AMYSTIS zine #1, c/a Ludmilla, Brasil
Junho'99
1.Nos últimos anos houve um grande
crescimento quantitativo da cena Black Metal. Você acha
que este crescimento, no "final das contas"
atribuiu ao fortalecimento/união ou ao
enfraquecimento/desunião da cena em aspectos gerais?
PAULLUS: Acho que ganhamos e perdemos
sob vários aspectos impossíveis de relatar de uma forma
íntegra nestas poucas linhas. Existem muitos valores que
devem ser refletidos; pois, se por um lado houve um
aumento quantitativo de bandas de Black Metal, por outro
também há um aumento da qualidade musical, e isso me
parece como fortalecimento, no entanto, ainda há uma
competição desleal entre algumas pessoas do cenário na
qual se caracteriza como desunião. Precisamos pensar
mais sobre esta questão para se chegar a uma conclusão
mais próximo e justa da realidade que o cenário esta
vivendo.
2.O que há por trás das letras do
Morcrof? Comente sobre a temática abordada e o que ela
realmente significa para vocês?
PAULLUS: Falamos da morte carnal e
espiritual, das constituições das idéias, das
reações e crenças humanas, do ocultismo em nossas
visões... Nossas letras são os desdobramentos de nossos
mais profundos pensamentos, somos o que escrevemos, sendo
isto nossas próprias filosofias emanadas e encarceradas
no ato de um pensamento, eternizando o momento que
vivemos cada reflexões que temos.
3.Faça-nos um resumo da simbologia
empregada no logotipo da banda. O que ela realmente
representa para vocês?
PAULLUS: O logotipo apresenta
princípios hedônicos, aprofundado na numerologia e
signos zodiacais além de outros pormenores que se
evidenciam com a Ansata ao centro, formas que lembram
luas e/ou serpentes sobrepostas a uma foice, e, por
último, linhas imaginárias formando-se duas pirâmides
sobre a constituição do logo; tudo, além de
representarem parte de relações com nossas próprias
vidas, formam também a estrutura do que o Morcrof passa
ideologicamente.
4.Poderia nos falar algo a respeito
da nova DT "Peragere Humum Et Semem Terrai
Abditae"? Como você avalia este novo trabalho?
Musicalmente o que mudou em relação a DT "Scientia
Ab Mortuus"?
PAULLUS: "Scientia Ab Mortuus"
e "Peragere Humum Et Semem Terrai Abditae" são
trabalho que, apesar de terem sido registrado em épocas
diferentes dentro do que vivíamos no Morcrof, possuem
características semelhantes, talvez porque contenham
músicas compostas numa atmosfera cronologicamente
idêntica. No entanto, "Peragere..." apresenta
uma produção melhor do que a primeira DT, assim como
também uma melhor qualidade de gravação. Musicalmente
também evoluímos muito se tratando dos instrumentos de
cordas, quanto a bateria não tanto porque fora feito de
uma forma mais improvisada. A nova tape apresenta sete
sons na qual compomos entre os anos de 95 à 98.
5.Você sentiu alguma dificuldade
para gravar a bateria nesta DT? Como vem se saindo o novo
baterista? Ele se adaptou perfeitamente a banda?
PAULLUS: Não houve nenhuma
"grande" dificuldade ao gravar a bateria; tenho
uma certa facilidade com esse instrumento, aliás, antes
de optar pelo contrabaixo, eu já havia tocado bateria
entre os anos de 89 à 91 em duas bandas já findadas
daqui de São Paulo. Logicamente, tive que me readaptar
ao instrumento em 5 meses o que eu não praticava a 8
anos; diante dessa e de outras dificuldades, o resultado
final para nós foi bem satisfatório. Por outro lado, na
mesma época em que estávamos gravando, mantínhamos
contato com três bateristas que nos interessava sendo um
deles de nome Anders, que se mostrou o mais interessado e
disposto a compor nossas músicas do que os outros dois
músicos. Por isso, estamos ensaiando com ele (Anders)
desde março de 99, passando 3 sons antigos (que ficaram
de fora da nova DT) e similar a isso, estamos compondo um
som novo, e dessa forma, testarmos nossa atual capacidade
criativa. Anders tem atuando com muita segurança nos
ensaios, e seu perfil durante o tempo que estamos
ensaiando tem nos passado bastante segurança.
6.Agora, com a formação novamente
estabilizada vocês pretendem voltar a tocar ao vivo? Já
há alguma data marcada?
PAULLUS: Estamos ensaiando muito para
voltar aos palcos o mais rápido possível, mas não
pressionamos o Anders quanto a isso; deixamos ele à
vontade para assimilar as músicas até que possamos
todos nos sentir aptos e seguros para subir ao palco
novamente. Devido a isso, ainda não temos uma data
marcada quanto a shows; mas posso lhe informar que será
o mais rápido possível dentro do que formos evoluindo a
horda.
7.Agradeço a você Paullus, pela
entrevista... Caso você queira acrescentar algo que eu,
por lapso, esqueci de perguntar, este espaço está
aberto para suas palavras finais.
PAULLUS: Black Metal não é estilo
musical; é ideologia profana, é a busca da liberdade,
da luz do conhecimento... Tem gente que acha que Black
Metal é apenas tocar igual as bandas norueguesas, o que
definitivamente não é. Obrigado por este espaço
democrático, fazendo com que pudesse expor algumas de
minhas idéias. Hail.
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