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De forma quase generalizada, considera-se a escola em crise. A sociedade mostra-se incapaz de esclarecer o que se espera do sistema educacional. A contradição consiste nas correntes que proclamam, de um lado, um escola humanista, que proporcione a auto-realização; de outro, o sistema que trabalha no sentido de satisfazer as necessidades econômico-sociais de formação.
A pretensão é tentar compreender o professor e sua relação com o mundo e com si próprio. Para tanto, houve a pesquisa da trajetória do professor de acordo com as diferentes influências recebidas.
É sabido o valor da experiência, bem como não é tarefa fácil adquirí-la, uma vez que os primeiros anos de profissão são demasiadamente difíceis, marcada-mente contraditórios. Nas escolas, os piores horários, as “piores” classes são atribuídas a estes profissionais em começo de carreira. Melhor seria se a escola se organizasse de modo a receber os novos professores e, a formação profissional deles fosse uma responsabilidade coletiva do grupo mais antigo.
O gigantismo da instituição e a mediocridade de meios de trabalho (escolas incompletas, falta de material, escassez de recursos, etc.) contribuem para a insatisfação, a descrença e o abandono da profissão.
A escola funciona como um sistema aberto, que, portanto, está sujeita ao ambiente externo, como pressão dos pais, dos poderes, da opinião pública, acordos, apoios financeiros, passando pela normalização oficial. O importante é que a instituição mantenha a possibilidade do diálogo como uma forte aliada na manutenção do interesse de cada um, em projetos comuns.
Com o passar dos anos, o domínio do trabalho, a permanência numa mesma escola, resultam numa segunda fase da carreira, onde o profissional transfere as preocupações com sua segurança para as tarefas pedagógicas centradas no aluno.
Entre os 35 e 40 anos, há um momento de crise apontando para o desa-juste entre as estruturas de trabalho e as estruturas de vida, ocasionando muitas vezes o abandono da carreira docente.
Por vota dos 50 anos, na fase - pré aposentadoria, há diferentes reações, dependendo da história individual de cada um: para uns, a resignação marga, para outros o questionamento, a necessidade de ainda aprender e reaprender.
Basicamente, temos duas linhas que norteiam o profissional de educação: os primeiros, presos a aspectos burocráticos e de aceitação resignada das disposições hierárquicas, prevalecendo uma certa amargura; os segundos encontram sentido na inovação, fundamentada na partilha e nas experiências.