Caetano é hoje, ao lado de João Gilberto, Gilberto Gil e Chico Buarque, uma das maiores estrelas da MPB. Não é tão poeta quanto Chico Buarque nem tão gênio quanto João Gilberto, mas é mais versátil que os outros dois.
Ele começou a escrever sua história na Música Popular Brasileira quando veio para o Rio de Janeiro. Nascido em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, veio para o Rio em 1965 acompanhar a irmã, Bethânia, que estrearia um show no Teatro Opinião. Caetano conheceu Gal Costa e juntos gravaram "Coração Vagabundo", que ficou conhecida no Brasil inteiro. No ano seguinte Caetano lançaria o seu primeiro disco solo.
Nesse disco uma música chamava a atenção. Tropicália ainda não era um movimento, apenas uma canção. No Festival da Record, em outubro, Caetano cantaria "Alegria, Alegria", que acabou, mesmo pegando apenas o quarto lugar, virando um hino para os jovens em meio ao Regime Militar. Tropicália estouraria no ano seguinte, agora como um movimento que juntava a nordestinidade de Caetano, Gil e TomZé, a doce bossanovista de Gal e o rock dos Mutantes.
Nessa época, Caetano encantava principalmente á esquerda intectualizada e preocupava muito á direita que mandava no país. Desde as letras que cantavam , até as roupas coloridas que usavam, todos os baianos (incluindo Caetano) preocupavam a direita. E foi em 1968 que o pior começou a acontecer.
Naquele ano Caetano e Gil foram presos e passaram um mês
sem se comunicar. Depois, com os dois soltos, Caetano gravou o
seu álbum de capa branca, que incluía músicas
como "Marinheiro Só" e "Irene", com
a participação de Gil ao violão. Logo depois,
em 69, os dois vão para o exílio em Londres, onde
cada um grava um disco com letras em inglês no selo Famous.
O disco de Caetano continha "London, London" e "Maria
Bethânia".
Em 1973 Caetano lança um LP que reacende a polêmica iniciada cinco anos antes com Tropicália. No disco Araça Azul, ele mesclava samba-de-roda, bolero e bossa com ruídos de canos de descarga, buzinas e vozes gravadas nas ruas de São Paulo.
Jóia seria o próximo disco. A capa ( na qual Caetano,
sua mulher Dedé e o filho Moreno apareciam nus em meio
a gaivotas) foi censurada e ficaram só as gaivotas. Caetano
gostava mesmo de provocar o regime militar.
OS DOCES BÁRBAROS CHEGARAM
Em 76 os quatro baianos se juntam para gravar o especial Doces Bárbaros, sucesso de público e de crítica. O show mostrava a união dos baianos completando praticamente uma década fazendo sucessos que conquistava o país inteiro.
Caetano mostrava e ainda mostra uma versatilidade exemplar. Ele é bom em quase tudo o que faz, seja fazendo música latina ( como em Fina Estampa ) ou bossa nova.
Neste ano vão ser lançados todos os discos de Caetano
em uma caixinha. O compositor também prepara o seu disco
novo, que deve ser lançado no segundo semestre de 97. E
, consequentemente, será mais um grande trabalho deste
Caetano que aprendemos a conhecer e a gostar.