Aplaudido
pelo público em seu lançamento, Amor de Perdição
tornou
um clássico de amor lusitano. Nele, o mesmo amor que redime resulta
em morte conforme antecipa o narrador-autor na introdução
ao comentar o destino do seu herói: "Amou, perdeu-se e morreu amando."
O
livro conta a história do amor impossível de dois jovens,
separados pela rivalidades de suas famílias - Os Albuquerque e Botelho,
moradoras da cidade de Viseu, em Portugal, e inimigos por questões
financeiras. O corregedor Domingos Botelho e sua mulher Rita Preciosa têm
cinco filhos, entre eles Simão, que desde pequeno mostra o gênio
explosivo e indolente, e Manuel que é calmo e ponderado. O primeiro
vai estudar em Coimbra depois de uma confusão doméstica,
em que toma a defesa de um criado da família. Lá, adota os
ideais igualitários da Revolução Francesa e acaba
preso durante seis meses por badernas e arruaças. Quando sai da
cadeia, volta a Viseu, onde conhece Teresa, 15 anos, vizinha e filha da
família inimiga, por quem se apaixona.
Para
separar o dois enamorados, o pai de Teresa ameaça manda-la para
o convento, e Domingos Botelho envia Simão de volta a Coimbra. Uma
velha mendiga faz o papel de pombo-correio do casal, trocando cartas. Movido
pelo amor à Teresa, Simão decide se regerar e estudar muito.
Nesse meio tempo, o irmão Manuel, que viera a Coimbra, foge para
Espanha com uma açoriana casada. A irmã caçula de
Simão, Ritinha, se faz amiga de Teresa. O pai da heroína
quer casa-la com o primo Baltasar Coutinho - ordem que a moça se
nega a cumprir. As intenções do pai da amada fazem Simão
retornar clandestinamente para Viseu , hospedando-se na casa de um ferreiro,
João da Cruz, antigo conhecido da família. Combina avistar-se
às escondidas com Teresa no aniversário dela, mas o encontro
é transferido porque Teresa é seguida. Na data, Simão
comparece o ferreiro João da Cruz e outros amigos e encontra Baltasar,
que vem para matar Simão na compainha de criados - dois deles mortos
no confronto. Ferido, Simão convalesce na Casa de João da
Cruz. Teresa vai para um convento. Mariana, a filha do ferreiro apaixonada
por Simão, empresta a ele suas economias para que ele vá
atrás de Teresa, dizendo que o donheiro pertence à mãe
do protagonista.
No
dia em Teresa deve mudar de convento, Simão decide rapta-la. Ocorre
então um novo confronto com Baltasar Coutinho, que leva um tiro
na testa e cai morto. Simão entrega-se a polícia, vai preso
e dispensa a ajuda da familia para sair da cadeia. Levado a julgamento,
é condenado a força.
Enquanto
isso, Mariana enlouquece de amor e a saúde de Teresa definha no
convento. Na cadeia, Simão passa os dias lendo e escrevendo cartas.
João da Cruz é assassinado pelo filho do criado de Baltasar.
Mariana que estava no Porto, volta a Viseu para tomar posse da herança,
confiada a Simão. Tardiamente, o pai de Simão pede que sua
pena seja comutada em dez anos de prisão, mas o filho rejeita a
ajuda paterna. Prefere o desterro para as Índias. No dia da ajuda
da nau dos condenados, Teresa morre no convento, ao inteirar-se da morte
da amada, Simão adoece e morre no décimo dia de viagem. Quando
o corpo é jogado ao mar, Mariana se lança da proa, suicidando-se
abraçada a mortalha do amado.
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