições eletrônicas em consumidores da SANEPAR a fim de que fosse verificado o comportamento desta nova tecnologia em consumidores com perfil de consumo incompatíveis com suas atividades.
Para tanto foram instalados hidrômetros compostos com relojoarias eletrônicas e hidrômetros eletrônicos classe C com inicio de funcionamento a partir de vazões iguais a 1 litro/h. Os consumidores selecionados foram áreas de camping, hotéis, clubes e edifícios de apartamentos de veraneio.
Em alguns casos como o verificado em um estabelecimento comercial foram projetados incrementos no consumo a ser faturado da ordem de 300%. Basicamente isto se deveu a instalação de medição altamente sensível a baixas vazões que rangeabilidade extremamente elevada.
Tabela 1: E.E. de Sertãozinho
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Figura 6: Associação Banestado do Pontal do Paraná
Tabela 2: Associação Banestado do Pontal do Paraná - Medição Total
Consumo/m3 | Fevereiro | Março | Abril | Maio | Junho | Total |
1996
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2.850
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4.748
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1.710
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1.032
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867
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11.207
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1997
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5.057
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2.435
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2.332
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2.092
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1.170
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13.086
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Figura 7 - Associação Banestado, Medição Auxiliar e Principal
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RESULTADOS
A partir da analise dos casos concretos podemos concluir que:
NANSEN do Nordeste - Catálogos Gerais. HYDROMETER - Catálogos Gerais. HYDROMETER - FLYPPER Manuals. HYDROMETER - SCAMPY Manuals. Trevisan, Juarez Trevisan - Gerente de Manutenção de Hidrômetros - DVCM, Nielsen, Milton José - Ass. Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento, SANEPAR, Relatório de teste de hidrômetros da HYDROMETER, Fi 357/97.GMA/DVCM 02/06/1997;