SATANISMO>> BAPHOMET
 

Peter James Carrol
 

 'O que É Deus?' nós poderíamos perguntar, uma vez que a questão tem obssecado nossa espécie desde que surgimos com esta noção. A questão tornou-se um jogo com regras completamente novas desde que inventamos o telescópio. Se a terra fosse reduzida ao tamanho de um grão de areia, ainda assim o universo seria inimaginavelmente vasto na mesma escala. Os objetos observáveis mais próximos ainda estariam muito distantes, não em quilômetros, mas em muitos milhares de bilhões de quilômetros. É muito improvável que seja lá o que crie nesta escala tenha interesse pessoal sobre o que tomamos no café da manhã. Como espécie nós somente começamos a formar teoria pretensiosas sobre deuses cósmicos quanto misturamos nossa psicologia megalomaníaca com os vestígio de conhecimento shamânico. O Deus monoteísta é somente uma imagem idealizada de nós mesmos ou de nossos pais carnais em larga escala. A perspectiva do telescópio agora mostra-nos que esta idéia era infantilmente pequena. Não admira que a inquisição queimasse astrônomos. Todavia, antes dos erros monoteístas terem acontecido, nossa espécie havia chegado a uma sofisticada apreciação da estrutura psíquica do nosso cantinho do universo. No primeiro Aeon Shamanístico, o homem reconhecia a espírito animador dos seres vivos. Ele era geralmente descrito como o Deus Cornudo, um homem com chifres. Era uma força sem moralidade, a qual não podia ser aplacada ou com a qual se pudesse barganhar. Entretanto, pela observação cuidadosa, meditação e treinamento era possível obter para si ou sua tribo uma barreira psíquica em um ambiente hostil através de sua apreciação. Estas habilidades psíquica primordiais, combinadas com alta inteligência fizeram do homem a espécie mais bem sucedida no planeta. A força que tornou isto possível era simbolizada como o Deus Cornudo. Cornudo porquê conferia certos poderes sobre os animais e um homem com chifres porquê simbolizava algo extra que o homem poderia conquistar. Os chifres duplos simbolizavam a natureza bipolar da força que era tanto boa quanto má, luz e escuridão, beleza e terror. Ainda mais, a imagem do Deus Cornudo dava uma impressão da espantosa e temível natureza deste tipo de poder. A agricultura e o início da fixação da vida em cidades anunciaram o Aeon Pagão. O homem perdeu contato com muitos aspectos desta força que relacionava diretamente a natureza e começou a construir todo espécie de teorias panteístas e politeístas improváveis para justificar seu comportamento e seu ambiente. Conhecimento tornou-se fragmentado e aspectos desta força foram personificados como muitas entidades. Superstição e religiões simples tornaram-se comuns. A tradição mágica e habilidades originais sobreviveram em alguns locais, mas tornaram-se não oficiais e até mesmo marginais. No Aeon monoteísta, religião tornou-se um instrumento institucionalizado do Estado. Os deuses singulares deste período foram formulados para dar sanção divina para os poderes seculares sacerdotais e para prover um modelo ideal para o cidadão. A antiga força vital mágica não poderia fornecer a base para estes novos deuses. Ao invés disto, Yahweh, Jeovah, Allah e Buddha eram definidos como homens idealizados nos termos das idéias culturais particulares aos povos. Magia tornou-se uma atividade suprimida porque os padres das novas religiões não eram muito adeptos a ela e não arriscariam que ninguém pudesse sobrepuljar suas habilidades limitadas. Por causa da concepção idealizada dos deuses unitários, tudo que era não - ideal ou mal foram juntadas na forma de várias imagens do Diabo. O Deus Cornudo da antigüidade reapareceu como o anti - deus nestes sistemas. Seus devotos encontravam-se secretamente como bruxas e feiticeiros para praticarem sua magia. No Aeon ateísta, pelo qual as culturas líderes estão agora passando, deus tornou-se homem, despido de suas capacidades psíquicas e mágicas, mas providos com tecnologia física ao invés delas. Por um ato supremo de desatenção seletiva, culturas ateístas administraram não observar a manifestação de nenhuma outra realidade que não a física. A força vital do cosmos e seus seres eram eludidos por equações e tornaram-se o Deus Escondido. No Aeon Caoísta, no limiar do qual nós estamos, uma nova concepção da realidade está se formando. Esta nova concepção está crescendo em várias frentes. A vanguarda da física quântica parece estar provendo as bases teóricas para muitos fenômenos re-descobertos pelo renascente interesse em parapsicologia e práticas mágicas antigas. Neste novo paradigma, a força animíca de todo o vasto universo pode ser chamada Chaos. É o Vácuo gestante inexpressivo de qual manifesta a existência, a ordem e surge a forma. Sendo onipresente e não - dualistíco, é virtualmente imperceptível, inconcebível e impossível de visualizar. Quase toda tentativa de dizer qualquer coisa sobre ele será uma negação de suas outras qualidades e portanto uma mentira. Nós poderíamos dizer que é caótico ou randômico, pois a forma surge dele sem uma causa anterior. Poderíamos descrevê-lo como fortuitivamente randômico, mas isto somente refletiria nossa atitude positiva em face a existência se tomarmos o trabalho de mantê-la. Poderíamos dizer que ele opera no nível quântico subatômico e dentro do centro de nosso ser, somente se nós não pudéssemos detectar seus efeitos secundários em outro lugar. Nós poderíamos dizer que sua mais óbvia manifestação é a mudança. Esta mais apropriada definição efetiva é baseada em uma aproximação. Nada que possamos conhecer é estático ou totalmente imóvel. Nós seríamos completamente incapazes de perceber algo que fosse totalmente imóvel, pois isto não emitiria energia e nem impediria o fluxo de objetos através dele. Chaos seria melhor visualizado como o único ponto em descanso, o Imóvel Movedor como o é. Entretanto nós escolhemos não vê-lo, o último campo do ser é completamente vazio ao nosso entendimento, impessoal e inumano, caprichoso e excêntrico e muito mais infinito e incompreensível para ser usado como deus por seres limitados e dualistas como nós mesmos. Existe uma parte do Chaos que é mais diretamente relevante ao magista. É o espírito da energia da vida em nosso planeta. Todos os seres vivos tem uma qualidade extra em si que os separam da matéria inorgânica. Os Shamans antigos viram principalmente a representação desta força como o Deus Cornudo. Em tempos mais modernos esta força reafirmou-se em nossa consciência sob o símbolo de Baphomet. Baphomet é o campo psíquico gerado pela totalidade de seres vivos neste planeta. Desde o Aeon Shamanista, ele tem sido variavelmente representado como Pan, Pangenitor, Pamphage, All-Begettor, All-Destroyer, como Shiva-Kali - falo criativo e mãe abominável e destruidora - como Abraxas, o Deus polimórffico que era tanto bom e mal - como o Diabo de cabeça animal do sexo e morte, como o maldoso Archon situado sobre este mundo, como Ishtar ou Astaroth - deusa do amor e guerra - como o Anima Mundi ou Alma do Mundo,, ou simplesmente como 'Deusa'. Outras representações incluem a Águia, ou Barão Samedi, ou Thanateros, ou Cernunnos - o deus chifrudo dos Celtas. O termo apelativo 'Baphomet' é obscuro, mas provavelmente surgiu como o grego 'Baph-metis', união com sabedoria. Deus com nomes e imagens Baphométicas ocorrem através de todo o ensinamento Gnóstico. Nenhuma imagem pode representar completamente a totalidade do que é esta força, mas é convencionalmente mostrada como um hermafrodita deus-deusa na forma de um humano chifrudo que inclui várias características de mamíferas e reptílicas. Também deve conter simbolismo protozoário, de insetos e flores pois é a força que anima da bactéria ao tigre. Se tivermos sucesso em criar uma máquina consciente, passará a ter elementos mecânicos da mesma forma. Entre os chifres uma tocha é usualmente posicionada, pois espírito é mais facilmente visto como luz. A imagem também deve conter elementos de necrose pois ele compreende também a morte. Vida e Morte são um simples fenômenos pelos quais a força vital continuamente reencarna. Uma negação da morte também é uma negação da vida. O mecanismo celular que possibilita a vida é o mesmo que torna a morte inevitável, essencial e desejável. Todas as religiões que negam a morte são também anti-vida. Não tenha medo, você tem sido e será milhões de coisas, tudo o que você vai sofrer é amnésia. Os aspectos sexuais do Deus-Deusa Baphomet são sempre enfatizadas, pois sexo cria a vida, e a sexualidade é medida em força vital ou vitalidade, não importa como for expressada. O espírito da força vital é o espírito do êxtase duplo, procriação e reabsorção, sexo e morte. Bonito e terrível Deus do falcão que paira no ar, Deus da árvore que nasce, Deus dos amantes colados, Deus da carcaça putrefata, Deus da corrida iniciada, Deus da caçada selvagem na floresta. Invoque este Deus com divertido sexo selvagem, e com estranhas ervas e vinhos que exaltem a vitalidade e a imaginação. Por último, deixe sua alegre consciência em comunhão com este Deus por profunda concentração e visualização, e a força mágica da vida será dirigida para o bem ou o mal. Ó apareça em cornuda majestade como os poderes do ar, e traga-nos o poder da visão e fala do vento. Virtualmente todas as mitologias mantém algum conhecimento sobre energias reptílicas antigas que comumente precedem a existência dos deuses. Então, em muitas cosmologias nós temos vários tipos de serpentes - Leviathan circundando o universo, ou Dragões Caóticos como Tiamat de qual a existência nasce. Os deuses são frequentemente descritos como tendo sacrificado ou aprisionado estas forças reptílicas, ou como estando perpetuamente assoberbados em suprimi-las. Virtualmente todos os demônios são descritos como parte animal e a maioria tem alguma característica reptílica. Um número de sugestões ingênuas e incorretas tem sido propaladas na questão da representação ambígua entre as forças primais ou más e os símbolos reptílicos. É verdade que a serpente lembra o falo, mas a maioria dos répteis quadrúpedes não o lembram. Também é verdade que algumas cobras tem a aparência de regenerarem a si mesmas quando trocam suas peles, mas mesmo a mais simplória observação mostrará que isto não as torna imortais. Algum répteis grandes são indubitavelmente perigosos, mas os terríveis dinossauros já estavam extintos antes do homem aparecer em cena. Se nós mantemos uma memória ancestral de animais ferozes, então estes animais seriam quase totalmente mamíferos, mamutes, ursos e grandes gatos. Não, deve haver uma conexão mais profunda entre o homem e o dragão para explicar a universal ocorrência deste mito cultural mesmo em regiões com poucos répteis notáveis. O Dragão de nosso mitologia dorme dentro de nossas cabeças. Evolução deixou-nos com três cérebros Ao invés de uma completa reestruturação do cérebro em cada avanço da fase evolucionária, novas partes foram adicionadas para cobrir certas funções. A parte mais nova de nossos cérebros é o que nos faz unicamente humanos. Somente os chipanzés tem algo similar. A próxima parte, mais antiga que a primeira, nós temos da mesma forma que os mamíferos em geral. A parte mais primitiva do nosso cérebro é algo que os mamíferos, inclusive nós, temos em comum com os répteis. O homem tem um homem, um lobo e um crocodilo vivendo dentro do crânio. Todos os dragões, serpentes e demônios assustadores do mito e pesadelos são atavismos reptílicos surgindo da parte mais antiga de nossos cérebros. A evolução não apagou entes padrões de comportamento ancestrais, simplesmente enterrou-os sobre uma pilha de novas modificações. Assim, os deuses na mitologia, como representação da consciência humana, suprimiram os titãs e dragões da consciência mais antiga. As tradições de magia preservam um número de técnicas para acordar os dragões e lobos adormecidos dos cérebros mais antigos. Se forças etéricas do corpo forem direcionadas para cima no crânio, a primeira parte do cérebro a ser ativada será os circuitos reptílicos. Assim, no esoterismo Oriental, liberar o poder da serpente é chamado despertar a Kundalini. Sabedores dos perigos desta técnica, os magistas orientais insistiram que a Kundalini não deve ser permitida tardar ali, mas sim entrar nos centros mais altos do cérebro. Os centros mais antigos do cérebro também podem ser ativados durante intensos estados gnósticos de excitação ou meditativos. Gnose pode ser dirigida a estes níveis pela visualização de si mesmo na requerida forma - besta, e pelo uso de sigilos para alcançar o comportamento dos programas sub-conscienciais. A 'Mente de Dragão' encontra aplicação mágica na criação de poderosos, sórdidos demônios e na projeção de encantamentos de natureza similar. Os programas da consciência reptílica não extendem à compaixão ou consciência e contém pensamentos para as necessidades de caçar, matar, comer e reproduzir. Sociedades e religiões tem se preocupado com manter o Dragão e o Lobo permanentemente suprimidos exceto quanto necessitam fazer a guerra. Para o magista, estas forças atávicas são a fonte de poder pessoal. Assim, Baphomet, o Deus dos magistas, é frequentemente mostrado em uma forma composta de homem - mamífero - serpente, como são muitos deuses shamânicos. "