Lima Barreto

(1881-1922)


Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro. Embora filho de pais humildes e mulatos, sob a proteção do Visconde de Ouro Preto, conseguiu fazer o curso secundário no Colégio Pedro II e cursar Engenharia até o terceiro ano.Contudo, com a doença mental do pai, abandonou os estudos para trabalhar e garantir o sustento da família.

Os desgostos domésticos, a revolta contra o preconceito de cor de que foi vítima, somados à vida economicamente difícil de pequeno funcionário da Secretaria da Guerra e colaborador da imprensa, às constantes crises de depressão e ao alcoolismo, fizeram de Lima Barreto um crítico severo, às vezes panfletário.

O escritor também foi um dos poucos em nossa literatura que lutaram contra o preconceito racial e a discriminação social do negro e do mulato. Essa abordagem está presente, por exemplo, nos romances Clara dos Anjos, Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá e no quase autobiográfico Recordações do escrivão Isaías Caminha.

Lima Barreto foi um escritor do seu tempo e de sua terra. Anotou, registrou, fixou e criticou asperamente quase todos os acontecimentos Da República. Em sua obra, encontram-se os episódios da insurreição antiflorianista, a campanha contra a febre amarela, a política de valorização do café, o governo do Marechal Hermes da Fonseca, a participação do Brasil Na Primeira Guerra Mundial, o advento do feminismo. Juntam-se a isso a paixão de Lima Barreto por sua cidade, o Rio de Janeiro, com seus subúrbios, sua gente pobre e seus dramas humildes, e a crítica a políticos da época, sarcasticamente retratados por sua mania de ostentação, pelo vazio intelectual e pela ganância.

FONTE: CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português:Linguagens.Literatura, gramática e redação vol.3. ed.2. São Paulo:Atual Editora, 1997.