Rio Grande

 

Loucos de Lisboa
===============

Sol (Mim7/Sol)

Sol Ré

Sol Lá Ré Dó Sol

Parava no café quando eu lá estava

Na voz tinha o talento dos pedintes entre um cigarro e outro

lá cravava a bica ao melhor dos seus ouvintes.

 

As mãos e o olhar da mesma cor

Cinzernta como a roupa que trazia

Num gesto que podia ser de amor

Sorria

E ao partir agradecia

São os loucos de Lisboa que nos fazem duvidar
que aTerra gira ao contrário e os rios nascem no mar

 

Um dia numa sala do Quarteto
passou um filme lá do hospital

Onde o esquecido filmado

no ghetto entrava como artista principal

Comprámos a entrada para a sessão

Para ver tal personagem no ecrã

O rosto maltratado era a razão
de ele não aparecer pela manhã

Sol (Mim7/Sol) Sol Lá Ré Dó Sol

São os loucos de Lisboa que nos fazem duvidar
que aTerra gira ao contrário e os rios nascem no mar

Mudámos muita vez de calendário

Como o café mudou de freguesia

Deixamos de tributo a quem lá
para o louco a fazer –lhe companhia

E sempre a mesma pose o mesmo olhar
a quem não mede os dias que vagueiam

sentado lá continua a cravar beijinhos

Às meninas que passeiam