Um ateliê permeável, intercomunicante. Por um ano nós estivemos mergulhados nessa experiência, ocupando um espaço dentro da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, por onde circularam alunos, professores, artistas e curiosos: uma exposição das "coxias do teatro". O espaço físico foi demarcado por nossos trabalhos (fronteiras e ligações).
Um grupo confinado, ao final de um tempo, ganha personalidade, prioridades e características próprias. Logo tornamo-nos singular. O "Aprofundamento 95" valorizava a reflexão:reuniões semanais traziam à discussão obras de artistas, normalmente contempôraneos, textos importantes, assim como nossos próprios trabalhos eram acompanhados e discutidos por todos nós.
As entrevistas individuais com Beatriz Milhazes, Charles Watson, Daniel Senise, Katie Van Scherpenberg e Luis Ernesto funcionaram como catalizadores. Provocaram eco pelas salas, gerando adesões e contraposições, tornavam-se tema de debate e refletiam em nossa produção.
Adriana (mora na zona do silêncio. Entre penumbras).
Cyríaco (perverte o observador em participante do seu pequeno teatro erótico).
Eunice (constrói laboriosamente naturezas-mortas - "vidas-paradas". Introspecção).
Helena (funda um território. É exploradora de novas terras).
Luiz (faz uma mitologia recente, os épicos contempôraneos).
Martha é Penélope (tece seus grandes padrões para logo implodí-los em precioso cuidado com cada componente).
Ogeni (faz seu delicado diário, histórias que se esfumaçam).
Rose (quanto dura um instante?).
Sandra (faz de sua família ícones, ironia da nostalgia).
Não aquela intimidade superficial das paradas nas estações de trem, mas o companheirismo para o "onde" é a viagem.
OS PASSAGEIROS
PARAGENS ALÉM
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