SIMPLICIDADE EM TUDO

 Soluções simples

 funcionam melhor

 

 

 

                Dos inventos humanos, um dos mais simples é o dinheiro. Por causa de sua simplicidade, todos sabem usá-lo. Do analfabeto ao letrado. Difícil pode ser ganhá-lo. Não foi fácil chegar à moeda em sua fase atual. Para isso o homem gastou longos períodos de sua história. 

Fila única

 

              A fila única de bancos é um exemplo de solução simples. No passado,  as filas de banco, como as de hoje, eram grandes em geral. Só que havia uma fila para cada caixa. Tantos caixas houvesse, tantas filas existiam,

              As esperas podiam ser maiores ainda. Bastava chegar perto para ser atendido e ver que o freguês da frente estava entupido de papéis. Aí tome tempo!  Surgia, então, a dúvida: esperar que o chato fosse atendido ou desistir para entrar no rabo de outra fila? A última opção poderia ser a mais certa, mas haveria o risco de topar com outro buchudo de papéis.  

              A fila única acabou com o problema.   Contudo – diriam -- tem banco hoje com fila única para um só guichê. Aí não é fila única, é fila antiga mesmo. Fila única supõe dois caixas para atender, no mínimo.  

             Não se chegou à fila única com facilidade. O autor virou bancário no começo dos anos 60, e viu a fila burra por quase dez anos, até quando trabalhou em banco.

 

Passagem de estudante

 

            Certa vez no Recife, na busca de solução para fazer vigorar o desconto de 50% no preço das passagens de ônibus para estudantes, pôs-se em prática a seguinte convenção: no sentido centro, com exibição da carteira, o estudante entrava nos ônibus pela porta da frente, sem pagar. No sentido subúrbio, todos pagavam passagem inteira, inclusive estudantes. 

            Como quem vai volta e quem volta foi, a redução ficou garantida. Invertido o fluxo de destino para aplicar a gratuidade, a coisa também funcionaria. Todo caminho dava na venda.  

           Durante algum tempo, a solução simples funcionou a contento, sem papéis, sem burocracia. Deixou de funcionar por falhas humanas, alheias à solução em si.

 

Computador

 

           Quando os computadores começaram a ter seu uso difundido no Brasil, aí por volta dos anos 60-70, tinham operação muito difícil. Era preciso submeter-se a treinamento especial para manejá-los. Muita gente desistia logo da idéia. O negócio era coisa de gênio mesmo.            

            Os que mexiam nessas máquinas, em regra, eram chatos de galocha no falar difícil e mostrar falsa ciência. Parecia até que eram de um mundo à parte e queriam manter certa casta entre si. Porém, isso é coisa do passado.

           Hoje o uso dos computadores está popularizado porque sua operação ficou cada vez mais simples. À medida que se tornam mais potentes e usam meios eletrônicos mais sofisticados, seu uso fica mais simplificado. Os programas são cada vez mais amigáveis. Tivessem ficado na operação complexa inicial, estariam onde estavam, sem dúvida.

 

Texto

 

           A linguagem simples comunica mais e melhor. Textos pesados podem até conter erudição, mas acabam por transmitir pouco ou nada. E qual o fim básico do escrever, senão comunicar bem algo? Como curiosidade, pode ser vista a página Como escrever difícil, um modelo para complicar textos.

 

Bíblia

 

            A Bíblia é outro grande exemplo do uso da simplicidade. Procura explicar coisas complexas por meio de imagens simples, usando analogias e parábolas. Cristo disse:

Sede prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas  (Mateus 10,16)

Busca de soluções

 

           Falsos cientistas, muitas vezes, complicam a solução de problemas. Esquecem de buscar soluções simples ou não sabem achá-las. Existe sempre uma solução singela, sem ser simplista, por mais intricada que seja a questão. Difícil pode ser encontrá-la. Fácil é complicá-la.  

 

Confronto - verdade x mentira  

 

           Por fim, cabe lembrar que a verdade é simples, única, clara, direta e coerente. A mentira, seu oposto, costuma ser complicada, múltipla, nebulosa, enviesada e contraditória. A simplicidade, então, bate com a verdade? A complicação, com a mentira?