CHICO BUARQUE

A Banda

Construção

Iolanda


A BANDA
Tom: C 

C                G7                   C

Estava a toa na vida, o meu amor me chamou

            A7     D7              G7        C

Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor

                  G7                    C

A minha gente sofrida, despediu-se da dor

            A7    G7                         C    G7

Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor





          C          A7       D7      G7

O homem sério que contava dinheiro, parou

      C                     F

O faroleiro que contava vantagens, parou

      E7                     A7

A namorada que contava as estrelas, 

           D7                  G7

Parou para ver, ouvir e dar passagem





         C          A7     D7     G7

A moça triste que vivia calada, sorriu

         C7                F 

A rosa triste que vivia fechada, se abriu

      E7             A7

A meninada toda se asanhou

                  D7               G7       C   G7

Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor





          C          A7        D7        G7

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou

             C7                 F

Qu'inda era moço pra sair no terraço e dançou

        E7                 A7

A moça feia debruçou na janela

                 D7              G7

Pensando que a banda tocava pra ela





            C         A7           D7         G7

A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu

        C7               F 

A lua cheia que vivia escondida, surgiu

        E7             A7

Minha cidade toda se enfeitou

                   D7              G7        C

Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor





                 G7                       C

Mas para meu desencanto, o que era doce acabou

       A7        D7                 G7     C

Tudo tomou seu lugar, depois que a banda passou

                     G7                      C

E cada qual no seu canto, em cada canto uma dor

           A7     D7               G        C

Depois da banda passar, cantando coisas de amor  (**Repetindo até acabar**)


CONSTRUÇÃO
B/A                                           Em6
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
                                              Em/B
E cada filho seu como se fosse o único
    Bbº             Am              Am/G   F#m5-/7   B/A
E atravessou a rua com seu passo tímido
                                                 Em6
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
                                        Em/B
Tijolo com tijolo num desenho mágico
       Bbº             Am              Am/G   F#m5-/7   B/A
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
                                                    Am6
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
                                                  F#m7
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
                                                  F#m5-/7   B/A
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
                                                   Em6
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
                                                    Em/B
E se acabou no chão feito um pacote flácido
    Bbº         Am           Am/G F#m5-/7   B/A
Agonizou no meio do passeio público
                                                    Em6
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
  Em6
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
                                              Em/B
E cada filho como se fosse o pródigo
         Bbº          Am                Am/G  F#m5-/7   B/A
E atravessou a rua com seu passo bêbado
                                                        Em6
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
                                                 Em/B
Tijolo com tijolo num desenho lógico
          Bbº           Am             Am/G     F#m5-/7   B/A
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
                                                                  Am6
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
                                                     F#m7
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
                                                           F#m5-/7   B/A
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
                                                          Em6
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
                                                            Em/B
E se acabou no chão feito um pacote tímido
    Bbº           Am             Am/G   F#m5-/7   B/A
Agonizou no meio do passeio náufrago
                                                            Em6
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
                                                         Em/B
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
         Bbº            Am                 Am/G   F#m5-/7   B/A
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
                                                              Em6
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado 
Em6                                                                    C/E
Por esse pão pra comer por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
                                                                 Am
Por me deixar respirar por me deixar existir
Bb/A  F/A B/A  Em6
Deus lhe         pague

Em6                                                                    C/E
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça desgraça que a gente tem que tossir
                                                                            Am
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Bb/A  F/A B/A  Em6
Deus lhe pague

Em6                                                             C/E
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas-bicheiras pra nos beijar e cobrir
                                                                     Am
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Bb/A  F/A B/A  Em6
Deus lhe pague.

IOLANDA
Intérprete : Chico Buarque

G                                         C/G
Esta canção não é mais que mais que uma canção
D/F#                           G           C     D
Quem dera fosse uma declaração de amor
G                       C
Romântica, sem procurar a justa forma
D                                          G
Do que me vem de forma assim tão caudalosa
G       C        D                  G      C/G
Te amo,  te amo,  eternamente, te amo

G                      C/G             D/F#                             G    C/G    D
Se me faltares nem por isso eu morro, se é prá morrer quero morrer contigo
G                         C            D                             G
Minha solidão se sente acompanhada, por isso às vezes sei que necessito
Teu colo, teu colo, eternamente, teu colo
G                          C/G        D/F#                     G     C/G     D
Quando te vi eu bem que estava certo de que me sentiria descoberto
G                   C                 D                                 G
A minha pele vai despindo aos poucos, me abres o peito quando me acumulas
De amores, de amores, eternamente, de amores
G                           C/G   D/F#                         G    C/G    D
Se alguma vez me sinto derrotado eu abro mão do sol de cada dia
G                        C            D                            G
Rezando o credo que tu me ensinaste, olho teu rosto e digo à ventania
G      C       D                 G
Iolanda, Iolanda, eternamente, Iolanda
C/G       D       G
  Eternamente, Iolanda