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Relatar tudo o que
passamos nesta nossa viagem aos USA neste ano é o mínimo que podemos transmitir àqueles
que não puderam ir, mas que ficaram torcendo para que tudo desse certo. Tentaremos ser o
mais detalhistas possível. Caso algo fique sem ser dito agora, conforme formos lembrando,
estaremos publicando nos outros fanzines ou colocando aqui em nossa Home Page. Tentaremos
também colocar o máximo de fotos possíveis. Nos próximos boletins ainda teremos muito
o que mostrar.

(Da esquerda para a
direita: Jeferson(TCLE-Londrina/PR), Nelson-Suzano/SP, Sílvia In Concert-São
Bernardo/SP, Ana Luísa-Curitiba/PR, Silmara(TCLE-Londrina/PR), Ângela-Londrina/PR
(agachada), Zélia-Taubaté/SP, Waldenir-Alta Floresta/MT e Reginaldo-Aracaju/SE)
Fomos
para os EUA com a Continental Airlines, empresa americana que nos atendeu muitíssimo bem.
Já no embarque em SP fomos muito bem recepcionados. Nosso vôo foi via NY com escala em
Houston. Chegamos em Memphis com chuva, mas nem por isso foi menos emocionante. No
aeroporto, a emoção começou a tomar conta de todos.

No 1º
dia, 8/8, o ponto mais importante é claro que foi Graceland. Fomos para lá às 6h30min
da manhã no Meditation Garden. Lá, encontramos Cyndi Sylvia e seu marido. Eles são
presidente e vice do fã-clube TCB4EP de Memphis. Nos correspondemos com eles por e-mail.
Como é emocionante encontrar amigos que até então só conhecíamos pelo computador. Foi
emocionante! Conversamos muito e Cyndi Sylvia nos convidou para assistirmos ao show de
Adriano, em homenagem a Elvis, que estaria se apresentando num cruzeiro no Rio
Mississippi. Nos despedimos e fomos rumo à Tupelo para a abertura da Elvis Week 98.

(Da esquerda
para a direita: Jeferson(TCLE-Londrina/PR), Cyndi Silvia e seu marido (Presidente e Vice
do TCB4EP Fan Club de Memphis e Silmara(TCLE-Londrina/PR)
Ao sairmos de
Graceland para o carro, um fan'Elvis se aproximou do Jeferson e perguntou a ele se nós
iríamos para Tupelo. O Jeferson disse que sim, então ele perguntou se poderíamos
dar-lhe carona, pois havia perdido o ônibus que iria para lá. O Jeferson disse que teria
que conversar com o pessoal. Todos concordaram e foi aí que começou uma grande amizade.
O nome dele é Stephan, ele é alemão, e estava sozinho em Memphis, pela 1ª vez. Uma
pessoa muito simpática, alegre e carismática. Como a van estava lotada, o rapaz
sentou-se atrás, mas nem por isso perdeu sua alegria contagiante. Estava o tempo todo
cantando as músicas de Elvis que eu colocava no carro. Sabia todas as letras. Foi aí que
nasceu a parceria Stephan e Reginaldo, pois os dois cantavam o tempo todo juntos. Em
Tupelo, assistimos à abertura da Elvis Week 98. Janele McComb fez as homenagens, tiramos
fotos e visitamos a casa em que Elvis nasceu, o museu e a capela construída pelos fãs.
Local de muita paz e tranqüilidade. O tema da abertura da Semana Elvis foi uma homenagem
ao "Aloha From Hawaii - Concert". The Dempseys, um grupo de músicos, se
apresentou logo após as homenagens. À noite, saímos para jantar.

(Silmara e Jeferson
numa pose especial para os fãs brasileiros na famosa placa indicativa das cidades dos
sonhos)
(Silmara e
Jeferson na entrada da frente da casa de Elvis em Tupelo)
(Da
esquerda para a direita: Ângela, Reginaldo, Zélia, Silmara, Walteir e Jeferson)

(Silmara, Janelle McComb, Ângela e Zélia)

(Zélia,
Stephan e Silmara)
(Local onde
foi comprada a primeira guitarra de Elvis)
(Reginaldo,
Ângela, Silmara e Zélia)
9/8
(2º dia) - Saímos para seguir nosso roteiro. Logo cedo fomos ao Meditation Garden. Fomos
passear lá no centro. Fomos em frente ao Elvis Presley's Memphis e a Beale Street para
vermos se havia possibilidade de comprar alguns ingressos. Bem, seguindo o roteiro, estava
previsto para este dia uma visita ao Kang Rhee Karate School. Fomos para lá, mas a escola
estava fechada. Ficamos chateados, pois o local é distante do centro e no
"brochure" da Elvis Week 98, de onde tiramos os horários para as visitas, dizia
que naquele dia e horário o local estaria aberto. Mas não deixamos a bola cair, seguimos
em frente. Passeamos pelo centro de Memphis, vimos uma rua com o nome de Jeferson. De
volta ao reduto de fan'Elvis, fizemos uma parada no Graceland Crossing para comer e
descansar. Enquanto isso, nos deliciamos com os vídeos "The Lost Performances"
e "On Tour" que estavam sendo exibidos numa lanchonete ali em frente da mansão.
Encontramos com alguns amigos de Elvis, como Larry Geller seu cabeleireiro, Scotty
Moore e D.J. Fontana.

(Rosário,
Silmara e Larry Geller-cabeleireiro de Elvis)

(Nelson, Scotty Moore, Silmara e D.J. Fontana)

Na 2ª feira,
dia 10/8, fomos fazer o walking tour com Cindy Hazen e Mike Freeman, autores do livro
Memphis Elvis Style, que estava previsto em nosso roteiro. O local marcado para o encontro
era a estátua nova de Elvis, inaugurada em 97, na Beale Street, em frente ao Elvis
Presley's Memphis.

(Zélia,
Jeferson e Silmara em frente à estátua nova de Elvis, na Beale Street)
Mike
Freeman estava lá nos aguardando. Nos apresentamos e conversamos um pouco. Ele já
começou a dar-nos algumas informações sobre o Elvis. Ali mesmo, naquele local, havia
uma grande loja de discos de Blues, onde o Elvis vinha visitar e conhecer. Era um bairro
tipicamente negro, onde os brancos não vinham, mas ele era uma exceção. Ele entrava
nessa loja de discos e escolhia alguns discos de Blues para escutar. No local onde hoje
fica o restaurante Elvis Presley's Memphis ficava uma loja de roupas , a
"Lansky's", onde ele comprava suas roupas diferentes.
Outro local
que visitamos foi onde hoje fica a Lansky's, Mike nos disse que Elvis parava em frente à
loja quando era pobre e olhava para as roupas e ficava admirando-as. Ele dizia que não
podia comprar porque não tinha dinheiro, mas um dia ele teria dinheiro para comprar não
só a roupa, mas para comprar tudo. Ele veio nesta loja várias vezes quando ficou rico
para comprar roupas novas. Ali naquele mesmo local, o Lansky tinha um estúdio
fotográfico chamado "Blue Light", onde ele tirava fotos de pessoas negras e das
pessoas mais distintas da cidade. O Elvis foi lá e tirou em julho de 1954 sua 1ª foto
profissional, que está lá, exposta na vitrina, onde há também uma foto de Priscila de
1966. Visitamos um local onde será construído um grande museu da música, em 1999. Neste
museu serão expostos os grandes nomes da música. A partir do ano que vem, Mike Freeman
já incluirá este local no passeio.

Conhecemos o
prédio onde funcionava o Chisca Hotel e onde hoje funciona a Church Of God in Christ. No
1º andar deste prédio funcionou a Rádio WHBQ, que tocou a 1ª música de Elvis no
rádio. "That's All Right, Mama", em julho de 1954. A primeira entrevista ao
vivo que Elvis fez aconteceu nesta mesma rádio. O interessante nesta história é que
Elvis tremia muito, estava muito nervoso.

Disse, ao
terminar, que ia treinar bastante para a próxima, ensaiar bastante para poder dar a
entrevista. Ele era muito novo e não tinha experiência, por isso o motivo do nervosismo.
Uma parte desse prédio tem sido usado por esta igreja, mas o Mike Freeman não soube nos
dizer se o restante do prédio encontra-se abandonado ou não. O Malco Theater funcionava
no prédio onde hoje fica o Orpheum Theater.

Elvis
costumava alugar este teatro durante as noites para fazer suas festinhas e assistir a
sessões corridas de filmes dos anos 60 e 70. Quando Elvis não gostava do filme ele pedia
para tirá-lo. No prédio ao lado, funcionava uma barbearia, onde Elvis cortava o cabelo
em 1956 e 1957. Após essa data, o barbeiro ia até Graceland para cortar os cabelos de
Elvis. Próximo dali, encontra-se o local onde funcionava o escritório de alistamento
militar. Em março de 1958, Elvis veio se apresentar para o alistamento e do lado de fora
se encontrava uma grande multidão de fãs e o Cel. Parker estava distribuindo balões
para os fãs com a foto do "King Creole". Em frente deste local, havia um
prédio onde Elvis trabalhou quando tinha 15 anos. Ele era lanterninha de cinema. Naquela
época, ele foi demitido por ter se envolvido em uma briga com outro lanterninha:
"Vai embora", disse o gerente. Sete anos mais tarde, Elvis estreava no mesmo
cinema com o filme "Jailhouse Rock". O gerente do cinema ainda era o mesmo. Este
prédio já não existe mais. Foi implodido. O nome do cinema era Loud State Cinema. Hoje
há apenas o calçadão principal do centro neste lugar. Visitamos também a loja de
departamentos onde Elvis ia à noite para fazer compras de presentes que costumava
distribuir para os amigos durante os anos 50 e 60. A loja abria só para ele. Fomos ao
Peabody Hotel, um local muito famoso em Memphis, onde as pessoas costumam ir para os
eventos sociais da cidade. Quando Elvis estava no colégio, eles faziam ali as festas de
formatura, assim como as festas para arrecadar fundos para a formatura. Elvis costumava
levar uma adolescente de nome Ridges. Ela dizia que queria dançar com ele, mas sempre
tinha negativas como resposta, pois Elvis dizia que não sabia dançar. Elvis gostava dos
passeios, mas como não sabia dançar, não participava das danças. Logo mais à frente,
visitamos outro local que há muitos anos era ponto de encontro dos jovens: uma lanchonete
que servia hambúrgueres. O 1º encontro de Elvis com Anita Wood foi neste local, com mais
quatro rapazes. No outro lado da rua ficava o prédio onde funcionava o escritório do 1º
empresário de Elvis, Bob Neal. O prédio hoje é outro, mas foi lá que a mulher de Bob
fundou o 1º fan club de Elvis. Seguindo, logo mais à frente temos um local onde
funcionava uma loja de instrumentos musicais chamada "Okay Hoke", que vendia
guitarras, violões, etc. Um dia, Elvis trocou sua guitarra velha por uma nova. Era a
guitarra que ele havia usado nas 1ªs gravações da Sun Records e nos primeiros shows.
Até o final dos anos 60 eles ainda a expunham em suas vitrinas. No início dos anos 70,
eles foram participar de um evento e expuseram essa guitarra no Country Music Hall of Fame
de Nashville, e em 1993 eles a venderam em um leilão por 200 mil dólares. O local hoje
está abandonado e não funciona mais nada ali. A última notícia que se tem sobre o
local é que antes de fechar era um bar. Nossa próxima parada foi o Blue Light Studio.
Este estúdio é o mesmo que funcionava lá no prédio do Lansky's. Está aberto ao
público da 9 da manhã às 5 da tarde. Eles ainda têm em exposição a mesma câmera que
tirou a 1ª foto comercial de Elvis. Essa mesma máquina ainda é utilizada para tirar
fotos à moda antiga. Neste local pode-se comprar cópias das fotos de Elvis e de outras
personalidades de Memphis, camisetas e outros artigos. Durante o nosso percurso, o guia
Mike Freeman faz algumas paradas e coloca em seu rádio de mão algumas preciosidades, o
que nos transporta à década de 50. O próximo ponto é a rádio chamada WMPS, onde Bob
Neal trabalhava. Ele costumava tocar mais músicas country. Os irmãos "Black
Wood"(gospel) tinham um show ali e Elvis gostava muito deles. Lá dentro havia uma
parede de vidro de onde podia se ver as fotos que retratavam esses momentos, especialmente
as apresentações ao vivo do quarteto gospel. Neste local, hoje funciona uma outra rádio
, a WDIA-WHRK. Hoje, não é mais permitida a visitação. Em frente deste prédio, Há
uma placa indicando que o local faz parte do acervo histórico de Elvis em Memphis. Cabe
registrar que Elvis não cantou ali. Ele apenas assistia às apresentações. Foi ali que
ele também aprendeu um pouco de sua música, quando ainda era bem jovem. No roteiro,
parada no "National Bank Of Commerce". Elvis manteve conta pessoal ali até bom
tempo. Depois, seu pai, Vernon, passou a cuidar de suas finanças. São dois prédios: um
mais antigo e um mais moderno. Elvis tinha conta no prédio mais antigo. Estávamos
andando e andando pelo centro de Memphis, de repente paramos em frente a um outro prédio.
Mike disse que ali também costumavam acontecer festinhas como as do Peabody Hotel.

Alguns
amigos de escola de Elvis faziam parte da organização desse clube que funcionava ali.
Elvis foi muitas vezes ali para tocar violão. Isso, é lógico, bem antes da fama.
Paramos em um outro prédio onde, em fevereiro de 1961, aconteceu um jantar em homenagem a
Elvis. A renda foi destinada à caridade e pagava-se cem dólares por pessoa. Tupelo
recebeu parte dessa doação. Naquela noite de festa, a RCA presenteou Elvis com uma placa
comemorativa por 75 milhões de cópias de disco vendidos. Esta placa está exposta na
mansão, em Graceland, no setor de troféus (de 56 a 61). Outro local de visita: a
Delegacia de Polícia. Elvis gostava muito da carreira militar, da carreira de policial, e
se não fosse artista, talvez tivesse sido policial. Ele gostava tanto que , às vezes, ia
ali às noites e ficava na calçada conversando com os policiais, trocando idéias e
batendo um papo com eles até altas horas da madrugada. Isso aconteceu mesmo depois de
Elvis ter se tronado famoso. Na Beale Street, há um museu da polícia com coisas
relacionadas a Elvis. Ao lado da delegacia de polícia, fica a Corte Marcial.

Mike parou em
frente e relembrou um fato ocorrido com Elvis. Houve uma briga envolvendo Elvis durante o
dia num posto de gasolina e Elvis foi parar na frente do juiz. O juiz disse que Elvis não
tinha culpa de nada, mas advertiu-o para que tomasse mais cuidado quando saísse e também
aonde quer que fosse, por ser uma pessoa muito famosa, tal fato poderia causar
inconveniências. A partir desse dia, Elvis começou a ter uma vida mais noturna para
justamente evitar tais contratempos. Começou a visitar lugares e fazer compras à noite.
Alugava também o cinema quando todos já estavam dormindo. Paramos em frente à antiga
cadeia e Mike nos relatou um fato curioso. Eu particularmente não entendia nada, mas meu
herói Jeferson estava ali para traduzir tudo. Em dezembro de 71, no Natal, Elvis e seus
amigos foram lá e os policiais perguntaram o que ele estava fazendo lá. Elvis, com seu
grande senso-de-humor disse que pretendia libertar todos os presos, mas na verdade ele
tinha ido cumprimentar os policiais pela passagem do Natal, até que os presos ouviram a
voz de Elvis e pediram para que ele fosse até lá. Quando Elvis entrou no corredor,
reconheceu um de seus amigos de escola e Elvis perguntou a ele por que ele estava ali, mas
Mike não se recordou deste detalhe. O que importa é que o rapaz não tinha dinheiro para
pagar a fiança e por isso ainda encontrava-se preso. Elvis, então, pagou a fiança e
tirou o colega de infância da cadeia. Dali, fomos direto à Poplar Avenue, 353. Neste
local, onde hoje funciona um shopping, funcionava a "Crow Eletric Company", onde
Elvis trabalhou como motorista de caminhão. Vimos também o terreno baldio onde ficava a
1ª casa que Elvis morou em Memphis ( veja detalhes no nosso boletim nº 2). Quando Elvis
era jovem costumava comprar discos na "Poplar Tunes".

Visitamos essa
loja. Ela ainda mantém a aparência dos anos 50. Tem uma foto em uma das paredes que
retrata uma das visitas de Elvis à loja para comprar discos. Elvis, na foto, está em
companhia de duas pessoas e a foto está datada de 1953. Não sabemos se a data da foto
está correta, mas o que importa é que é muito emocionante entrar em uma loja que
encontra-se da mesma maneira quando Elvis a visitava e poder comprar um disco, tal qual
ele fazia.

Elvis
fez uma doação, no ano de 1964, ao "St. Jude Children's Research Hospital" no
valor de 60 mil dólares. Por esse motivo, os fãs de Elvis continuam fazendo doações a
este hospital. Passamos também em frente ao "St. Joseph Hospital", onde a mãe
de Elvis trabalhou. Bem em frente, vimos a "United Company", onde o pai de Elvis
trabalhou. Chegamos ao tão esperado apartamento onde Elvis e sua família moraram com
mais de 15 famílias: o "Lauderdale Courts" nº 185.

Foi realmente
emocionante. Tudo original. Uma atmosfera de anos 50. Tudo abandonado. Muito suspense no
ar, pois Mike nos alertou que não poderíamos permanecer ali por muito tempo, porque a
barra ali era pesada. Ali só vivem negros e eles não aceitam brancos por aquelas
redondezas. Logo no 1º andar, encontramos o apartamento 328. São três apartamentos no
andar e o de Elvis era o do meio. Este local foi o 2º em que Elvis morou em Memphis. Este
passeio foi realmente muito emocionante e divertido. Valeu muito a pena.

O
"Ellis Auditorium" era o local onde J.D. Sumner e Black Wood Brothers se
apresentavam. Era o "point" dos shows gospel em Memphis. Elvis nunca tinha
dinheiro para entrar, então o pessoal da segurança o deixava entrar pela porta dos
fundos e de lá ele ficava assistindo às apresentações. Elvis também se apresentou ali
nos anos de 54, 55 e 61. Em 1971, Elvis voltou ao Ellis Auditorium para receber mais um
prêmio. Todos se recordam das palavras eternas de Elvis: "Every dream that I've
ever dreamed..." Ficamos sabendo por Mike uma informação não muito agradável:
o Ellis está com os dias contados. Há a previsão de que ele seja demolido nos próximos
meses para que seja construído no local um edifício mais moderno. É uma pena! Talvez
esta tenha sido a 1ª e a última vez que nós pudemos estar ali perto deste prédio que
nos traz tantas recordações...
Assim
foi o nosso "walking tour" com Mike Freeman. Um passeio inesquecível, onde
pudemos conhecer lugares inéditos para nós fan'Elvis. Um passeio que, sem dúvida
nenhuma, ficará na memória de cada um que teve o privilégio de estar presente.
Dando
continuidade ao nosso roteiro, fomos conhecer por dentro a última casa em que Elvis morou
antes de se mudar para Graceland.

Ele comprou
esta casa quando já era um cantor famoso e a 1ª coisa que resolveu fazer foi comprar uma
casa confortável para seus pais. A casa ainda está como nos tempos de Elvis. Tudo
original. Fica na Audubon Drive, 1034. Elvis comprou essa casa no dia 11 de maio de 1956.
Ele usou o seu 1º pagamento recebido da RCA para comprar aquela casa no estilo rancho.
Ele pagou 40 mil dólares em dinheiro por uma casa de 3 quartos, dois banheiros, com
carpet. Os Presley guardaram a frente e o jardim e construíram uma piscina e fizeram
também algumas alterações no fundo da casa.

É uma casa
típica de classe-média-baixa. Ao chegarmos na casa, não havia ninguém. Batemos e
batemos e nada. Tiramos algumas fotos e filmamos pelo lado de fora. Seguimos nosso roteiro
e deixamos para tentar a casa em outro dia. Fomos então para o Kang Rhee Karate School,
pois no outro dia quando fomos lá, apesar de prevista a visitação no calendário
oficial de Graceland, não estava aberto. Mas nós, insistentes que somos, resolvemos
voltar lá e entrar para conhecer pessoalmente o Kang Rhee. Ao entrarmos, a emoção
domina nosso ser. Já na recepção nossos olhos se enchem com as fotos expostas nas
paredes de Elvis com Kang Rhee.

Já ficamos
boquiabertos. A recepcionista, uma jovem senhora muito atenciosa, nos atendeu muito bem.
Disse que Kang Rhee iria nos atender em breve, pois logo ele iria começar a sua aula com
os alunos que estavam se aquecendo. Disse ainda que , se alguém quisesse participar da
aula gratuitamente, poderia. E Stephan foi lá. Na sala de aula, há um enorme quadro onde
estão expostas todas as fotos em que Kang Rhee está com Elvis. Estão todas expostas
para que você possa escolher quais as que você quer comprar. Cada foto custa 6 dólares,
mas na compra de 4, cada uma sai por 5 dólares.

Este prédio
não é o local onde Elvis freqüentava. Este é o novo local da escola. O prédio onde
funcionava a escola em que Elvis freqüentava fica na Poplar Avenue. Na vitrine da parede
das fotos tem uma réplica do certificado de Elvis. Quando Kang Rhee se mudou do antigo
prédio para esse, ele encontrou alguns certificados antigos e no meio deles encontrou o
endereço da pessoa que havia feito o certificado de Elvis. Então, ele mandou fazer uma
duplicata . Kang Rhee fez isso para que os fãs de Elvis pudessem tê-lo. O diploma custa
15 dólares cada. A foto da capa deste boletim é de Kang Rhee. Nela aparece um tapete
persa através de Elvis. Este tapete Elvis pegou de um quarto de Las Vegas que usou e deu
para Kang Rhee. Há uma outra foto em que Elvis e Kang Rhee aparecem em um carro branco. O
carro foi um presente de Elvis para Kang Rhee. Era um carro de uso do próprio Elvis. A
secretária de Kang Rhee teve a oportunidade de ver Elvis pessoalmente por diversas vezes,
quando ainda era criança. Que sortuda! De repente, Kang Rhee aparece e traz consigo uma
faixa vermelha igual a de Elvis. Coloca na gente e faz uma pose para a posteridade.
Escolhemos algumas fotos e Kang Rhee as autografou para nós, onde pudemos retratar esse
momento. Logo em seguida, pudemos assistir a uma aula, onde Stephan também participou. Ao
final dessa aula, Kang Rhee disse aos alunos que nós éramos fan'Elvis do Brasil . Disse
que nós éramos bem-vindos a Memphis-TN, terra de Elvis. Kang Rhee disse algumas palavras
sobre Elvis, sobre a época em que conviviam. Depois, fez uma demonstração do tipo de
treinamento que ele dava para Elvis. Demonstração formidável! Ele pediu para que dois
alunos fizessem também uma demonstração. Depois da apresentação dos alunos, , Kang
Rhee disse que uma das coisas que mais apreciava em Elvis era sua humildade. Mesmo sendo
uma pessoa muito rica, um super star, Elvis nunca perdeu a humildade. Ele atendia as
pessoas com muito carinho, com muita alegria, apesar de ele andar sempre com muitos
guarda-costas. Disse que Elvis nunca se recusou a dar um autógrafo. Pelo contrário,
apesar da segurança, quando alguém lhe pedia um autógrafo Elvis pedia para que a pessoa
entrasse no corredor de seguranças e mesmo andando, Elvis perguntava o nome da pessoa e
dava o autógrafo, o que deixava o fã muito feliz. Kang Rhee disse que perguntou uma vez
a Elvis por que ele fazia isso e Elvis respondeu-lhe que a vida dele era fazer as pessoas
felizes. Se as pessoas se sentiam felizes gritando, tentando chegar perto dele, ele então
gostava de fazer o possível , o máximo para atender a esses sentimentos, essas vontades
das pessoas, porque era isso que ele queria. Ser feliz fazendo os outros, aqueles que
gostavam dele, felizes também. Além do Cadillac que Elvis lhe deu, Kang Rhee disse que
Elvis também lhe deu muitas jóias e muitos presente do Hilton. Inclusive, em uma de suas
aulas, Elvis tirou um anel do dedo e o deu para Kang Rhee. Como ele não é um artista
como Elvis, ele não o usa. Kang Rhee disse que todos os presentes que recebeu de Elvis
continuam guardados em sua casa, incluindo-se aí uma guitarra usada por Elvis em seus
shows. Esse depoimento de Kang Rhee foi muito valioso para nós e ficará para sempre em
nossa memória.

Saindo
dali, voltamos para a casa da Audubom Drive, 1034 para tentarmos entrar, pois da última
vez o dono não estava. Quando chegamos lá, Mike estava chegando e finalmente pudemos
entrar. Apenas alguns do grupo quiseram entrar, pois achavam que não tinha muita coisa
para se ver. Azar o deles, pois a viagem no tempo foi inacreditável! Jamais achávamos
que tantos tesouros estivessem ainda guardados naquela casa. Começamos a filmara e a
fotografar por dentro. Aquela atmosfera dos anos 50 foi demais! O fogão, a pia da cozinha
e os armários ainda são os que eram utilizados quando a casa ainda pertencia à família
Presley. O assoalho da sala é original, uma estante no corredor também. Os banheiros,
tudo original, as louças sanitárias, o chão. Conhecemos o quarto da avó, o quarto dos
pais e, é claro, o quarto de Elvis. Fomos bater umas fotos lá na piscina. A água estava
ótima para se dar um mergulho. Logo após, fomos para a sala de estar e jantar. Elvis
mandou construir uma sala para se reunir com os amigos, com espaço para uma mesa de
bilhar e com um barzinho. Fez um banheiro e nas paredes laterais fez duas vitrines
pequenas para colocar seus troféus. Ele foi tão modesto! Pois ali não caberia um
centésimo de seus prêmios. Seguindo nosso roteiro, fomos para a Beale Street. Fomos ao
Hard Rock Café.

Lá dentro há
algumas fotos de Elvis expostas, uma bateria de Ronnie Tutt, um chapéu preto de Elvis e
outros itens. Passeamos pelas ruas. Fomos ao "Alfred's". Lá tem várias fotos
de Elvis nas paredes. Continuando o passeio, fomos ao Peabody Hotel. Encontramos algumas
lojas com fotos de Elvis e o Lansky's, que tem algumas camisas iguais as que Elvis usava
nos anos 50. Ao lado das camisas há uma foto de Elvis usando uma delas. É realmente
tentador passear pelo centro de Memphis e ver tantas coisas sobre Elvis!
Num
barzinho do centro, paramos para ver uma coleção de pratos pintados à mão de
caricaturas de Elvis. O interessante é que o nosso amigo Reginaldo nos chamou a atenção
quanto ao cheiro dos ambientes. Disse que o cheiro de todos os lugares é o mesmo, tem
cheiro de papel antigo, mofado.

Voltamos
ao Elvis Presley's Memphis, fomos saborear a sua comida ao som de Elvis. Lá tem muitos
objetos expostos do Elvis, desde roupas, chapéus, quadros com fotos bem diferentes,
inclusive algumas onde mostra o nosso Elvis bem descontraído e tem também um piano
branco que pertenceu ao Elvis. Saboreamos uma deliciosa macarronada ao molho. Ao centro do
restaurante, onde fica o palco para as apresentações tem um telão gigante onde passa
clips do Elvis. É muito bom estar ali vendo o Elvis ao lado de um autêntico macacão
dele. Tiramos muitas fotos com flash, apesar de não ser permitido bater com flashes. A
nossa companheira de viagem Maria do Rosário que o diga: "No flash."
Fomos
então ao "Visitor Center", local onde está exposta aquela magnífica estátua
de Elvis. Mais poses para fotos!!!...

No
outro dia, fomos ao "Forest Hill", e já na entrada, ao som de "Always on
my mind", as lágrimas insistiam em cair, pois lembrava-nos os primeiros momentos
após a partida de Elvis. Fomos ao Mausoléu. É muito triste chegar lá ouvindo esta
música. Conhecemos também onde estão sepultados os parentes de Elvis e a Delta Mae.
Visitamos o túmulo do tio Vester, onde tivemos a oportunidade de conhecê-lo em 1996.
Próxima
parada foi a "Hume High School Jr", escola onde Elvis estudou. Só que agora ela
mudou de nome, chama-se "Humes Middle School", esse fato é devido à evolução
dos tempos. Assim como aqui em nossa terra os colégios sofrem mudanças, ou seja, de um
grau para outro, lá também. Na entrada principal tem uma pintura de Elvis à mão que
foi doada em homenagem ao rei do rock. Fomos visitar o auditório que é totalmente
original e a única coisa que foi mudada foi o carpet que não tinha na época dele. Ele
foi colocado no ano de 1980. E logo acima das cortinas tem o nome de Elvis A Presley em
destaque que também foi colocado depois. Toda a assistência para a manutenção do
auditório é feita pela Elvis Presley Enterprises. Subimos lá e tiramos muitas fotos.
Nossos amigos Stephan e Fernando se deliciaram com um piano que estava ali. Stephan tocou
um trecho de "Bridge Over Trouble Water" e Fernando tocou um trecho de
"Can' t Help Falling in Love With You", juntamente com o pessoal fazendo o coro.
Foi demais!!! Eles deram um show à parte! Valeu!
Prosseguindo,
a guia nos levou à sala de aula que representa a antiga sala onde Elvis estudou. Não é
exatamente ali onde ele estudou, mas os móveis criam uma atmosfera da época e tem muitas
lembranças, tem cópia do boletim de Elvis, fotos, objetos, roupas, sapatos e tênis de
Elvis. Tem até uma roupa que o próprio Elvis usava para jogar bola, "futebol
americano", onde você pode tocá-la e sentir a emoção de tocar algo que o Elvis
usou. Esta sala de aula virou um museu. A mobília é da época da sala de aula de Elvis,
porque eles não tem mais esse tipo de móveis. A disposição da sala é exatamente
aquela. Lá tem exposto o diploma do Elvis da "Humes High School Jr", a
certidão de nascimento, fotos de Elvis com celebridades, o livro de formatura da época e
muitas outras lembranças. No quadro-negro deixamos nosso recado ao Elvis e a todo fan que
faz essa visita à escola. Fomos então à cantina. Lá existe um local dedicado ao Elvis:
"Elvis Corner". Assim é chamado porque Elvis vinha fazer ali as suas
refeições na hora do intervalo com seus amigos. Ali era o seu ponto. Então fizeram essa
homenagem. Fomos então à verdadeira sala onde Elvis estudou. Tudo está mudado, hoje
funciona a Biblioteca. Juntaram umas quatro salas de aula, quebraram paredes e tudo ficou
modificado. A única coisa que tem da época são alguns livros, inclusive da sala de aula
de Elvis. A parte física da sala foi totalmente mudada.

Dia do
"Almoço de Presidentes de Fan Club". Quase todos puderam participar desse
evento graças ao nosso malabarismo, meu e do Jeferson em contactar o pessoal da E.P.E. e
fazer as reservas antecipadamente por telefone. Com muita habilidade e jogo de cintura o
T.C.L.E. Fan Club conseguiu colocar presentes nesse evento amigos que nunca haviam
participado antes.

Acredito que
tenha sido um momento inesquecível para todos nós pois pudemos estar lado a lado de
pessoas que fizeram parte da história de Elvis. Patsy Andersen fez a abertura e convidou
os amigos a fazerem parte da mesa: D.J. Fontana, Scotty Moore, o diretor do Elvis' 1968 TV
Special, Steve Binder.

Estavam
presentes também as atrizes que trabalharam com Elvis em alguns filmes: Anne Helm (Follow
That Dream, 1962), Cynthia Pepper (kissin'Cousins, 1964), Julie Parrish (Paradise-Hawaiian
Style, 1965), Deborah Walley (Spinout, 1966) e Suzanne Leigh (Paradise-Hawaiian Style,
1965).

Steve Binder,
o diretor do Elvis'1968 TV Special aproveitou a oportunidade para relembrar da época do
especial de TV e ofereceu essas lembranças aos fãs como homenagem ao Rei.

Já o filho de
Ronnie McDowell, em outro momento, também homenageou Elvis cantando "Trouble".

Logo em
seguida, o próprio Ronnie fez seu show juntamente com D.J. Fontana. Na hora em que cantou
"Always on my mind", choramos. Quando cantou "Memories", fotos de
Elvis eram projetadas no telão.

Após o
show, tivemos a oportunidade de conversar com todas as atrizes. Elas foram muito
simpáticas e falaram muito bem de Elvis. Tiramos fotos, filmamos e pegamos autógrafos. O
depoimento mais interessante foi o de Julie Parrish, ela nos disse que nunca assistiu a um
concerto de Elvis em Vegas porque sua mãe não permitia e ela trabalhava naquela época
à noite. Mas disse que ela teve seu próprio momento com Elvis pois nas gravações do
filme, ele sempre cantava nos intervalos. Então ela teve um show particular, só para
ela. Foi um privilégio. Disse ainda que ele era muito lindo e que tinha uma pele macia e
quente. Ela ainda está muito bonita e conservada. É muito simpática. Conversamos
também com Deborah Walley, então eu disse para ela que no filme em que ela trabalhou com
Elvis, que no Brasil recebeu o título "Minhas três noivas", eu achava que ela
é quem merecia ter ficado com ele no final do filme, pois foi ela quem sempre o
acompanhou em tudo, foi sua companheira, amiga e gostava muito dele. Ela sorriu e me disse
que também pensava da mesma forma. Disse ainda que em sua cabeça foi isso o que
realmente aconteceu, esse foi o final que ela deu para o filme. Todas enfim, falaram muito
bem de Elvis. Nos despedimos e fomos seguir nosso roteiro.

"Libertyland"
foi o nosso próximo ponto. Só o visitamos por fora. Esse parque, Elvis o alugava para
poder ter privacidade com sua família e amigos. Do outro lado, fica o "Mid-South
Coliseum". Fomos até lá para tentar entrar. Estava tudo fechado. O Jeferson deu a
volta e foi lá para os fundos. Entrou e conversou com o segurança. Perguntou se
podíamos entrar para conhecermos o local. Contou ao segurança que éramos do Brasil e
que tínhamos ido a Memphis especialmente para a Elvis Week. O segurança, que se chamava
Chris, foi muito gentil e permitiu que entrássemos. Mostrou-nos todos os setores e foi
nos conduzindo. Entramos no palco e pudemos entrar pelas laterais por onde os astros
entram para as apresentações. Inclusive, ao entrarmos pelos fundos viemos exatamente por
onde Elvis costumava entrar com sua limousine. Pudemos ir aos camarins. Hoje eles estão
desativados, mas era ali que Elvis ficava. Tinha alguns móveis no local. Elvis nunca
ficava sempre no mesmo camarim. Ora ficava no da direita, ora no da esquerda, para criar
aquela expectativa: "Por onde ele virá?" Era naqueles dois corredores que ele
ficava se preparando para entrar no palco, se ajeitando, arrumando o cinto, a gola e o
cabelo. Chris cresceu em Memphis. Seus pais trabalhavam ali e por isso foi trabalhar lá
também. Saímos pelos fundos, pela saída dos carros. Foi um passeio e tanto!

Fomos
em seguida ao "Memphis Pink Palace Museum and Planetarium". Fomos também ao
antigo local onde era a antiga escola de karatê de Kang Rhee, da Poplar ave. Não
funciona mais nada naquele local.

Todos
os dias às 19h30min íamos ao Meditation Garden prestar nossas homenagens a Elvis. À
noite, chegou o momento do nosso cruzeiro, no Rio Mississippi - "River Boat
Cruise". Alguns ficaram no hotel, pois esse passeio iria começar às 11 horas da
noite. Subimos ao convés, onde cantamos e dançamos músicas de Elvis. Antes de começar
o show, pararam as músicas. Então, nosso grupo começou o próprio show: Waldenir,
Fernando, Jeferson e Stephan começaram a cantar e dançar.

Soltaram
literalmente a "franga". Hora do show. Descemos no salão principal para
assistir ao show de Adriano. No meio da apresentação, ele começou a cantar
"American Trilogy". O pessoal começou a formar um círculo no meio do salão e
deram as mãos. Eu e Jeferson estávamos lá. Era como se fizéssemos parte daquele grupo.
Levantamos as mãos e fechamos os olhos. As lágrimas caíam em meu rosto. Foi com certeza
um momento muito forte.
Demos
um passeio pelas ruas do centro, à noite, ao som de "Just Pretend" pirata.
Fomos
para casa, isto é, costumávamos chamar o hotel de nossa casa, ao som de "Twelve of
never", uma versão super diferente.

No dia
seguinte, estávamos todos entristecidos, pois Stephan iria partir. Insistimos para que
ele ficasse mais um dia, mas ele tinha que partir. De manhã, nos encontramos, aliás,
Reginaldo foi se encontrar com Stephan no meio do caminho, a pé. Fomos ao WallGreens
comprar algumas coisinhas e lá estavam eles, Stephan e Reginaldo, a dupla-dinâmica,
cantando novamente juntos. Eles cantaram entre outras canções "Bringing It
Back", uma das minhas favoritas, e "Trying to get you" foi outra que
Stephan cantou. Ao som de "It's easy for you", uma canção muito triste
seguimos em frente rumo ao local onde deixaríamos Stephan para partir. Estávamos com o
coração apertado, pois somente Elvis para unir tão fortemente pessoas que jamais tinham
se visto. Nos despedimos com o fundo musical "Love Coming Down". Todos choramos
muito. Como é possível chorar por alguém com quem convivemos por tão pouco tempo?
Somente Elvis é capaz de unir pessoas de continentes distantes e fazer nascer uma amizade
tão profunda. Obrigado, Stephan, pelos momentos felizes que todos nós passamos juntos!
Dando
seguimento ao roteiro, fomos ao "Baptist Memorial Hospital". Enquanto batíamos
foto e filmávamos do lado de fora, um guarda se dirigiu a nós e disse que não era
permitido fotografar e nem filmar. Jeferson, mais uma vez, com sua sábia astúcia,
convenceu o guarda de que éramos simplesmente fãs de Elvis e gostaríamos de entrar e
conhecer o quarto onde Elvis ficou internado várias vezes. Ele disse para entrarmos e
falarmos com a enfermeira-chefe. Subimos ao 16º andar e o Jeferson foi conversar com a
enfermeira. Disse que vínhamos de longe e gostaríamos de conhecer o quarto onde Elvis
ficava. Ela permitiu, mas disse que não poderíamos filmar, nem fotografar, pois não era
permitido. Mas ela não ficou conosco durante todo o tempo e então aproveitamos para nos
armarmos de nossas munições e começamos a registrar aquele momento.


Foi outro
momento de muita emoção! De lá da janela avistamos o nosso carro lá embaixo e
percebemos que aquele quarto em que estávamos não ficava na frente do hospital como
pensávamos, assim como aparece no vídeo "This is Elvis". Então resolvi marcar
a janela para avistá-la lá de fora. Olhei para os lados e não achei nada que pudesse
colocar na cortina. Reparei então numa caixa que tinha em cima da mesinha. Lá havia
luvas de médico, tinha que agir rapidamente, pois a enfermeira iria voltar. Então,
coloquei uma luva presa entre a persiana. Lá de baixo deu perfeitamente para verificar a
luva presa na janela do lado de dentro, pois não dava para abri-la.
Fomos
em seguida ao "Trauma Center". Fizemos um tour pelo hospital. Um funcionário
nos conduziu pelos principais setores e nos orientou quanto ao tipo de trabalho que é
feito. Esse hospital atende gratuitamente e é mantido pelos fãs de Elvis. Tem uma parede
num corredor onde há várias placas que simbolizam as doações efetuadas por fãs-clubes
e pessoas simpatizantes com os objetivos do "Trauma Center".

A
"Sun Studio" foi nossa próxima parada. Tomamos uma Coke e nos deliciamos com a
atmosfera.

Paramos
também na "Pyramid". Finalmente, chegou a noite do show "Shake, Rattle and
Roll", com J.D. Sumner e The Stamps. Também estavam presentes Ronnie McDowell e seu
filhinho, D.J. Fontana e Scotty Moore. Esse momento foi um dos mais marcantes, pois a voz
de J.D. estava perfeita. Começaram o show com "Sweet, Sweet Spirit". Não
podiam ter escolhido melhor. Mas, na hora do "How Great Thou Art" não foi
possível conter a emoção. Chorei o tempo todo! Fechei os olhos e imaginei Elvis ali
cantando. Só faltava ele! O momento foi mágico e único!
No dia
15, pela manhã, fomos à missa em homenagem a Elvis. O Coral da igreja prestou sua
homenagem e ao som de "Stand By Me", um grupo entrou trazendo 21 velas acesas,
entre eles estava nosso amigo Walteir. Patsy Andersen estava presente. Outro momento
marcante foi quando cantamos "Let Us Pray". Nesse momento o padre entrou e
celebrou a missa. Ao término da missa, houve uma macarronada beneficente no salão de
trás da Igreja.

Chegamos
ao momento tão especial "Candlelight Vigil". Fomos para lá ao entardecer. A
fila já estava grande. Já tomava grandes proporções. As pessoas traziam cadeiras para
aguardar o momento tão esperado: o ponto alto da Elvis Week. Cada um a sua maneira,
preparava sua homenagem. O céu ainda estava claro e a fila já dava umas cinco voltas na
calçada. As pessoas vestidas com suas camisetas de Elvis e seus botons para tentar
demonstrar o seu amor por Elvis. A emoção vai aumentando conforme se ouve a voz de Elvis
ecoando nos altos falantes dos jardins de Graceland. As músicas foram selecionadas a
dedo, e fizeram com que aquele momento se tornasse ainda mais especial. Começou então a
escurecer e a fila aumenta ainda mais. Eu e Jeferson fomos juntamente com Walteir no
escritório da Enterprises pegar as velas comemorativas do "Candlelight Legacy
1998". A vela é perfumada e foi dada somente para os Presidentes de Fã-Clubes que
participaram da vigília. A vela vem dentro de um castiçal de vidro, que tem o rosto de
Elvis e sua assinatura estampados na parte da frente em letras douradas. Encontramos
muitos amigos de todas as partes do mundo. Nosso grupo já estava na fila aguardando para
entrar. Enquanto isso ouvimos "Loving Arms", "It's Midnight" e a minha
preferida "Pieces Of My Life", entre outras. Todos acenderam suas velas e
uniram-se num só pensamento: Elvis. Levantaram suas velas e num momento de solidariedade
e muita saudade daquele que ainda é capaz de unir povos de diferentes raças, religiões
e continentes. As pessoas entram no Meditation Garden e depositam flores e prestam suas
homenagens. O pico alto do evento, a meu ver, foi o momento do hino de todo fan'Elvis:
"Can't Help Falling in Love With You". Todos cantam numa só voz, torna-se uma
linguagem universal. E nesse momento, não há como conter as lágrimas. Elas rolam em
nossa face, pois essa música é a tradicional da cerimônia. Começa então a tocar
"The Last Farewell" e a música que ficou conhecida como o dia da despedida do
alemão Stephan, "Love Coming Down". No momento em que Jeferson e Walteir foram
para a fila novamente, revezar com os colegas, começou a tocar "How Great Thou
Art". Neste ano, a música-tema da vigília foi do filme "Harum Scarum":
"So Close, Yet So Far (From Paradise). Fiz questão de filmar todas as músicas que
tocavam nos jardins para depois ouvi-las novamente aqui no Brasil e poder me lembrar
daquele momento tão mágico. Permanecemos lá até acabar a fila e isso foi madrugada a
dentro. É muito bom poder passar a noite toda ali naquele ambiente escutando o som dos
"grilinhos" dos jardins de Graceland. É uma sensação de proximidade com os
tempos passados. Como se viajássemos pelo tempo, ficamos olhando horas e horas para
aquela casa, imaginando quanta vida teve ali, quantos sonhos e sentimos que precisamos
estar sempre ali para nos revigorarmos e para tentarmos resgatar algo que ficou para
trás.
No dia
seguinte, já refeitos de tanta emoção, fomos passear pelas lojinhas do "Graceland
Plaza" . E aproveitamos para assistir ao show de Joe Kent na tendinha. Joe apresentou
músicas dos anos 60. Sua performance é muito boa, apesar de alguns machistas irem contra
fazendo críticas negativas a respeito dele. A meu ver, ele é um dos melhores imitadores
de Elvis, mesmo ele próprio sendo muito convencido disso, ele realmente é muito bom.
Seus trejeitos são parecidos e muito se aproximam de Elvis. No entanto, nós sabemos que
Elvis só tem um e ponto final. No meio de sua apresentação, Joe perguntou à platéia
se havia pessoas de outros países ali presentes, então várias pessoas ergueram suas
mãos, inclusive eu e a Zélia. Havia pessoas da Inglaterra, Alemanha, de vários pontos
dos EUA, nós do Brasil, entre outros. Joe disse que Elvis continuava unindo pessoas de
vários continentes 21 anos depois de sua ausência física.
Fim da
primeira parte!
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