A vida está difícil 15-04-2001 José Júdice O “Independente” revelava na quinta-feira que no último ano e meio o Governo, através de ministros, secretários de Estado e governadores civis, distribuiu directamente a sindicatos, associações ambientalistas e de defesa do consumidor, fundações privadas e outras entidades avulsas, incluindo alguns particulares, cerca de 15 milhões de contos em subsídios. A principal diferença entre estes subsídios e os outros de que se ouve normalmente falar, como os subsídios aos agricultores, aos empresários ou aos artistas, e que totalizam muitas centenas de milhões de contos anuais, é que estes não foram sujeitos a qualquer tipo de processo nem controlo oficial. Enquanto um subsídio ao investimento, à criação de porcos ou até à produção dum filme, resulta de regras claras (ou que, pelo menos, deviam teoricamente ser claras) e fiscalizadas pelo Tribunal de Contas e pelo Parlamento, estes subsídios foram entregues directamente pelo ministro, pelo secretário de Estado e pelo Governador Civil, na sua maioria a entidades que não "produzem" nada, no sentido económico do termo, a não ser aborrecimentos e dores de cabeça ao Governo, como sindicatos, associações de amigos dos passarinhos e fadistas. Poderia ser esta a filosofia expressa pelo líder socialista Jorge Coelho, quando gritou num comício que "quem se mete com o PS, leva!". A maioria dos analistas interpretou isto como uma ameaça, no sentido de que levaria "porrada", mas a inclusão na lista dos subsidiados pelo Governo de sindicatos e organizações ambientalistas torna também plausível a interpretação de que quem se meter com o PS leva mas é um subsídio. Seria precipitado considerar esta passagem de dinheiro de mão-em-mão como uma forma de suborno. Alguns dos subsidiados, como a CGTP ou os ecologistas, não deixam de criticar o Governo de vez em quando, enquanto a melodiosa voz do fadista Talinita ou os trinados do Clube Ornitológico de Coruche parecem razoavelmente indiferentes à situação política. A lição a tirar é outra. A vida está difícil para todos, e até os passarinhos de Coruche precisam de um subsídio para cantar. Imprimir este artigo Enviar este artigo Dar sim, pagar não Por Castro; João (16-04-2001 23:42:36) Enquanto isto se passa as dívidas ás farmácias, aos laboratórios de analises clínicas, aos centros de radiologia, aos médicos enfim as dividas do Ministério da saúde, das finanças do emprego e segurança social etc. acumulam-se. Por favor Governo Português não pague mas por favor dê um subsidiozinho, sempre é um modo de ir amortizando Já agora lembro que os Impostos IRS e IRC sobre a facturação em divida pelo Estado já foram pagos pelas empresa e pelos privados." É fácil botar figura com o dinheiro dos outros ". Por j martins (16-04-2001 21:38:06) Só 15 milhões? Não acredito... (Sócrates o senhor Cimpor?) Por O Trombone (15-04-2001 23:22:20) 1) alguém está interessado em perceber se a "pressa" do Sócrates na co-encineração, não terá nada a ver com a intenção do estado vender a sua participação na Cimpor? Era interessante. www.oocities.org/sssantiagooo BMC Por O ze (11-05-2001 22:34:29) A historia dos subsidios às falas ONG independentes?, é a do bébé: simples Berrou...o ministro dá Mamou Calou até voltar a ter fome Capicho O ze