<%@ Language=VBScript %> Aposentados, mexei-vos! - Mais idade pode significar mais experiência e sabedoria

 

Quem viveu mais pode saber mais porque trabalhou mais, viu mais coisas e teve, enfim, mais experiência!

 

É PRECISO NÃO PARAR

Aposentados, mexei-vos! 

 

  

 

 

            No Brasil ainda há certo preconceito contra idosos quanto a sua capacidade. O declínio físico pode ser visto, muitas vezes, como queda da aptidão mental. Aí é que muita gente se engana. Se o idoso aprende bem coisas atuais, sua mente pode somar vivência, e saber mais que os novos. E pode ser também muito ativo no trabalho.

           Barbosa Lima Sobrinho era  até quando viveu um jovem de mais de um século de vida. Caiu em pleno batente aos 103 anos. Vivo, provava imensa vitalidade num jornalismo atuante e combativo. Podia se discordar de seus pontos de vista, mas jamais se podia negar-lhe vigor e coerência histórica num mundo de vira-casacas, em que as opiniões mudam ao sabor do tempo como as estações do ano. É um exemplo, como tantos, a provar que a velhice pode ter muito vigor.

   

Liberdade

 

            A velhice com dignidade pode trazer certa autonomia que os jovens, em geral, desconhecem. Livre de ambições, pode-se lutar pela verdade, mesmo que isso possa ferir o interesse de uns ou de grupos. Isso pouco importa, se não há mais esse desejo de receber favores do poder político ou financeiro. Sem essa coisa que escraviza, a sensação liberta muito e ajuda a chegar perto da verdade. Eis aí um aspecto que pode ser gratificante para idosos.

 

Tipos de Santa Cruz do Capibaribe

 

            Ciba Amaro, 99 anos, ainda trabalha na agricultura. O próprio autor, à parte a modéstia dele,  em 1993 aos 57 anos, já aposentado, foi atingido por um grave AVC. Mas o acidente, embora o tenha deixado preso em casa,  não o desgrudou do trabalho no computador, ofício usado como terapia em sua recuperação. Tanto lutou e insistiu (água mole em pedra dura...), que findou por fazer este site que ele hoje  administra, ou seja, edita novos textos, revisa, atualiza e publica, ocupando seu tempo.  Não cabe aqui qualquer outra avaliação de seu trabalho. São todos esses exemplos lições de vida, como outros.

 

Exterior x interior

 

            Uma boa tática, segundo um amigo, é aumentar a idade real em dez anos, quando indagado a respeito. O resultado é, quase sempre, um elogio de volta. Vem um “Nem parece!...”, "Você está muito bem com essa idade!", “Está muito conservado mesmo!" ou coisa que o valha. Isso pode até ajudar a auto-estima do interrogado. Dizer a idade real pode gerar certa mudez no outro. Este pode ficar dizer a seus botões: “Meu Deus, como está acabado!” ou algo parecido. De fato, ambos podem estar “acabados” pela ação do tempo, porque os anos não mentem jamais. 

            Se o freguês, para parecer mais jovem, diminui a idade real (prática mais usual entre as mulheres), a frustração oculta do outro pode ser muito maior, tanto maior quanto mais alta for a redução. Tudo isso mostra que idade é mais um problema de cabeça. Claro que ela altera o aspecto das pessoas assim como um carro usado não pode ter a mesma aparência de um novo saído de loja. 

            Agora, a idade básica de cada um deve ser uma questão interior. Com efeito, existem velhos com espírito jovem como há jovens com espírito velho. Isso, segundo os médicos, influencia no estado de saúde.  O importante no caso deve ser manter o espírito jovem e até remoçá-lo, se possível. Não deixar, em resumo, que essa coisa interior siga os mesmos passos da regressão exterior. Inverter até, se puder, o sentido dos caminhos. Isso, com certeza, ajuda a diminuir a marcha negativa do lado exterior.

 

Aproveitamento

 

           A Europa do após-guerra, nos anos 40, foi reconstruída por idosos, sobretudo. No aspecto físico, a televisão está a mostrar exemplos de superação de limites de idade. 

           É deveras lamentável, porém, que não se utilize no Brasil o saber dessa gente, em geral jogada na cesta de lixo ao aposentar-se. Empresas e outras entidades deveriam usar essas pessoas ainda aptas como espécie de consultores seus, sem prejudicar os mais novos, sem tomar-lhes o emprego, claro, dando-lhes ganhos até de cunho simbólico. Seria uma forma inteligente de captar um capital técnico formado e acrescido ao longo do tempo. Os mais novos teriam muito a aprender com os mais vividos.

 

Parar nunca

 

           Muitos se aposentam e voltam a ocupações por questão de sobrevivência. Isso desmente sua aparente incapacidade física. Nem por conta disso, o pendurar as chuteiras deixa de ser algo necessário. Ao se esticar o prazo para obter esse benefício, como já ocorre no Brasil, estimula-se o desemprego com a redução da oferta de empregos num país de desempregados.           A parada legal é necessária a fim de variar os afazeres e dar chance a iniciantes no mercado de trabalho. Jamais para deixar de trabalhar. Aposentados, na medida do possível, devem continuar em atividade, paga ou não. Até tarefas domésticas valem. Quanto bem pode ser feito ao próximo em trabalhos gratuitos! Não convém ficar parado ou entregue a ações passivas, sem nada produzir de útil. 

         A existência tende a se confundir com o conceito de utilidade a si ou a outrem. Vale aí o princípio da bicicleta: não se pode parar sob pena de poder cair, a não ser que se deixe o veículo, isto é, por analogia, a vida.

 

Felicidade

 

          Talvez a felicidade, como já disse alguém, consista mesmo em ter o que fazer. Excetuados os doentes e incapazes, em tratamento, para que serve alguém que nada faz, nada produz e não serve a si nem a outrem? É, sem dúvida, uma vida sem sentido, um peso morto ou uma máquina parada (sem uso) que tende, mais depressa, a enferrujar, emperrar e parar de vez. Viver é mexer-se, é trabalhar, é fazer algo!  

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Página revisada em 27/05/2004

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