OPINIÃO:

 

Vale para uns, e para outros, não! É a regra da desindexação.

DESIGUALDADE

Inflação, jogo de cartas marcadas

 

 

 

 

Só um time pode fazer gol?

O outro, o de salários, não?

Justiça de leopardo?

 

 

             A tal desindexação aqui é só para salários.  Mas inflação, pequena ou não, continua a existir. Como “de grão em grão a galinha enche o papo",  o miúdo vira graúdo ao longo do tempo. Da criação do real para cá, os preços triplicaram, isso pela valorização do dólar em relação ao real.

 

Regra

 

            Bancos corrigem seus ativos a receber pela inflação passada. Na onda, sobem mensalidades, planos de saúde, remédios, combustíveis, alimentos,  telefone, água, luz etc. Até governos atualizam seus impostos. Em resumo, ninguém quer perder nesse jogo. Cada um faz sua indexação particular com ou sem índices. De um jeito ou de outro, o efeito é o mesmo: aumentos de preços e valores.

            Só trabalhadores, em geral, ficam no prejuízo. Para servidores públicos, então, o estrago é maior, pois, na prática, estão sem aumento há mais de oito anos. O fim dessa política de frear salários seria nivelar a maioria na linha de pobreza? Essa marca de carência, com certeza, não é a vida de que fala  o evangelista João:

           “O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância".  

Indecência

 

            Governos acham, acaso, que  funcionários públicos são cidadãos de terceira categoria? Esquecem que são criaturas humanas de carne e osso, com estômago e tudo?

            A inflação atual pode ser decente e até de Primeiro Mundo. Aliás, esses países desenvolvidos, em geral, têm inflação próxima de zero, mas geram altas taxas de desemprego. Em nações do Terceiro Mundo, como o Brasil, a coisa é pior: há inflação e desemprego maiores. Parece que o capitalismo produz inflação como a bananeira produz bananas. O combate ao mal causa muito desemprego na outra ponta. É a realidade do mundo.   De qualquer forma, essa política. de agressão salarial vigente no Brasil, causando mais desemprego, é muito indecente mesmo.

 

Correção da injustiça

 

 

            Desindexação capenga e injusta, só de um lado! Dois pesos e duas medidas?  Ordenados reduzidos ou extintos podem até conter o aumento maior de preços. Mas agridem a dignidade da pessoa humana, ferindo fundamento da Constituição Federal (inciso III do artigo 1º).  Esse gelo salarial deve ser uma fraude, segundo este conceito bíblico:          

            “Eis que o salário que defraudastes aos trabalhadores que ceifavam os vossos campos, clama, e seus gritos de ceifadores chegaram aos ouvidos do Senhor dos Exércitos” -- adverte São Tiago em sua epístola. 

Homem do cachorro

 

               Caindo o consumo, faltam vendas e impostos. Sobram falências e violências. Cresce o desemprego. O aperto faz lembrar a piada do homem que, para reduzir custos, quis acostumar seu cachorro a não comer. Quando o cão pareceu habituado ao sacrifício, morreu de fome e frustrou seu dono. 
             No caso humano, o efeito colateral pode ser inesperado.  Se a desindexação não pode acabar em todos os lados, adote-se um critério para defender os salários.
 

Anticristã

 

            Toda política que promova a pobreza da maioria,  venha de onde vier, tenha o nome que tiver, seja qual for a razão, será tudo, menos cristã.

 

Esperança

 

          O Presidente Lula foi eleito com promessa de  mudar essa situação, razão por que recebeu as esperanças da imensa maioria dos brasileiro. Ainda é cedo para julgar seu governo, mas suas medidas iniciais, na área econômica, copiam a política anterior. Algo tem de mudar para melhor nesse setor. É o que se espera.           

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Desindexação - Cancelamento da indexação. 

Indexação - Correção monetária de preços, valores e salários, de acordo com inflação passada. Se para isso usa índices é formal; se não, é informal. Em ambos os casos, o efeito é o mesmo, ou seja, aumentos.

Epístola de São Tiago 5, 4.  

Evangelho de São João 10,10.

 

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Atualizada em 14/04/2004