A  Transfiguração
    A festa da Transfiguração é data importante no calendário da Igreja. Na Igreja Oriental, a festa era celebrada desde tempos muito primitivos e, no Ocidente, foi introduzida no século XV. 
    Os relatos dos evangelhos sinóticos e da segunda epístola de Pedro são apresentados neste ícone da escola de Novogorod, em um estilo que tem sido consagrado pela tradição. O centro é dominado pela figura de cristo de branco com raios de luz que se espalham em um círculo, que é o símbolo da eternidade. Há uma predominância de cores quentes que vão do amarelo-pálido ao vermelho. A figura de cristo ergue-se do pico no centro, enquanto, à sua direita e esquerda, Moisés e Elias apontam para ele. 
    Abaixo, os discípulos estão aterrorizados. À direita, Pedro parece criar coragem suficiente para olhar para a figura transformada do Mestre, enquanto prostrados no chão, Tiago e João cobrem os olhos. Seu terror humano em face deste fenômeno divino serve para enfatizar a paz e serenidade da figura de cristo. 
    A plenitude da vida, manifestada como luz que irradia de Cristo, não permanece encerrada em si mesma, mas inclui toda a criação. Este encontro acontece na montanha, lugar simbólico da confluência do céu e da terra Cristo, no pico da montanha, é o intercessor entre Deus e a humanidade; Cristo é o Alfa o Ômega, o princípio e o fim de toda a criação. 
     A glória divina do cristo manifestou-se para os discípulos, para que mais tarde, quando vissem o Mestre crucificado, entendessem
que o sofrimento de Jesus, na verdade o esplendor do Pai, só podia ser voluntário. A crucifixão precisava acontecer para que cristo ressuscitasse na glória. Ao contrário, a Transfiguração abriu a perspectiva de eternidade no tempo, antecipando a gloriosa segunda
Vinda de cristo.