Lenda:Erva
Mate Sapecada
Técnica:óleo / tela e adornos
Data: 2000
Dimensões: 80 x 70 cm
Valor: 2 x R$ 195,00
A LENDA DO CHÁ DA ERVA-MATE
Séculos atrás, as tribos Tupi e
Guarani habitavam cada qual uma das margens do rio Paraná. Conta a lenda que,
do lado dos tupis, vivia Iara, uma das filhas do cacique. Era a enfermeira da
tribo, protetora das crianças e dos velhos, vivia para fazer o bem e confortar
os doentes. Diariamente, cumpria um ritual de banhar-se no chuvisqueiro do Salto
de Santa Maria, nas Cataratas do iguaçu, e então agradecer a Tupã os
benefícios concedidos à sua tribo. Nessas ocasiões, pedia a Tupã que lhe
indicasse remédios para atender seus doentes. Certa feita, durante o banho, a
bela jovem teve a visão de uma luz que iluminava uma frondosa árvore de
erva-mate (caá). Nessa ervateira estavam pousadas sete araras que grasnavam uma
mensagem de Tupã, dizendo que aquela árvore produzia erva curativa, que seria
descoberta quando aparecessem o homem que sabia quebrar o mal.
Do lado guarani vivia um jovem guerreiro, Gupi, herói da tribo. Nas guerras,
ele usava suas flechas não para matar, mas apenas para ferir. No mesmo dia em
que Iara tivera aquela visão, um raio atingiu um jatobá milenar em que Gupi
mantinha a maior parte de suas provisões. O fogo se alastrava na enorme árvore
quando o valente índio, saltando por seus galhos, apagou as chamas, ramo a
ramo. Exausto, Gupi deitou-se para descansar. Nesse momemto, um caboré pousou
no seu peito, piando-lhe que o fogo queimava todo o mal. Gupi ficou
impressionado com aquilo.
A seguir, retornando à tribo, Gupi percebeu que uma onça pintada estava
prestes a saltar sobre um filhote de capivara, à beira do rio. Gupi correu para
espantas a onça. Na corrida, escorregou e caiu no rio, sendo levado pela
correnteza, que o levou à foz do iguaçu, às praias de água doce, na margem
esquerda da tribo Tupi.
Os índios o recolheram e o levaram até o pajé, mas este disse que se tratava
de um caso perdido, pois o moço estava muito abatido. Iara, então, lembrou-se
das folhas do caá e pediu aopajé que as usasse. O pajé, porém, disse que
ninguém da tribo sabia como preparar auqela erva. Iara pegou um galho de
erva-mate e mostrou ao índio guarani, tão logo abrira os olhos. Perguntou-lhe
se ele não sabia como preparar aquelas folhas. Gupi lembrou-se da mensagem do
caboré, e disse, num susurro, que o fogo queimava todo o mal. Rapidamente, Iara
juntou grimpas, ateou-lhes fogo e sapecou as folhas de erva-mate. Assim, fez o
chá que reconstituiu as forças de Gupi. os tupis festejaram a descoberta, e
Gupi, já apaixonado por Iara, articulou a paz entre as tribos. Essa paz foi
consolidada com o casamento de Iara com Gupi, e as tribos formaram uma única
tribo, a tribo dos Tupi-Guaranis.