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IN INFERIORIBUS zine #1, c/o Azimã, Rua Des. Azevedo, 1000, C. Grande / PB, 58102-315
Jan'99

1.De que e porque originou-se essa horda? Qual objetivo?

PAULLUS: Em uma certa época de nossas vidas sentimos a necessidade de busca à nossas verdades e independência física e mental, isso nos faz sentir importante e forte consigo mesmo a cada descoberta positiva da confirmação dos ideais desejados. Cada pessoa almeja sua busca para o rumo que lhe interessa, e, no nosso caso (na Morcrof), buscamos um conhecimento existencial e vivemos uma crise diante disso, já que nada nesse sentido vivente tem uma explicação convincente (pelo menos para mim)... A Morcrof originou baseando-se nisso; na busca da verdade absoluta, na explicação universal dos fatos, na existência de tudo que compõe nossos corpos e nossas almas... Desde que você se deite a noite, olhe para suas mãos, olhe para seu corpo e reflita que um dia isso se consumirá na atmosfera negativa da terra, ficando suas esperança de vida baseadas apenas em uma abstrata e mundana fé, transformando-se com isso um escravo obsoleto... É certo flutuamos em esperanças abstratas? Aquele que duvida da verdade é porque tem em si uma verdade pela qual não duvida.. Esse é o motivo pelo qual existe a Morcrof, para indagar e expor o motivo de nossa existência carnal e possivelmente incorpórea.

2.Qual o motivo de fazerem tal arte? Pode-se dizer um rótulo ao estilo da banda?

PAULLUS: O culto do Metal Arte junto a nossa busca ideológica faz com que nos encaixe dentro do Dark Metal, porém, particularmente não gosto de rótulos pois isto faz-me sentir preso... Costumo dizer apenas que cultuamos a música extrema, dentro da liberdade que o Heavy Metal nos proporciona.

3.Qual o motivo do título da DT? O que vem significar seu objetivo?

PAULLUS: "Scientia Ab Mortuus" resume exatamente o que buscamos, o conhecimento do presente para o culminante instante entre a passagem da "certeza" para a "incerteza".

4. O que as letras da horda vem a relatar? Qual o motivo deste fato e o que os levaram a faze-las?

PAULLUS: Tratamos do existencialismo humano em aspectos que nos fascinam, esse é o motivo principal que nos anima a escrever temas desta natureza. Cada letra tem uma história íntima relacionada com passagens diferentes de nossas próprias vidas, relatando o que pensávamos em distintas épocas, porém, mesmo nossas primórdias letras ainda nos mostram uma forma atual dos nossos pensamentos pois não mudamos nossa ideologia acerca do que escrevemos a anos atrás, pelo menos nada nos levou a acreditar em algo diferente do que relatamos em letras de outrora.

5.A horda possui alguma influência musical? Como são feitas as músicas? Quem as iniciam?

PAULLUS: Temos influências eruditas e das principais bandas das décadas de 70, 80 e 90, isso porque a faixa etária entre nós varia entre 18 à 27 anos, tendo assim cada um de nós uma influencia trazidas dos tempos em que iniciamos a tocar... Nas composições, R'Bressan e Eu compomos geralmente as bases de fundo, C'Bontus e Pétros Nilo trabalham mais a parte harmônica, mas isso não é regra, pois há uma liberdade de interação musical entre nós, quando todos podem trabalhar tanto nas harmonias quanto nas bases, dependendo do andamento da composição.

6.Fale-nos a respeito da gravação do debute CD, e, quando este será lançado? Será o CD lançado por um selo nacional?

PAULLUS: Infelizmente não lançaremos mais o CD (que seria produção independente) devido a vários aspectos negativos que ocorreu antes e durante a gravação... A falta de dinheiro, troca de integrante e sérios contratempos familiares e profissionais do ano de 98 exigiu que lançássemos mão do dinheiro que tínhamos ajuntado durante dois anos (para despesas do eventual CD) para saldarmos algumas dívidas que tivemos de fazer diante de alguns contratempos particulares. Porém, não estamos desanimados com isso, mesmo porque a gravação está sendo concluída, faltando poucos horas de estúdio para terminar. Divulgaremos seis músicas em formatos de DT e CD-R demo, juntamente com encarte contendo algumas letras, bio'92/98, release'99, foto, logo (atualizado) e flyers.

7.Qual sua opinião quanto a nossa atual cena? Como você vê as hordas se vendendo a selos só por dizer "eu tenho um CD"? Você destacaria algo no momento?

PAULLUS: Sinceramente estou tão desiludido com certas pessoas que participam do cenário que tenho me limitado apenas entre o pessoal que costumo manter contato... ultimamente tenho visto tantas bandas e zines medíocres que não tenho tido mas ânimo para buscar novos horizontes além dos que já tenho, para, dessa maneira, não me decepcionar ainda mais... Não estou criticando se um zine é batido à máquina de escrever manual com um xerox da pior qualidade ou se é feito pelo computador mais atual e de forma profissional; também não estou criticando bandas que divulgam uma demo Reh ou um CD, mas, critico sim pessoas que não tem a responsabilidade e o compromisso com o Metal underground... Cito o detalhe do ponto que você (Azimã) colocou em sua pergunta... "bandas que se vendem somente para esnobar um CD", ou pessoas que difamam outras sem ao menos saber o porque disso... esta situação é ridícula!
Vejo que hoje é difícil encontrar hordas que buscam ou que tenham o "feeling" que as bandas das décadas de 70, 80 e início de 90 tinham por natureza (salvo por algumas atuais)... Era tão real e expressiva as atitudes de bandas dessa época que você ouvia uma demo reh de qualidade horrível e encontrava elementos totalmente criativos e fudidos... Hoje isso não é tão frequente.

8.Como encontra-se a atual formação da horda? O que isso proporciona à todos?

PAULLUS: Desde março de 98 estamos sem baterista, mas isso não nos desanimou, pelo contrário, esse desafio que tínhamos pela frente que nos proporcionou novo ânimo para gravarmos o novo material. Acredito também que logo acertaremos com um novo integrante, para então voltarmos as atividades de shows, que foram anulados no ano de 98.

9.Você particularmente participa de alguma ordem, ou pratica algo relacionado ao oculto?

PAULLUS: Leio muito a esse respeito e já pratiquei alguns rituais, mas não me prendo a nada fora de minhas próprias reflexões. Sou um sacerdote de mim mesmo, assim como creio que todos devam ser consigo mesmo.

10.Como vocês relacionam-se com as demais hordas de sua cidade?

PAULLUS: Temos um convívio natural quando nos reunimos, e tratamo-nos todos reciprocamente bem uns com outros... Quem nos conhece e nos tem respeito encontra o mesmo tratamento.

11.Quantos shows já realizaram? Todos foram de pura satisfação? Você acha que o show ajuda a divulgação da banda sendo positivo se expor a diversas pessoas?

PAULLUS: Não vejo mal se expor ao público, acho isso necessário, se a banda se expõe nas gravações porque não se expor em shows? Os festivais é a oportunidade da banda se defender de difamadores e ao mesmo tempo mostrar do que é capaz de improvisar ao público que vai assistir ao seu show. Sobre a quantidade de shows que realizamos, foram uns poucos mas não sei ao certo, talvez menos de 20, e, todos tiveram aspectos bons e ruins bem distintos... Nunca nada sai perfeito em nenhum shows underground, mas é isso que acaba motivando muitas vezes, porém a banda necessita estar bem ensaiada para enfrentar eventuais problemas...

12.Sinta-se livre...

PAULLUS: Sentir-se livre é tudo que gostaria, mas o que é a liberdade senão uma ilusão? Sempre estamos presos à alguma coisa, seja dogmas, tempo, cores, sabores... Nós sempre estaremos confinados à algo que acreditamos, presos em nossos corpos e em nossas mentes pensantes, presos a Deuses ou a Demônios ou simplesmente presos aos próprios homens (sociedade)... Presos a verdade e ao seu disfarce (a mentira), presos ao trabalho ou a vadiagem, então, onde está a liberdade? Como se sentir livre? A liberdade não existe!
Obrigado pelo seu espaço e pela sua grande força à nós e à todos que cultuam o Metal underground. Sentimos honrados e orgulhosos pelo cenário ter guerreiros como você (Azimã) por isso, meus sinceros respeitos.

 

 

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