TRÊS
RAZÕES PARA SE LEVAR O LEIGO A SÉRIO
No dia 23 de
novembro comemora-se o Dia do Leigo. Isso não acontece à
toa. É que apesar dos apelos do Papa e da CNBB, o tal protagonismo
do leigo ainda sofre de profunda timidez em nosso meio. Alguns o têm
como perigoso. Outros como desnecessário. Mas ele parece essencial.
O fato de ser
essencial não elimina as suas inúmeras dificuldades. De fato,
esse protagonismo esbarra na “cabeça dura” de alguns padres e bispos,
na desinformação de alguns leigos, na prática de certos
movimentos religiosos à moda de protagonismo às avessas e,
de modo especial, na estrutura da Paróquia que coloca no centro
a pessoa do padre.
Apesar dessas
dificuldades, existem algumas razões indicativas da necessidade
urgente de se levar mesmo o leigo a sério. Aqui são apontadas
pelo menos três.
A Primeira
delas é de ordem teológica. No Batismo, a pessoa se torna
membro da comunidade cristã. É o passo fundamental que precede
os outros, tanto no tempo quanto na importância. Fora daí,
tudo soa vazio e distante. Todos os outros aspectos e ministérios,
ordenados ou não ordenados, na vida eclesial decorrem dessa base
firme: a pertença à comunidade cristã. Desse modo,
é do laicato assumido que nasce o pastoreio fecundo, onde ninguém
é ovelha, nem rebanho, nem fiel, mas LEIGO.
A Segunda
razão é de ordem pastoral. O leigo - e as qualidades
laicais presentes nos ordenados - pode ajudar a romper com a dicotomia
entre a Igreja e o mundo, “cá dentro” e “lá fora”. A ocupação
com o trabalho, com a saúde dos filhos, com a educação...enfim,
com tudo aquilo que é próprio de uma existência normal
torna o leigo, na maioria das vezes, menos alienado. A escola da vida vivida
ensina muitos segredos.
A Terceira
razão é de ordem prática. Não obstante a frase
bíblica “as portas do inferno não prevalecerão contra
ela” (Igreja), é humanamente impossível e divinamente pouco
provável que um grupo tão restrito de pessoas estivesse à
frente de uma missão tão ampla e decisiva. O leigo, ou melhor,
os leigos, ordenados ou não ordenados, todos juntos, numa Igreja
levemente laicizada, são os grandes responsáveis pela herança
libertadora de Jesus Cristo.
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