OPINIÃO:

Por que esta magnífica tecnologia, que economiza trabalho e torna nossa vida mais fácil, não nos traz um pouco de felicidade? A resposta é simples: porque ainda não aprendemos a usá-la com discernimento (Albert Einstein)

INJUSTIÇA GLOBALIZADA

 

Haja demissões!

 

 

 

 

            Demite-se muito nestes tempos de reinado da globalização  Como não há débito sem crédito, se uns perdem, outros ganham. Se uma maioria fica sem seu ganha-pão, uma minoria lucra. Miséria de muitos, benefício de poucos. 

 

Erro

 

          A culpa deve está mais na forma errada de apropriar ganhos da automação. Esta eleva o rendimento do trabalho e, por tabela, os lucros, já que os custos para o consumidor, em geral, não caem. Ganhos a mais, em vez de ficar só com o capital, deveriam ir também para o trabalho, por uma questão de justiça. Como? Mediante redução, por exemplo, da jornada de trabalho, sem diminuir salários, contratando-se mais gente ao invés de demitir. Seria um modo de combater o desemprego em vez de gerá-lo. 

 

Individual e coletivo

 

            Se uma empresa demite porque vai precisar de menos gente, vai ser melhor para a ela porque vai lucrar mais. Porém, se muitas ou quase todas fazem isso, o número de compradores, como um todo, vai cair. Menos emprego no conjunto significa menos consumo no global, menos vendas, menos lucros, menos impostos, mais falências, mais violência. Pior para todos. Não há como fugir a essa regra natural.

 

Dívida de salários

 

            No setor público, dívidas financeiras geram arrochos salariais e podem provocar até demissões, tudo para poder pagar esses débitos. Salário congelado é dinheiro tirado ao trabalhador, se os preços das coisas continua a subir, pouco ou muito.  Quem faz isso, no setor público ou privado, comete ato fraudulento nos termos de advertência bíblica.  

 

Falar e sentir

 

            Muitos demitem sem motivo justo e sem ligar-se ao fato de que podem mexer com o destino de muita gente. São razões técnicas, diriam. Contudo, fazer isso, antes de ser um problema técnico, é uma questão ética. Defensores disso, por mais técnicos que sejam, por mais mestrados e “phd” que tenham, carecem do preparo ético que o mais iletrado dos homens pode ter. 

            Desemprego na casa do vizinho é estrutural, conjuntural, friccional ou ganha outro adjetivo difícil em bom economês; na casa da gente é tragédia mesmo em bom português. 

 

Causa e efeito

 

            Falta pesquisar o desemprego como causa (e não só como efeito) da recessão.  Até que ponto as demissões geram o quadro recessivo? Não seriam elas as causas primeiras dessas crises? Afinal, qual a maior parcela de consumidores, senão a dos assalariados?

 

Lei de talião 

 

          Houvesse uma lei natural a castigar os que põem inocentes no olho da rua, a coisa poderia ser diferente. A cada cem demissões desse tipo, seus autores, por hipótese, ficariam um mês desempregados como suas vítimas. 

         Como “quem com o ferro fere, com o ferro será ferido”, quem sabe se não há, aqui na terra mesmo, punição similar, talvez de forma diferente e pouco visível a nossos olhos?

Advertência bíblica - Eis que o salário, que defraudastes aos trabalhadores que ceifavam os vossos campos, clama, e os gritos dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos. (Epístola de São Tiago 5, 4).
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Atualizada em 15/04/2004