Lima Barreto
Lima Barreto nasceu Afonso Henriques de Lima Barreto
no Rio de Janeiro em 1881. Mestiço e de origem humilde , Lima Barreto
fez parte dos estudos preparatórios no Colégio Pedro II.
Ingressou na escola Politécnica, que abandonou antes da formatura.
Na vida familiar, foi sempre acompanhado pela dor: órfão
de mãe aos seis anos., viu a loucura atacar o pai, doença
de que mais tarde ele próprio sofreria. Ingressou na diretoria do
expediente da Secretaria de Guerra como amuense, cargo que ocupou até
1918, quando se aposentou. Sua atividade principal, porém, foi sempre
a imprensa, na qual colaborou durante a vida toda. Marcado pela bebida,
foi internado duas vezes no Hospital Nacional e faleceu a 1º de novembro
de 1922.
Foi jornalista, escreveu crônicas, contos e romances. O lugar de destaque que ocupa em nossa literatura se deve ao realismo com que representou a sociedade carioca do começo do século, sobretudo o povo sofrido dos subúrbios.
Marginalizado, afastado das "elites" literárias, Lima Barreto expressou,
em sua própria linguagem, essa marginalidade: em vez do excessivo
rebuscamento e do cuidado gramatical que dominavam a literatura da época,
seu estilo é simples e comunicativo, tendo sido considerado por
seuS contemporâneos, um escritor desleixado. No entanto, valorizado
pelos modernistas e hoje é visto como um dos importantes ficcionistas
de nossa literatura. De sua obra merecem destaque: Triste Fim de Policarpo
Quaresma (1915), Recordações do escritor Isaías Caminha
(1909), Numa e Ninfa (1915), Vida e Morte de M.J Gonzaga de Sá (1919)
e os contos, que foram reunidos no volume Histórias e Sonhos, publicado
em 1956.
LimaLima Barreto trabalhou no Correio da Manhã, o jornal mais importante do Rio naquele tempo. Foi no Correio que publicou uma série de reportagens sobre as escavações que se faziam no Morro do Castelo, como parte das obras de reurbanização da cidade. Escrito sob forma romanceada,, o conjunto de textos já indicava que o ficcionista Lima Barreto estava superando o jornalista Lima Barreto.
Lima Barreto escrevia de forma desordenada e quase compulsiva: planejava duas ou três obras, iiniciava todas e não concluia nenhuma. Nesse período redigiu o plano integral e a primeira versão de alguns capítulos de Clara dos Anjos,, obra que serianconcluída apenas no ano de sua morte(1922) e publicada postumamente.
Lima Barreto
soube registrar com minúncia muitos aspectos da vida social e política
do Rio de Janeiro no tempo da Primeira República.ico conjunto
de textos ~