O seriado Anjos da Lei, ao contrário do que se pode pensar, foi um seriado que tinha tudo para não dar certo. Estamos em 12 de abril de 1987, o dia em que foi ao ar o episódio piloto da série nos Estados Unidos (no Brasil, a série só chegou em 1988).

A televisão americana é dominada por três grandes redes: a ABC, a NBC e a CBS. São elas que detém todos os investimentos na área de entretenimento, são elas que têm produzido todas as séries de TV dos últimos 30 anos. Mas, então, um senhor chamado Rupert Murdoch, cria a Fox Network, um grupo de estações de TV independentes que apresentam alguns programas originais nos Sábados e Domingos à noite. Entre estes shows está Anjos da Lei (21 Jump Street), um programa que fora desacreditado quando na sua concepção e que, em cerca de um ano, já estará fazendo a FOX bater os recordes de audiência das três poderosas emissoras norte-americanas.

Os produtores da série, assim como todo o resto da equipe, nunca tinham feito um show de sucesso para o público jovem, não tinham basicamente nenhuma experiência neste mercado que então se descobria. Principalmente no horário nobre da televisão americana - às 19:00h. Para começar, a série ia se chamar Animal House Goes to High School, mas então os produtores viram que estavam lidando com adolescentes, um público sofisticado, que se cansa facilmente, o que fez eles darem uma guinada na concepção do show e decidirem fazer um seriado com uma consciência social. Outro ponto foi Johnny Depp. Depp não foi o oficial Tom Hanson original. Jeff Yeager foi o melhor nos testes para o papel e a FOX o contratou imediatamente. Depois de seis dias de filmagem, os produtores chegaram a conclusão que Jeff ficava muito velho na tela para representar um policial que trabalhava disfarçado entre os adolescentes. O passo seguinte foi substituí-lo. Os teste não foram muito longos. Foi Johnny Depp entrar na sala, mesmo gripado e sem muita vontade de ler o script - pela sua própria condição física - para que todos vissem que Tom Hanson estava ali, em carne e osso. Johnny se entregou tanto ao papel que fez com que até a estória fosse modificada. Devido a química toda especial entre Johnny e Peter DeLuise, o personagem de DeLuise, Doug Penhall, que iria ser assassinado até o 13o episódio, teve seu destino redirecionado.

O seriado tratou de assuntos como AIDS, pornografia infantil, prostituição, drogas... assuntos que dizem respeito ao universo jovem mas que até então não tinham sido tão abertamente abordados em um show de TV. O sucesso foi tão grande que nos Estados Unidos, depois de ir ao ar o programa, era colocado um número à disposição do público para denúncia de casos referentes ao tema abordado na série ou apenas para as pessoas poderem dar a sua opinião a respeito. O resultado depois de cada episódio era impressioante. Steve Beers, o produtor executivo do programa, disse na época que ser um adolescente é universal, que todos os traumas são enfrentados da mesma maneira e é por isto que 21 Jump Street era universal, pois ele tratava dos assuntos realisticamente, o que muitas vezes pode ter ajudado adolescentes das mais diversas partes do mundo.

Atores hoje consagrados fizeram suas pontinhas no seriado ainda como meros desconhecidos. Entre eles Brad Pitt, Shannon Doherty (Barrados no Baile), Sherilyn Fenn (Twin Peaks), Robert Estes (Silk Stalkings), entre outros.

O seriado foi todo rodado em Vancouver, no Canadá - exemplo seguido por vários outros seriados da década de 90 - devido ao baixo custo de produção. 21 Jump Street foi comercializado para os quatro cantos do mundo, sendo que nos Estados Unidos e na Austrália o show obteve um sucesso fora do comum, catapultando tudo que levava o nome da série para as alturas.


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