jd sumner

JDSUMNER

O adeus a voz mais grave do mundo!

Foi com muita tristeza que recebemos a notícia do falecimento de J.D. Sumner, no último dia 16 de novembro.

Com certeza, o mundo perde uma das vozes mais especiais que já existiram. Não foi à toa que ele entrou para o Guiness Book, pois o tom de sua voz não tinha comparações.

Para nós fan'Elvis, o sentimento de perda é também muito mais profundo, pois sabemos do grande apreço e admiração que Elvis tinha por J.D. Por extensão, todos nós aprendemos a apreciar seu trabalho, e até hoje o seguíamos.

Quando voltou a se reunir com os Stamps, com seu jeito todo descontraído e brincalhão trouxe vida novamente ao Quarteto. JD e os Stamps eram uma combinação perfeita que Elvis soube manter junto de si. Nós, do TCLE Fan Club de Londrina, assim como todos os fan'Elvis de todo o mundo, rendemos nossa homenagem através de nossa Home Page, e para você um trecho traduzido do livro "Elvis, His Love For Gospel Music and JD Sumner", escrito por JD Sumner com Bob Terrel.

JD CANTANDO PARA ELVIS

FIM DE UMA ESTRADA

"Era Elvis um Cristão?" as pessoas perguntam. Sim, ele era . Um Cristão é uma pessoa que caminha nos passos de Cristo, no melhor de sua habilidade. Dizer que você é um Cristão , não o faz Cristão.

Elvis Presley tinha profundas convicções cristãs. Sua crença era em Jesus Cristo. Nem tudo que ele fez estava certo; nem tudo que eu faço está certo. Uma coisa que Elvis queria era por mais canções gospel em seus shows. Ele se tornou mais vocal e mais aberto com suas crenças.

Quando teve um ataque de coração, ele sabia que estava morrendo. A Bíblia diz que um daqueles ladrões que estava na cruz disse, "Senhor, lembre-se de mim quando entrar no seu Reino", e Jesus disse, "Hoje, estarão comigo no paraíso". Nós servimos a um Deus bondoso. Mesmo que Elvis não estivesse pronto, ele disse, "Jesus, tenha misericórdia de mim". Eu sei que ele fez isso. E hoje ele está no céu.

Ele não acreditava que estava morrendo, mas muitas coisas que aconteceram antes de sua morte demonstravam o fato de estar se aproximando do fim. Colocou muitas canções gospel em seus shows. Quase sempre incluía "How Great Thou Art" e "Help Me" no show, e próximo ao fim de sua vida geralmente cantava a música de Mosie Lister "Where No One Stands Alone". Muitas vezes parava o show e outros cantavam gospel: Kathy Westmoreland com "My Heavenly Father Watches Over Me"e algumas vezes ele queria que eu cantasse "Why Me ,Lord?" Ele sempre me apresentava , cantando-a em seus discos.

Chamava "The Stamps Quartet" ao seu camarim antes de entrar no palco e cantávamos "Sweet, Sweet Spirit" e então ele nos dizia: "Obrigado, Stamps, eu precisava disso".

Qualquer um que tenha assistido o Especial da CBS, meses antes de sua morte, viu-o curvar sua cabeça e orar antes de entrar no palco e naquela noite cantou muitas gospel.

Ele sempre foi muito religioso interiormente e reservadamente, e começou a demonstrar isso em suas apresentações, o que era um passo ousado, mesmo se tratando de um artista de sua envergadura.

Elvis e eu tínhamos convicções semelhantes de que nenhum de nós nos considerávamos um ministro. Mas sabíamos que havia um sacerdócio em nossas canções gospel. Acho que o que as canções diziam era um sacerdócio. Elvis também sentia assim.

Não percebi que a mudança física de Elvis era tão forte até que o vi no Especial da CBS. Foi filmado em Rapid City, Sul de Dakota e Omaha, Nebraska. Eu o assisti com minha esposa Mary e ele parecia tão mal que eu não acreditava no que estava vendo.

Chorei, e ela também, durante todo o show. Mary amava Elvis tanto quanto eu. Ele era como um irmão. Voltei minha mente para 1971, quando fui a Las Vegas assistir um show de Elvis, antes dos Stamps se juntar a ele.

Ele estava muito elegante e em excelente forma física que poderia saltar dez passos do chão. Então eu vi como se movia lentamente naquele especial e a diferença entre 1971 e este show era muito mais do que eu podia compreender. A câmara não mentia, mas mostrava como um homem pode mudar diante de seus olhos e você não perceber. A última vez que o vi foi em Indianápolis, no último show que fez. Eu tinha o hábito de ir sempre ao seu camarim depois do fim das apresentações do tour. Eu lhe dizia sempre como foi agradável fazer o tour com ele e que o veria na próxima vez.

ELVIS

Naquela noite, em Indianápolis, quando fui ao seu camarim, colocou seus braços em volta de meu pescoço e abraçou-me. Ele disse: "J.D., quero que vá a Graceland. Quero falar sobre uma coisa que vai te agradar". Ele não disse o que era e eu não perguntei. Se quisesse que soubesse naquela hora, teria me dito. Conversamos alguns minutos e eu saí. "Foi uma grande tour, Elvis" , eu disse. "Nós gostamos muito". Lembre-se de vir a Graceland", ele disse. E assim que cheguei à porta, ele disse: "J.D., eu te amo".

Estas foram as últimas palavras que o ouvi dizer. Naquela noite ,tinha em seu camarim uma placa, que a RCA o presenteou no palco por ter vendido um bilhão de discos. Ele é a única pessoa que conseguiu isso. Quando você vende um milhão, ganha um disco de ouro, mas ninguém até então tinha vendido um bilhão, eles não sabiam o que dar a ele, assim doaram essa placa para significar alguma coisa mais.

Nas próximas semanas fui a Graceland duas vezes mas não consegui ver Elvis. Os rapazes disseram-me: " Está lá em cima no quarto mas não quer ver ninguém. Não está se sentindo bem". Eu não fiz disso um problema. Eu estava no aeroporto de Nashville e tinha acabado de embarcar no Jet Star de Elvis para voar a Portland, Maine, para o início de um novo tour quando Felton Jarvis, que estava encarregado do tour, veio até mim e disse que o tour estava cancelado.

Felton era um amigo íntimo. Ele não sabia que Elvis estava morto. Elvis não cancelaria um tour inteiro, a menos que alguma coisa estivesse muito errada. Achei que Vernon estivesse doente ou falecido. Seria a única coisa que eu poderia pensar, que faria Elvis cancelar um tour.

Desci do avião e alcancei Mary antes que saísse do aeroporto. Jason estava com ela porque sempre quis ver o avião de Elvis. A caminho de casa, tudo se tornou nebuloso e muito escuro. Tínhamos um rádio e de repente alguém anunciou que o Rei do Rock and Roll estava morto. Nós ficamos em silêncio. Até mesmo Jason ficou quieto.

Eu não acreditei, mas sabia que havia alguma coisa muito ruim. Quando chegamos em casa, liguei para Ed Enoch para se aprontar e dizer ao nosso motorista do ônibus, Glen Tadlock para pegar a limousine que iríamos a Memphis ver o que estava errado.

Naquele momento eu pensava que Vernon havia morrido ou isto era um truque do Coronel. Eu não aceitava a notícia de que Elvis estava morto.

Quando chegamos em Graceland e entrei, vi então que meu amigo estava morto.

Vernon chamou -me para outra sala e perguntou-me se eu poderia me encarregar do funeral. " Você sabe bem o que o Elvis gostaria que fosse feito", ele disse, "as músicas que gostaria que fossem cantadas, quem poderia cantá-las e orar. Você sabe mais sobre essas coisas que qualquer outro".

Reuni as músicas que, pensei, Elvis teria pedido. Kathy cantou e eu trouxe Bill Baize para uma canção com os Stamps com Ed Enoch, Ed Hill e eu e também um quarteto que se aproximava do velho Statesmen, que era o favorito de Elvis. Ele sempre gostou do canto de Jake Hess. Eu trouxe Rosie Rozell, Doy Ott, Jake e James Blackwood. Os reuni no baixo, e Hovie Lister veio de Atlanta para tocar o piano.

Olhando para trás, é uma ironia que o quarteto que eu escolhi para cantar no funeral de Elvis tornou-se o próximo quarteto com o qual eu cantei. - The Masters V.

Honestamente, acredito que se Elvis tivesse escolhido Os Masters V, teria escolhido as mesmas pessoas que eu. Cantei poucos anos com os Masters V e então voltei para os Stamps Quartet. Eu finalmente coordenei o pessoal até que tivéssemos de volta o som que tínhamos quando cantávamos com Elvis.

Estou falando de 1991, agora. Finalmente Ed Enoch voltou a cantar a primeira voz. Ed Hill canta como barítono. Ele era o apresentador dos Shows de Elvis, famoso por dizer estas palavras "Ladies and Gentlemen, Elvis has left the building. Thank you and good night!" Steve Warren cantando como primeiro tenor e C.J. Almgren no teclado. Ele é o mais clássico, o melhor músico que já tive. Quando começamos a ir ao palco e fazer um trabalho profissional, eu tinha o melhor pessoal que já tive.

STAMPS

Se Elvis Presley estivesse vivo hoje, estaria muito orgulhoso do Stamps Quartet no seu show.

Tradução: Ângela Machado/Londrina

Estivemos presentes no último show de JD em Memphis, na Elvis Week de 98, quando assistimos ao show Shake, Rattle and Roll. É indescritível a emoção de ter podido vê-lo cantando, juntamente com The Stamps. É como se estivéssemos assistindo ao show de Elvis. A emoção foi tão grande que não parei de chorar um só instante! O T.C.L.E. não poderia deixar de homenageá-lo neste momento. Aos fãs colocamos abaixo duas fotos que tiramos de nosso último contato com J.D. Esperamos que apreciem, pois J.D. reuniu-se com Elvis para cantarem juntos IN THE HEAVEN.

 JD POSANDO PARA FOTO

Silmara com JD após o show

AUTÓGRAFO

JD autografando uma foto para Silmara