alanis morissette - biografia

biografia

         Alan, um Franco-Canadense, e Georgia que fugiu para o Canadá durante uma revolta anti-comunista na Hungria (1956), conheceram-se num playground aos 12 anos de idade. Certa vez, Alan aproximou-se de Georgia e disse à ela que se casariam algum dia. Nove anos depois, aconteceu. Tiveram 3 filhos: Chad, nascido em 1972, e dois anos depois, os gêmeos Wade (12 minutos mais velho) e Alanis. Alan queria dar uma versão feminina de seu nome para sua filha, mas não gostava de Alanna. Descobriu o nome Alanis (de origem grega) num jornal e o escolheu para ela.

         Entre 3 e 6 anos, Alanis Nadine Morissette cresceu na Alemanha Ocidental, aonde seus pais davam aulas para filhos de militares. Assistiu o filme Grease pela primeira vez aos quatro anos de idade e não parava de rodar a casa cantando as músicas da trilha sonora. Ela diz que essa foi a primeira vez que sentiu vontade de se apresentar para outras pessoas. Aos seis anos, ela começou as aulas de piano e dança. Aos 9, escreveu sua primeira canção: Fate Stay With Me. "Lembro que fazia poesias quando sentia raiva. Escrevia sobre minha raiva, amassava e jogava fora. Era uma forma incrível de extravasar o que eu não podia expressar diretamente." Aos 10 anos, ela se juntou ao elenco de You Can't Do That On Television, um programa canadense que depois foi ao ar na Nickelodeon. Nos primeiros dias do programa, ela recebeu uma carta de meninas que a odiavam, talvez porque seu papel fazia parte de um triângulo amoroso com dois garotos que na época, eram conquistadores de corações... Com o dinheiro que ganhou na TV, ela montou sua própria gravadora - Lamor Records, e assim gravou seu primeiro single, Fate Stay With Me. "Eu me empolgava quando pensava em me apresentar em público. Será que a fama faria com que eu me sentisse amada e faria minha auto-estima ir ao auge?"

        Ficou conhecida como "Miss O'Canada" por um curto tempo depois de cantar uma versão do hino nacional canadense na frente de 10.000 pessoas, durante o 1988 Figure Skating Championships, em Ottawa. Só não sabia que teria que se ouvir, todas as manhãs, quando a gravação passou a ser tocada nos alto falantes do Glebe High School (Ottawa), aonde ela era uma ótima aluna.

         Aos 14 anos, participou do programa 'Star Search', cantando "One Bad Apple" (the Osmonds), mas perdeu para um cowboy chamado Chad. Juntou-se à uma banda chamada New York Fries. Fazia covers de Pat Benatar, Blondie, Richard Marx, Cheap Trick e B52's.

         Alanis contratou o produtor Leslie Howie que passou a cuidar de sua carreira e conseguiu uma proposta de gravar um álbum com a MCA/Canada. Estreou com o álbum Alanis, uma coleção de músicas Pop-Dance, que foi lançado em 1991 e ganhou disco de platina no Canadá. Naquele ano, ela ganhou seu primeiro Juno Award, (Grammy Canadense) como Cantora Mais Promissora. "Por 1 ou 2 minutos eu estava feliz. Mas com o passar dos dias, eu percebi que muito daquilo era ilusão. Conhecia milhares de pessoas, viajava o tempo todo, dançava até as 5h da manhã. Pessoas interessantes e dinâmicas. Era maravilhoso, arrebatador, desconfortável e confuso."

         Em 1992, enquanto seus amigos se formavam, . "Mais ou menos a partir de meus 16 anos, eu gradualmente comecei a perceber que a fama não tinha o significado que deveria ter". Disposta a mudar, gravou e lançou seu segundo álbum: Now Is the Time - muito mais planejado - não fez tanto sucesso quanto o primeiro, sua a carreira parecia estar em decadência. "Passei muitos anos sem mostrar certas coisas de mim: o lado que tinha raiva, o lado vulnerável, o lado confuso, tudo que achei que devia romper para ser essa garota perfeita."

         Aos 18 anos, foi morar sozinha num pequeno apartamento em Toronto, após contratar seu empresário Scott Welch. "Isso fez com que eu me sentisse poderosa como compositora, sem pensar no fato de meus discos venderem ou não, ou se as minhas músicas agradavam ou não".

         Dois anos depois, após terminar o colégio, Alanis foi de mala e cuia para Los Angeles (Califórnia) aonde conheceu o escritor/produtor Glen Ballard. Logo no primeiro encontro, os dois perceberam que existia uma química criativa e escreveram a primeira música. "Entrei. Conversamos por alguns minutos. Começamos a escrever imediatamente. Escrevemos a canção The Bottom Line. Lembro que eu senti que começava a me encontrar como compositora." Em 1994, os dois se trancaram num estúdio para compor. A fita demo de Jagged Little Pill passou por várias gravadoras, quando a Maverick (da Madonna), ofereceu contrato.

         No fim de 1994, Alanis voltou para Ottawa. "Lembro que ela me disse: Pai, há coisas nesse álbum bastante explícitas, mas é a minha verdade." - Conta seu pai. "Acho que foi muito duro para ele ouvir algumas letras, assim como foi para outras pessoas na minha vida, em particular aquelas que conheciam o lado positivo, sociável e feliz da minha personalidade." Mas a experiêcia foi válida. "Ela revelou sua essência. Depois disso eu jamais quis que ela fizesse algo, a não ser que o que quisesse." comenta o pai.

         Em 1995, acompanhada pela banda Sexual Chocolate (Nick Lashley, Jesse Tobias, Chris Chaney e Taylor Hawkins), Alanis a fazer shows em pequenos lugares. Deste modo, quando o single de estréia "You Oughta Know" foi lançado, muitas pessoas já conheciam a canção e a procura foi grande. O mesmo aconteceu com o álbum Jagged Little Pill. Foram lançados Hand in My Pocket, All I Really Want, You Learn, Head Over Feet e Ironic que mantiveram o álbum nas paradas por mais de 2 anos.
         Logo, os pequenos lugares já não suportavam o público, dando lugar aos grandes estádios lotados de pessoas e por essa razão, foi iniciada a primeira turnê mundial. Essa turnê passou pelo Brasil em Outubro de 1996. Por aqui, ela fez entrevistas com a MTV Brasil; rádio 89 FM (São Paulo); foi ao programa do Jô Soares, [Head Over Feet]; gravou um Estúdio Ao Vivo Transamérica, que foi exibido pela MTV Brasil [Head Over Feet, Perfect, Mary Jane, Hand In My Pocket e Ironic] e ainda fez uma participação especial na novela Malhação (rede globo) [head over feet]. Os shows da turnê foram em São Paulo e no Rio de Janeiro.
         "Primeiro foi emocionante e engraçado, a aventura mais sensacional. Pouco depois, tornou-se muito triste, confuso, esmagador. Foi um período que me isolei, me protegi. Todos que eu conhecia queriam algo de mim: um autógrafo, minha atenção, meu dinheiro, meu apoio, qualquer coisa. Eu me distanciei de várias pessoas, e passei a me proteger olhando pra baixo, sem encarar as pessoas com o cabelo na cara." Foram quase dois anos de turnê mundial que resultaram numa grande exaustão. "Eu afastei todos, até os amigos e a família. Eu só soube aguentar a abrra me mantendo afastada de todo mundo para sobreviver no meio daquela loucura."

         Em 14 de Dezembro de 1996, acabava a Jagged Little Pill Tour. "Eu tinha medo de não ter amizades autênticas, relacionamentos românticos, nada mais. Lamentei muito ter perdido a vida que eu tinha antes da fama quando a turnê acabou."

         Os jornalistas buscavam alguma razão para o sumisso de Alanis. Eles, que no início a chamaram de "Jovem Mulher Nervosa" descobriram que Alanis tinha um passado dance e agora a acusavam de fraude. "Foi algo unidimensional e enganoso. Lembro que eu pensava: E as canções como Head Over Feet? E as canções como You Learn ?." "A idéia de que eu estava por trás de tudo nos fazia rir. Ela me desafiava tanto quanto eu a ela a fazer algo extraodinário." diz Glen Ballard.

         "Eu sabia que tinha de descansar. Eu temia descansar, pois nunca tinha parado na vida. Então eu parei. Foi como se eu morresse. E foi uma beeeeeela morte! (risos)"

         Em Janeiro de 1998, viajou com sua melhor amiga, Heather, e com sua mãe para a Índia. Neste tempo, conseguiu anonimato e calma suficientes para poder refletir sobre sua vida. "O lugar era paradoxal e inspirador. A música, a comida, a simplicidade, a alegria, a união. Não sei descrever minha felicidade quanto estou na Índia." Aos poucos, ela foi retomando a calma e a vida. "Comecei a me ligar aos meus amigos, ir até eles e me comunicar como eu tinha coragem de fazer nas minhas canções." "Ela disse: Sabe, acho que não quero fazer outro disco. Eu disse: Bem, não faça então. Não se preocupe. Apenas só faça música quando a inspiração voltar." conta um amigo de Alanis. Na volta, ainda não pronta para gravar outro álbum, compôs apenas a música Uninvited para a trilha sonora do filme Cidade dos Anjos que foi muito bem recebida pelos fãs.

         Em fevereiro de 1998, participou de um intercâmbio intelectual com vários artistas em Cuba. Foi lá que conheceu seu namorado, o ator Dash Mihok e teve sua inspiração de voltar. "Eu estava num internato de música que fomos visitar. Entrei numa sala vazia com um piano e o meu canto começou a fluir. Continuei cantando e quando terminei, o pessoal que viajava comigo estava na sala. Fui dominada pela emoção. Deixei a sala de aula e sabia que era hora de voltar a escrever.". Na volta, entrou no estúdio com Glen Ballard e a nova banda, Deron Johnson (teclados), Joel Shearer (Guitarra, substituindo o Jesse Tobias que foi pro Splendid), Gary Novak (Bateria, substituindo o Taylor Hawkins que foi pro Foo Fighters), Chris Chaney e Nick Lashley para gravar. Esse processo deu origem ao álbum Supposed Former Infatuation Junkie. "Sempre relacionei minha arte ao sofrimento. Quando era mais jovem, achava que, para fazer música eu tinha de estar sofrendo. Foi um grande passo eu cogitar fazer um álbum numa situação em que o sofrimento não era explícito. E funcionou."

          No meio de 98, ela começou a turnê de divulgação do álbum, que passou pelo Canadá, Estados Unidos, Oceania e chegou até a América do Sul. Pela segunda vez no Brasil, ela fez um show para convidados no Gitana (SP), uma entrevista coletiva, deu entrevista para a MTV Brasil e participou novamente do Programa Livre (SBT) (Baba, You Learn, Front Row, One, Ironic, Thank U). Nesta fase, algumas canções do JLP ganharam arranjos novos. Em 3 de novembro de 1998, o álbum foi lançado oficialmente e foi notada uma diferença dele para o Jagged little Pill. Os singles lançados foram Thank U, Joining You, So Pure, Unsent e That I Would Be Good.

         Em 1999, Alanis fez uma turnê com a cantora Tori Amos, a 5 1/2 Weeks, infelizmente esta turnê ficou apenas nos EUA. Depois começou sua segunda turnê mundial, a Junkie Tour. "Eu amei o meu disco e queria cantá-lo. É simples assim."Levando o Dash junto, ela conseguia tempo para visitar os países que visitava, evitando o cansaço e a correria das turnês passadas. Primeiro, passou na Oceania. Em setembro veio para as Américas, onde participou do Woodstock'99 e gravou o MTV Unplugged, (Brooklyn Academy of Music, NYC). Entre os sucessos, ela cantou No Pressure Over Cappuccino (música que cantava apenas em shows da turnê de 95-97), Princes Familiar (música até então inédita) e por sugestão do tecladista Deron Johnson, ela fez um cover do Police - King of Pain. Ainda nas Américas, passou por vários países - inclusive o Brasil. Em dezembro, foi para a África e terminou em Porto Rico, onde encerrou o show com tortas na cara, como na última turnê mundial.

         Além disso, participou de um álbum do Dave Mathews Band [spoon], do álbum Prayer Circle [mercy, faith, hope, innocence], do filme Dogma (Kevin Smith), no papel de Deus, compôs a música Still para a trilha sonora. E teve sua estréia nos palcos, participando da peça The Vagina Monologues (Eve Ensler). A temporada ocorreu em Nova Iorque e durou 2 semanas. Em meados de 2000, Alanis começou outra turnê, que passou em países que normalmente não são visitados em intinerário de grandes artistas. Antes da turnê, foram escolhidos fãs dos países a ser visitados, e eles a receberam e mostraram suas cidades. Toda essa experiência resultou num encontro em Los Angeles sobre a turnê. No qual Alanis discutiu com 300 pessoas sobre suas experiências e fez um show acústico.

          No fim de 2000, Alanis entra em estúdio para gravar seu terceiro álbum. Desta vez, ela não contará com a ajuda do Glen Ballard. "Minha jornada musical até agora contou com grandes parcerias que apreciei. Sempre tive curiosidade para saber como soaria se eu tivesse de fazer algo sozinha. Aos 10 anos, escrevia minhas canções sozinha. É como se eu voltasse ao ponto de partida."

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fontes: maverick records e vh1 behind the music