FLORESTA PAGÃ zine #1, c/o Pagan
Warrior, rua dos Guachos, 12, Porto canoa, Serra / ES,
29168-650, Brasil
Nov'98
1. Primeiramente, como vai Paullus.
Gostaríamos de conhecer a MORCROF e saber como foi
formado.
PAULLUS: Saudações caros Pagan Warrior
e reais leitores. É com satisfação que participo deste
manifesto de apoio para com as profanas bandas de nosso
cenário. Ressalvo que esse apoio deve ser recíproco
entre todos que almejam fortificar e consolidar o
respeito ao cenário brasileiro. Diante disso, ficamos à
disposição para responder-lhe todas suas indagações.
... A idéia de formar a Morcrof surgiu em dezembro de
MCMXCII, quando Caecus Magice (nosso primeiro guitar) e
eu concluímos o desejo de manifestar todo sentimento
negativo existente em nossas almas através da música
extrema, compartilhando com adeptos que ressalvam os
mesmos princípios. Em MCMXCIII, iniciamos os ensaios
para registrar no ano seguinte uma demo REH. No início
de MCMXCV sofremos baixas na formação e reiniciamos
meses mais tarde com novo baterista e guitarrista.
Gravamos nossa debute DT'96 com o line up quase
totalmente reformulado, e hoje, estamos prestes a lançar
um Advanced-Tape'98 antecedendo nosso debute CD'99.
Atualmente compõe Ludwick Schölzel / vocal, C'Bontus /
teclados, R'Bressan / guitarra solo, Pétros Nilo /
guitarra solo e Paullus Moura / contrabaixo e suporte
vocal.
2. A DT "Scientia Ab
Mortuus" foi gravado em 1996; desde que foi
lançada, como está sendo a divulgação até hoje após
dois anos?
PAULLUS: Na nossa opinião está indo
muito bem, não podendo ser melhor. Tivemos bons
resultados com esse trabalho na qual não iremos mais
divulgar a partir de dezembro, pois, neste mesmo mês
lançaremos um Advanced, contendo dois sons que farão
parte do repertório do CD.
3. Qual o tipo de ideologia que
abordam nas letras e, qual o tipo de som que vocês
escutam para ter uma criatividade sonora?
PAULLUS: Tratamos do existencialismo
humano... buscamos uma resposta na essência para o
motivo da vida, ou da morte, ou do caos ou do que seja o
caos, à viver ou morrer fisicamente ou
espiritualmente... As músicas saem de forma natural,
não nos preocupamos em forçar nada, gostamos que tudo
saia intuitivamente, porém, logicamente temos algumas
referências musicais como as principais bandas das
décadas de 70,80 e 90.
4. Vocês estão satisfeitos com a
aceitação desta DT?
PAULLUS: Sim, muito satisfeito... Foi
essa satisfação que nos impulsionou a gravar o CD.
5. E a formação? Já tiveram
problemas com ela?
PAULLUS: Atualmente sofremos com esse
problema, mas isso não prejudica em nada o andamento de
nossos objetivos, pois, sempre procuramos dar um jeito
para que as coisas caminhem da melhor forma possível...
O único problema de fato que tem nos prejudicado
realmente é que da maneira que estamos não podemos
participar de shows...
6. Além de São Paulo, vocês já
tocaram fora do estado?...se tiver tocado comente algum
show.
PAULLUS: Não. Nunca tocamos fora de
São Paulo...as oportunidades que tivemos foram
infelizmente frustradas... Mas fizemos bons shows em São
Paulo.
7. Para 1999 já tem planos, como
outra DT ou um trabalho em CD?
PAULLUS: Como mencionei anteriormente,
iremos divulgar um Advanced-Tape'98 como uma prévia do
nosso debute CD'99.
8. O que você pode dizer sobre
essas novas bandas que estão surgindo do dia para a
noite?
PAULLUS: Para as bandas de Metal
emergentes só existe uma coisa a falar e a ser seguida
nos seus ideais e filosofias: "nunca se vendam por
nada, sejam dignos".
9. ...E sobre união underground? O
que você acha que acontece com ela?
PAULLUS: Quando se fala em união
underground, eu me refiro somente as bandas de Metal...
outros estilos realmente não me interessam, aliás, foi
provado que uma das maiores merdas que aconteceu foi a
mescla de outras tendências diversas de bandas do
emergente underground (punk, funk, pop, industrial, rap,
tecno,...) com a pureza do Heavy Metal... Isso causou
muita desunião desde de que essa mistura deixou exposta
a comercialização; consequentemente acessível à boys
que só curtiam pop e outras bostas inexpressivas, que
como podemos comprovar não passaram de febre de momento,
porém a partir daí semeou-se as facções radicais
dentro do real cenário, onde todos acabam se isolando de
todos por insegurança de estar compartilhando da coisa
que lhe representa tudo (o Heavy Metal) com uma pessoa
que talvez esteja vivendo nisso sem atitude adequada,
induzida pelo comercio e não verdadeiramente pela alma.
Você somente perceberá quem realmente cultua o Metal a
partir do momento que os anos se passam e uma mesma
pessoa sempre está presente nos principais manifestos do
oculto cenário, prestigiando os shows, produzindo
fanzines, proliferando acordes profanos, e, alicerçados
a uma ideologia única de liberdade que o Heavy Metal
sempre pregou... logicamente quando se fala em liberdade
tratamos de soberba, e, falando-se de soberba citamos à
rebeldia=satanismo... Emergir no cenário somente
conquistando respeito e confiança com o tempo; você
confia em alguém que conheceu do dia para noite?
10. Para finalizar, gostaria de
agradecer a você e ao Morcrof pelas respostas e desejar
tudo de bom para o futuro; deixe o seu recado para o
público.
PAULLUS: Eu que agradeço a atenção de
todos os que leram algumas de nossas idéias, e,
agradeço-lhe especialmente à você Pagan Warrior por
este seu profano apoio. Hail.
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