a história do teatrO
 
Texto e pesquisa da diretora e professora de teatro Elza de Andrade extraído do portal ACF

 

A origem

É comum ouvirmos dizer que o teatro começou na Grécia, há muitos séculos atrás. No entanto, existem outros exemplos de manifestações teatrais anteriores aos gregos. Por exemplo, na China antiga, o budismo usava o teatro como forma de expressão religiosa. No Egito, um grande espetáculo popular contava a história da ressurreição de Osíris e da morte de Hórus. Na Índia, se acredita que o teatro tenha surgido com Brama. E nos tempos pré-helênicos, os cretenses homenageavam seus deuses em teatros, provavelmente construídos no século dezenove antes de Cristo. É fácil perceber através destes poucos exemplos, uma origem religiosa para as manifestações teatrais.

No entanto, podemos olhar ainda mais para trás quando lembramos que o teatro é a imitação de uma ação e que o ato de imitar está presente na essência dos mais primitivos rituais que conhecemos. É através da imitação que a criança se desenvolve aprendendo a falar e a agir. Comparando este homem primitivo com uma criança, podemos observar que ambos são completamente ignorantes em relação ao universo que os cerca. E muito provavelmente, este homem, ansioso por encontrar respostas para as suas perguntas, tenha começado a construir um acervo de mitologias, religiões e rituais, numa tentativa de explicação do mundo, dos fenômenos naturais, da vida, do nascimento, da morte.

Na história do pensamento humano o mito surge como uma tentativa de explicação, compreensão e controle do mundo. É através do mito que o homem primitivo tenta compreender os fenômenos da natureza, atribuindo-lhes uma origem divina. A palavra mitologia está ligada a um conjunto de narrativas da vida, das aventuras, viagens, afetos e desafetos dos mitos, dos deuses, dos heróis. Existem diversas mitologias: cristã, egípcia, hindu, grega etc...

 

O teatro e o cristianismo

A palavra religião, do verbo latino religare (ato de ligar) pode ser definida como o conjunto de atitudes pelos quais o homem se liga ao divino. Através da realização dos ritos/rituais o homem relembra os mitos. Por exemplo: no ritual da missa cristã, uma série de procedimentos relembram a vida, morte e ressurreição de seu principal mito, Jesus Cristo.

O famoso antropólogo Malinowski propõe que "o mito não é uma explicação destinada a satisfazer uma curiosidade científica, mas uma narrativa que faz reviver uma realidade arcaica, que satisfaz a profundas necessidades religiosas, aspirações morais, a pressões e imperativos de ordem social e mesmo a exigências práticas.

Nas civilizações primitivas, o mito desempenha uma função indispensável: ele exprime, exalta e codifica a crença; protege e impõe os princípios morais; garante a eficácia do ritual e oferece regras práticas para a orientação do homem. O mito é um ingrediente vital da civilização humana; ele é uma realidade viva, à qual se recorre de forma incessante; não é, absolutamente, uma teoria abstrata ou uma fantasia artística, mas uma verdadeira codificação da religião primitiva e da sabedoria popular".

 

O teatro como cultura

A origem do teatro ocidental está ligada aos mitos gregos arcaicos e à religião grega. A mitologia grega é formada por numerosos deuses imortais e antropomórficos, isto é, que têm a forma e o temperamento humano; os deuses antropomorfizados amam, odeiam, perseguem, discutem, sentem ciúme, são vingativos, traem, mentem como as pessoas comuns. Existem várias gerações e famílias divinas na mitologia grega.

 

Uma ferramenta poderosa no evangelismo em massa
“A arte do teatro é para alcançar vidas”
Texto adaptado produzido pelo dramaturgo e escritor Mar´Júnior.

Será que nós podemos entender o significado da arte? Para isso, poderíamos começar com a identificação do palco, dos cenários e figurinos, dos atores, e de tudo o que se completa nas formas de representar: o cinema, a televisão, a música, o desenho, enfim, o Teatro.

Tudo indica que não existe sentimento maior do que o de representar, podendo ser em cima de um palco, no banco de uma praça ou em uma marquise de edifício. Sentimento de pura ficção com a arte da vida real. Há encontros e desencontros, na maioria das vezes, com absoluto sucesso. Quando dependemos do fazer rir, do fazer chorar, do fazer brindar... brindar sim, para aqueles que são apaixonados em ver e sentir o teatro de perto; para aqueles que fazem o público delirar, esperando a surpresa do seu desfecho.

O texto é, em sua maioria, como uma obra de ficção ou, quem sabe, uma ficção real, mais do que realista. Aquela que fala e descreve acreditando no impossível, no inaceitável, fazendo desta arte a expressão mais correta de adorar a Deus; e mostrando a quem possa interessar, o mais real de todos os ideais e a sintonia da busca da verdade na forma de representar.

Teatro é vida, é vida constante em perceber que por meio das suas falas e confidências em grupo, ou em algum monólogo sem sentido, podemos encontrar o que há de mais essencial na sua forma do falar ou do interpretar. É vida bem abundante, é onde se realiza o tudo. É o suspense em saber o que irá acontecer na cena seguinte, vivendo a emoção junto com o público e com o ator.

Representar é reconhecer que, por meio desta linguagem, Deus fala, liberta, cura e salva. Vidas são conquistadas pela maneira simples, mas envolvente descrita em textos corriqueiros, as quais trazem a magia das luzes, da sonoplastia, dos figurinos, da entrada e saída dos personagens e fazem o público se aproximar.

Enquanto o mundo aí fora cada vez mais se prepara para os acontecimentos iminentes mais importantes, nós, que temos o poder da mídia, não podemos deixar de nos expressar. O teatro faz parte da vida e do evangelismo. Vidas estão sendo preparadas para abraçar ardentemente um povo, um povo sim, que está cansado de ver à sua volta o inexplicável, sem explicação. Devemos, como homens que falam de Deus e por Deus, praticar a mais aceitável das artes e, por intermédio dela, levar a palavra das escrituras, de forma simples e compacta, mas sempre pela verdade.

Escrever para teatro, dirigir teatro, viver um personagem no teatro, são emoções que Deus preparou para poucos. E esses poucos é que levam o que o homem traduziu por anos como “maluquice”, mas que hoje, com a autoridade dada pelo Espírito de Deus, traduzo com a alma de um evangelista nato.

 

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