DIOGO CÃO
Navegador português, que, por duas vezes (1482 e 1484), foi mandado aos descobrimentos por D. João II.

Dirigiu-se para a Mina e daí para o Zaire. Depois de várias vicissitudes seguiu até à ponta dos Farilhões (serra Parda), a 22° 10', de latitude Sul, donde regressou ao Zaire, que subiu, a fim de visitar o Rei do Congo.

Regressou ao Tejo em 1486, trazendo o ensinamento conveniente para atingir a África do Sul a navegar pelo largo, como fez Vasco da Gama.

Na Sociedade de Geografia de Lisboa existem alguns padrões de Diogo Cão (séc. XV).



PADRÃO

O esforço é grande e o homem é pequeno.
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei.

A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão sinala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus.

E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.

E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar.

Fernando Pessoa, Mensagem



Rumo a Casa Navegadores


Concepção e Design:
Pedro H. Duarte



Música: pavanne, Est il conclud - GERVAISE, Claude (c. 1540-1560)
Midi por Curtis Clark