Cristianismo e Espiritismo (Parte III)

SATANÁS E OS DEMÔNIOS

A PALAVRA DO ESPIRITISMO:

"A palavra daimon, da qual fizeram o termo demônio, não era, na antiguidade, tomada à má parte, como nos tempos modernos. Não designava exclusivamente seres malfazejos, mas todos os Espíritos superiores, chamados deuses, e os menos elevados, ou demônios propriamente ditos, que comunicavam diretamente com os homens. Também o Espiritismo diz que os Espíritos povoam o espaço; que Deus só se comunica com os homens por intermédio dos Espíritos puros, que são incumbidos de lhe transmitirem as vontades; que os Espíritos se comunicam com eles durante a vigília e durante o sono. Ponde, em lugar da palavra demônio, a palavra Espírito e tereis a doutrina espírita; ponde a palavra anjo e tereis a doutrina cristã"(E.S.E., introdução, item VI).
(Espiritismo e Cristianismo - Pr. Airton E. da Costa)

"O Espiritismo demonstra que esses demônios mais não são do que as almas dos homens perversos, que ainda se não despojaram dos instintos materiais; que ninguém logra aplacá-los, senão mediante o sacrifício do ódio existente, isto é, pela caridade; que esta não tem por efeito, unicamente, impedi-los de praticar o mal e, sim, também o de os reconduzir ao caminho do bem e de contribuir para a salvação deles"(E.S.E., cap. XII, item 6).

Num passe de mágica, Allan Kardec transformou demônios em espíritos desencarnados e maus, e diz que Deus só se comunica com os homens através dos Espíritos puros. Por que Deus tardou em revelar a existência desse veículo de comunicação, somente o fazendo no século 19? O espiritismo fechou o inferno, dispensou os demônios e seu chefe, e confia em que um dia eles possam ser salvos. Enquanto isso, usando de seu livre-arbítrio, eles ficam por aí matando e destruindo, ouvindo ou deixando de ouvir o conselho dos Bons Espíritos. E Deus sem nada poder fazer, porque impera a Lei do Carma. Oh! my friend!

A PALAVRA DO CRISTIANISMO:

"Então, disse-lhe Jesus: Vai-te Satanás, porque está escrito: ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele servirás"(Palavras do Senhor Jesus, Mateus 4.10).

"E não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa"? (Palavras do Senhor Jesus, Lucas 13.16).

"Vós pertenceis ao vosso pai, o diabo, e quereis executar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, pois não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, pois é mentiroso e pai da mentira" (Palavras do Senhor Jesus, João 8.44).

"E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta. De dia e de noite serão atormentados para todo o sempre" (Apocalipse 20.10).

"Como pode Satanás expulsar a Satanás? Se Satanás se levantar contra si mesmo, e for dividido, não pode subsistir. Antes tem fim. (Palavras do Senhor Jesus, Marcos 4.23-26).

"Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o diabo, anda em derredor, rugindo como leão, buscando a quem possa tragar"(1 Pedro 5.8).

"Quem comete pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo"(1 João 3.8).

Satanás, que significa adversário, é o maior inimigo de Deus e dos homens. Os demônios são seus servos. Esses espíritos malignos são mentirosos, destruidores, perversos, enganadores, malfazejos, capazes de todos os ardis; capazes, porque inteligentes, de criar sistemas danosos para a humanidade; capazes de influenciar homens para criar doutrinas contrárias à palavra de Deus; são imitadores de caligrafias e de vozes; levianos, semeadores de discórdia. São tudo o que Allan Kardec mencionou (O Evangelho Segundo o Espiritismo, caps. XXI e XXVIII; Livro dos Médiuns, pp. 272, 281, 282 e 285) e muito mais. A diferença é que o espiritismo não os classifica como demônios, mas como espíritos passíveis de recuperação.

Esses seres demoníacos são inteligentes e muito bem organizados. Antes de sua rebelião contra Deus, Satanás era um anjo de luz chamado Lúcifer. Vivia na presença de Deus. Era chamado de "aferidor de medidas", isto é, aquele que serve de exemplo; chamado de "protetor", dada a sua condição de ungido do Altíssimo; era "perfeito em seus caminhos" porque destacado dos demais por sua sabedoria e formosura; era a "estrela da manhã, filha da alva", título inerente ao significado do nome Lúcifer ("o portador da luz"). Lúcifer encheu-se de arrogância, vaidade e ambição e desejou ser "semelhante a Deus", "subir acima das estrelas e assentar-se no trono do Altíssimo. Em razão disso perdeu sua pureza e o privilégio de viver nos céus. Um número incontável de anjos participaram dessa rebelião e formaram com o seu líder o exército da maldade. (Isaías 14.12; Ezequiel 28.2, 9; 28.13-17; Mateus 4.1-11; João 8.44; 12.31; Lucas 12.31; Efésios 6.12; 1 Pedro 5.8; 2 Pedro 2.4; Judas 6; 2 Coríntios 4.4; 1 Tessalonicense 2.18; Apocalipse 12.4-10). O cristianismo ensina assim.

"Pois se Deus não poupou os anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo" (2 Pedro 2.4).
"Pois não temos de lutar contra a carne e o sangue, e, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os poderes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestes"(Efésios 6.12).

Como vimos, o cristianismo ensina uma coisa e o espiritismo, outra. Não se pode confundir galhos com bugalhos, um bife à milanesa, com um bife ali na mesa. O real significado das palavras satanás e demônio, ou a afirmação quanto a existência de seres malignos vamos encontrar nas palavras do Senhor Jesus: "Vai-te, Satanás, porque está escrito: ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás" (Mateus 4.10). O Senhor Jesus não se dirigiu a um espírito desencarnado, mau ao extremo, capaz de tentar perverter o Filho de Deus. Se o fora, Ele certamente diria: Você por aqui Manuel, querendo me levar na conversa! Pelo contrário, o Senhor Jesus sabia com quem estava falando. Ao chamá-lo pelo nome - Satanás - o Senhor Jesus identifica, nomeia, aponta, distingue, intitula, indica, mostra, esclarece, particulariza, dá nomes aos bois. Mas o espiritismo teria alguma razão para acreditar nas palavras de Jesus? Certamente. Recordemos o que Allan Kardec disse a seu respeito, na moldura:

"O Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélico-cristã, que há de renovar o mundo... uma perfeita moral. A autoridade lhe vinha da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina. O seu papel não foi o de um simples legislador moralista" (E.S.E., cap. I, itens 4 e 9).

"Cristo veio ensinar aos homens a justiça de Deus" (E.S.E.,cap. VI, item 2).
"No cristianismo se encontram todas as verdades" (E.S.E., cap. VI, item 5).

Como se vê, não podemos confundir espiritismo com cristianismo. Este leva em conta o que o Senhor Jesus ensinou, Ele e seus apóstolos. O espiritismo deve levar em conta o conteúdo da doutrina espírita, sua essência, aquilo que julgam haver recebido dos espíritos, a prática da mediunidade, a comunhão com espíritos desencarnados, a lei da reencarnação, a lei do carma, etc. Os evangélicos repelem de forma enérgica essa tentativa de mistura, de enlaçamento.


A DIVINDADE DE JESUS

A PALAVRA DO ESPIRITISMO:

"Não obstante, parece que todo o testemunho recebido dos espíritos avançados mostra apenas que Cristo era um médium e um reformador da Judéia, e que agora é um espírito avançado na sexta esfera" (Dr. Weisse, citado por Hanson, em Demonology or Spiritualism).

"Cristo foi um homem bom, mas não poderia ter sido divino, exceto no sentido, talvez em que todos somos divinos" (Mensagem de um "espírito", conforme registro de Raupert em Spiritist Phenomena and Their Interpretation).

"Das suas afirmações espontâneas, deve-se concluir que ele não era Deus, ou que, se disse que era, voluntariamente e sem utilidade, fez uma afirmação falsa" (Obras Póstumas, Allan Kardec, p. 132).

A PALAVRA DO CRISTIANISMO:

"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o principado está sobre os seus ombros, e o seu nome será; Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte,. Pai da Eternidade, Príncipe da Paz"(Isaías 9.6).
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. O Verbo se fez carne, e habitou entre nós. Vimos a sua glória, a glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou" (João 1.1,2,3,14,18).

"Eu e o Pai somos um" (Declaração de Jesus, João 10.30). "Disse-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu"(João 10.28). "Deles são os patriarcas, e deles descende Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente" (Romanos 9.5). "Ele é o primogênito de toda a criação"(Colossenses 1.l5).

"Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade"(Colossenses 2.9).
"Ninguém subiu ao céu senão o que desceu do céu - o Filho do homem" (Palavras do Senhor Jesus, em João 3.13). Jesus, o "grande médium", um espírito que alcançou elevado grau de perfeição, logicamente mediante muitas reencarnações, segundo o espiritismo, declarou que veio diretamente do céu. Na moldura de Kardec, Jesus é só moral e justiça. No pincel da doutrina kardecista, foi um homem capaz de produzir afirmações falsas, como vimos acima. Vejamos outras afirmações do Senhor Jesus sobre Sua divindade:

"Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele" (João 3.17). "Que aconteceria então se vísseis o Filho do homem subir para onde primeiro estava?" (João 6.63). "Ainda por um pouco de tempo estou convosco, e depois vou para aquele que me enviou"(João 7.33). "Eu o conheço (o Pai), porque dele sou e ele me enviou" (João 7.29). "Vim do Pai e entrei no mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai"(João 16.28).


"E agora, Pai, glorifica-me em tua presença com a glória que tinha contigo antes que o mundo existisse" (João 17.5). "Pois lhes dei as palavras que tu me deste, e eles as receberam. Verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que me enviaste" (João 17.8).
O próprio Jesus fala de sua eternidade quando diz que estava na glória do Pai "antes que o mundo existisse". O espiritismo diz, com blasfêmia, que essa declaração é mentirosa, falsa, sem muita utilidade. No exórdio do discurso kadercista, Jesus é considerado o ensinador divino da mais pura moral evangélico-cristã e da justiça de Deus. Logo depois, não passa de um mentiroso que não mede suas palavras. É fácil detectarmos onde estão a falsidade e a hipocrisia!

  

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