Gravação da Conversa Entre Pieter Groenewald e Um              Funcionário do SIS
Sexta-feira, 2 de Março de              2001
Groenewald - Deixa-me dizer-te, isto é provavelmente o que vai              acontecer. Quando o Michael vier novamente, provavelmente iremos lá              a casa durante esse período. Esse tipo vai lá sempre.
António Luís Lopes e Silva - Outra coisa que foi planeada é fazer              o seu escritório, se percebes o que quero dizer. Mas este escritório              vai ser um daqueles que é diferente e mais perigoso. É uma dessas              merdas.
G. - O escritório é uma merda. No entanto, o que podemos fazer...              nestas áreas, as linhas de telefone correm por fora...
A. - Não, o que eu quero aceder é à merda do computador.
G. - Sim.
A. - E o que é que se passa com aquela história que falámos ao              telefone com aquele tipo do râguebi?
G. - Ok, faremos isso agora. Deixa-me só ver se não há mais nada              importante. Ok, já tenho o equipamento, por isso estou pronto. A              única coisa de que vai depender em muito... eu penso que de qualquer              forma tenho de o fazer... é modificar a antena.
A. - Estás a falar da casa dele?
G. - Sim, porque o que tenho agora está montado num gravador.              Posso mostrar-to na semana que vem. Por isso, tudo se parece com um              gravador normal, percebes? Mas não é a montagem da antena ideal. Por              isso, o que podemos fazer é por...
A. - Vamos fazê-lo com a melhor qualidade, quero mostrar a              qualidade. Já lhes disse...??... se não aparecer nada de importante,              o problema não é nosso, não é como uma operação. A qualidade é a              única coisa que nós... que eu garanto. Se ele não disser a merda que              nós queremos, eles sabem disso. Eu penso que fui claro e que eles              perceberam a tua posição. Ele percebeu a tua posição. Ele disse-me              que a tua pele é que está em risco. Eu consigo viver com isso. Não              tenho problemas. Eu estou sempre em risco.
G. - É sempre a mesma merda. Ninguém quer assumir a              responsabilidade.
A. - Estou habituado a isso, é um risco. De facto, não me              importo, porque vou planear tudo e se alguma coisa correr mal é o              meu planeamento que foi uma merda. Eu já tive uma reunião de 15              minutos com o tipo que é responsável pela equipa que nos vai apoiar.              Foi uma breve... Na próxima semana vou estar na área para ver os              locais...?? e toda essa merda, vou trabalhar com o tipo...?... que              tenho, testar comunicações. Vou fazer toda aquela merda que temos              que fazer.
G. - Há outra coisa que quero fazer. Quero...
A. - Porque quando o fores fazer, vou estar dentro do edifício. E              tenho que ter a certeza. E tenho que ter a certeza que a merda dos              meus ouvidos te ouvirão...
G. - Lembra-te apenas de uma coisa, ele ainda lá está, por isso,              não faças movimentos na área.
A. - Não, sim.
G. - Porque nós não sabemos.
A. - Não, as coisas são muito fáceis de fazer.
G. - É como estar dentro de um carro ou coisa assim.
A. - Sim, é muito fácil, mas necessitamos de conhecer os locais.