Introdução

Habitat e Comportamento - Diagnose - Pesca e Sabor - Distribuição
Outros nomes - Características de seu Corpo - Táticas - Observações

Habitat e comportamento: oceânicos e mais raramente ao longo da plataforma continental, da superfície a mais de 1000 metros, podendo ocorrer em praias e estuários e mesmo penetrar em rios. Preferem águas temperadas às tropicais, não são comuns, mas ocorrem com certa frequência na Austrália, África do Sul, costas da Califórnia e Nova York, especialmente em regiões que o fundo tem canyons profundos e serras submarinas. Muito vorazes, comem tudo, de carcaças de baleias a golfinhos, tartarugas, focas, peixes variados, lulas, moluscos e crustáceos de fundo, e engolem até latas, pedaços de pano, etc. São capazes de manter a temperatura corporal acima da da água circundante em até 10 graus Celsius, e praticamente nada se sabe sobre sua reprodução, exceto serem ovovivíparos, os jovens nascerem com cerca de 1,20 metro e 12 Kg e as fêmeas serem sexualmente maduras a os 4m. São os maiores predadores dentre os peixes e bastante espertos para aprenderem rapidamente e tanto evitar como buscar a presença do homem, conforme sua conveniência. Sem dúvida, sua voracidade e tamanho fazem-nos ser o supremo pesadelo do mergulhador e do naufrágo e são vários os casos de ataques fatais, mas não no Brasil, onde é raro. Com o aumento da prática do mergulho autônomo e da exploração submarina, muitos são os pesquisadores renomados que os apresentam como menos agressivos do que se pensa, até tímidos, e que podem até mesmo ser enxotados por Leões-Marinhos; pesquisas futuras exporão melhor o comportamento desse formidável animal. Aparentemente têm hábitos migratórios ao longo da costa, são solitários mas já foram observados em pares, trios e mesmo em grupos, quando uma grande presa está disponível, como uma baleia morta. Seu ataque é único, veloz e direto, certamente para sobrepujar animais mais inteligentes como os mamíferos marinhos.

Diagnose: similar ao Anequim, mas com dentes superiores muito largos, chatos e triangulares, serrilhados lateralmente, e os inferiores mais alongados; cinza-escuro e marrom, a região inferior brancacenta e com uma mancha enegrecida na base peitoral; pode chegar além de 7m e 2 toneladas, mas geralmente tem 4,6 metros e 700 Kg.

Pesca e sabor: a carne é reputada como excelente, mas não há pesca comercial; a pesca esportiva é muito apreciada, por seu tamanho e força, e realizada, em linhas gerais, como a do Anequim, mas com material muito mais pesado e cuidados redobrados. Há vários casos de ataque a barcos quando fisgados, alguns com consequências desagradáveis; frequentemente liberta-se do anzol, a dentadas.

Distribuição: circunglobal, no Atlântico Ocidental de Massachusetts à Argentina, relativamente raro no Brasil.

Outros nomes: Anequim, Cação - Anequim, Cação - Branco, Iperu, Tubarão; Great White, Maneater, White Death, White Pointer.

Características de seu corpo:
Cérebro: é pequeno, mas tem ramos por todo corpo, por causa dos sentidos. Especialmente o olfato, que percebe uma gota de sangue diluída numa piscina.
Visão: olhos parecidos com os do homem, mas com mais células captadoras de luz na retina, os cones. De dia, vêem melhor do que nós.
Flutuação: a bexiga natatória é uma bolsa de ar que ajuda os peixes a flutuar. Os tubarões não têm a bexiga natatória, flutuam nadando com o nariz em posição ligeiramente mais alta que o resto do corpo.
Linha lateral: a linha lateral é um órgão sob a pele. Contém centenas de células sensoras que captam de longe as vibrações criadas na água por animais, homens ou objetos.
Órgão elétrico: as ampolas de Lorenzini sentem um campo eletromagnético até 20.000 vezes menores que 1 volt, equivalente ao da batida do coração de um peixe.
Barbatana traseira: para se mover, os peixes em geral ondulam o corpo inteiro. Os tubarões usam apenas a barabatana traseira (as outras servem para dar equilíbrio). O tubrão branco e o mako, os mais velozes, chegam a 60 quilômetros por hora.
Pele: uma infinidade de microscópicas estruturas cobre o corpo. Embora se chamem escamas placóides, são um tipo de dente e não de escama.
Dentes: a pressão da boca é toda concentrada nos dentes devido à forma triangular dos mesmos. O dente serrilhado, por sua vez, corta com grande facilidade.

Táticas de ataque:
1- Escondido no fundo:
Ele avança camuflando o dorso cinzento contra o leito escuro do mar, e sobe quando vê um leão marinho isolado do resto do bando.
2- Sangrar para enfraquecer:
No ataque brusco, a mordida causa forte hemorragia enquanto a presa é arrastada debatendo-se a esmo.
3- Tática segura:
O morde-e-solta se repete horas a fio, enfraquecendo a vítima. Isso evita a retaliação: é uma esperteza do caçador.
4- Segundo assalto:
As focas, mais fracas do que os leões marinhos, ficam mais tempo presas. Já os leões marinhos se debatem e se soltam mais rapidamente.
5- Excesso de cautela:
Depois que a vítima morre, o tubarão chega a esperar 140 minutos para comê-la. Tem medo de ser atacado pelo resto do bando.

Observações: o nome popular aqui definido é o mais em voga atualmente; o nome de Anequim, muito difundido, é melhor para o gênero Isurus, dado "para um grande tubarão de mar aberto, ágil e que pula, e que nós pescamos muito a milhas para fora da Laje", conforme o pescador Ascendino Gomes dos Reis, que se referia à de Santos, no litoral paulista, em época em que fora patrão de barco de pesca comercial de tubarões, nos idos de 1960. Espécie similar, Lamna nasus (Bonaterre, 1788), comum em águas frias, foi recentemente assinalada em águas do Sul do Brasil.