Taxonomia Vegetal
Rômulo C. de
Melo
Elton da Silva
Motta
Ney Marcelo B.
Pellegrini
Resumo
A
palavra Taxonomia se origina de duas palavras gregas: taxis e nomos, e
significa ‘dispor segundo uma lei, ou princípio’. Esta ciência que integra o
ramo da Botânica está sempre em constante evolução, pois converge as
informações provenientes de outros ramos da Botânica e até mesmo de outras
ciências afins.
Existe
uma certa confusão entre os autores ao confundirem Sistemática com Taxonomia. A
palavra Sistemática, do grego: syn + histani, significa ‘colocar com,
juntar’. Logo o melhor nome para identificar a ciência que estuda a organização
dos vegetais é Taxonomia.
Plant Taxonomy
Sumary
The
word Taxonomy is nature from two others grecian words: taxis + nomos, it means ‘arrange
in acordance with a law, or principle’. This science integrated in a branch of Botanic is in contantly evolution,
because converges informations from
others branchs of Botanic and even other similar sciences.
Some
people get confused about Sistematic and Taxonomy. Sistematic, from greco: syn
+ histani, means ‘to put with, to bring
together’. So the best name to identify the science that studies the plant
organization is Taxonomy.
1. Introdução
Do espírito filosófico dos
povos da Grécia Antiga, tentando resolver os problemas do mundo e da vida,
formando postulados admiráveis e sistemas científicos construídos através da
observação à natureza, nasceram as ciências, na época agrupadas e designadas
pelo nome coletivo de Filosofia.Com o aumento destes trabalhos, surgiu a
necessidade de se achar uma ordem, que permitisse comparar com maior facilidade
os fatos, uns com os outros. O primeiro a organizar estes conhecimentos
científicos daquele tempo foi Aristóteles.
Aristóteles, aluno de
Platão, foi o primeiro a construir um conjunto organizado de vegetais. Naquela
época Aristóteles, Teofrasto e Plínio, dividiram o reino vegetal em 3 grandes
grupos: Árvores, Arbustos e Ervas, divisão que foi aceita, praticamente sem
alterações ou progressos durante a maior parte da Idade Média. Hoje em dia
julgamos esta classificação primitiva e insuficiente para a finalidade atual de
conhecimento da flora.
Nos
séculos XV e XVI, com as grandes descobertas e principalmente com os novos
conhecimentos trazidos pelos exploradores, tornou-se indispensável a
modernização das ciências. Na Botânica surgiram os “livros das ervas”, que eram
organizados, para trazer conhecimentos sobre as plantas medicinais. Seguindo a
intuição, os pesquisadores chegavam a formar grupos sistemáticos de plantas,
hoje denominados musgos, cogumelos,
etc, que na verdade são grupos naturais.
O
primeiro Sistema com definições claras e exatas, foi publicado em Pisa -
Itália, por Andréa Caesalpino(1519-1603). Este sistema dividia as plantas
segundo a constituição dos frutos e sementes. Mais tarde surgiram vários outros
Sistemas, denominados Sistemas Artificiais, por serem organizados unicamente
sob o ponto de vista prático, para facilitar a classificação das plantas.
Um Sistema Artificial básico
é o Sistema de Lineu - que possui este nome porque quem o desenvolveu foi um
pesquisador chamado Carl von Linné(1707-1778) - que prestou ótimos serviços
práticos, e talvez por isso, se conservou em uso escolar até o fim do século
passado. O Sistema de Lineu considera apenas a constituição da flor e o número
de estames e pistilos. O próprio Lineu notou o defeito em seu Sistema; às vezes
plantas de morfologia e anatomia totalmente diferentes eram inclusas na mesma
família, por possuírem na flor, casualmente, o mesmo número de estames. Foi
Lineu quem primeiro apontou a necessidade de se organizar um sistema natural.
Os
Sistemas Naturais, são baseados na afinidade natural das plantas. O primeiro
Sistema Natural foi o de Jussieu, que procurou ordenar as Plantas considerando
o número de cotilédones, a estrutura das sementes, e uma soma de caracteres
vegetativos e reprodutivos.
Além
desses dois tipos de Sistemas, ainda existe o Sistema Filogenético, que
baseia-se na variabilidade das espécies, levando em consideração tanto os
vegetais atuais, como os de outras eras geológicas. Há uma grande diferença
entre a classificação filogenética, e a classificação taxonômica. A
classificação taxonômica se baseia nos caracteres das plantas, enquanto a
filogenética é baseada na mudança destes caracteres.
De acordo com o Código
Internacional da Nomenclatura Botânica, que expressa as regras a serem seguidas
na escolha e na seleção do codinome que usaremos para designar uma determinada
planta, o último aconteceu no Japão, no ano de 1998, denominamos os diversos taxones3 acrescentando
à palavra raiz sufixos. Para as famílias é utilizado o sufixo aceae
(Ex.: Violaceae), oideae para sub subfamílias, ales
para ordens, inales para subordens, opsida para classes, idae para subclasses, phyta para divisões, e phytina para
subdivisões.
As regras da nomenclatura são muito complexas e sua aplicação correta necessita, muitas vezes, de um estudo especial para casos específicos.
4. Conclusão
Esta ciência que
estuda a classificação, identificação e nomenclatura das plantas, é de extrema importância para a Botânica, e
desde a época de Aristóteles, o primeiro a construir um conjunto de Botânica,
encontra-se em constante evolução. A própria palavra taxonomia, que significa
dispor segundo uma lei, é de suma importância para todas as outras ciências que
necessitam de um sistema de classificação, pois permite aos cientistas e
pessoas relacionadas a estas ciências, perceber de forma mais clara, e objetiva
um sistema complexo.
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1- conjunto de espécies semelhantes, respeitando principalmente as semelhanças nos órgãos de reprodução. Gêneros iguais em diversos números de caracteres formam Famílias. Com as Famílias, procuramos formar ordens, classes, filos, etc. *Não existem regras fixas para a definição destas categorias, cujo valor varia de acordo com a opinião do autor.*
2- tipo ou classe particular de uma planta ou animal, que retém suas referências em outros tipos de igual natureza por um período de muitas gerações sucessivas.
3- termo estabelecido pelo Congresso Internacional de Botânica,
para identificar uma unidade taxonômica de qualquer hierarquia
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