Cristianismo
e Espiritismo (Parte IV) D E U S - PERDÃO - SALVAÇÃO A PALAVRA DO ESPIRITISMO: Corroborando
as idéias do seu contemporâneo Charles Taze Russel (1852-19l6),
fundador da seita "Testemunhas de Jeová", Allan Kardec, ao
negar a divindade de Jesus, nega, em conseqüência, a existência da
Trindade, isto é, de um Deus trino, subsistente em três pessoas: Deus
Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo, como ensinam o cristianismo e a Bíblia
Sagrada. O espiritismo nega, também, a existência de um Deus pessoal,
capaz de perdoar totalmente os pecados dos que a Ele se chegam com
arrependimento. Vejamos: "Ab-rogamos
a idéia de um Deus pessoal"(The Physical Phenomena in Spiritualism
Revealed). Tudo indica que o pensamento dominante, na doutrina espírita, é o que considera Deus o Criador de todas as coisas, mas não envolvido pessoalmente com o mundo. O mundo estaria sujeito e controlado pelas leis físicas, pelas leis de causa e efeito, pelas leis naturais por Ele criadas. Daí o interesse de muitos espíritas pelo estudo dessas leis. Estas leis também estariam regulando o aperfeiçoamento dos espíritos desencarnados. Vejamos o pensamento espírita sobre salvação, perdão e arrependimento. "Indeterminada é a duração do castigo, para qualquer falta; fica subordinada ao arrependimento do culpado e ao seu retorno à senda do bem; a pena dura tanto quanto a obstinação do mal; seria perpétua, se perpétua fosse a obstinação; dura pouco, se pronto é o arrependimento. Desde que o culpado clame por misericórdia, Deus o ouve e lhe faculta esperá-la. Mas, não basta o simples pesar do mal causado; é necessária a reparação, pelo que o culpado se vê submetido a novas provas em que pode, sempre por sua livre vontade, praticar o bem, reparando o mal que haja feito... Assim, o Espírito culpado e infeliz pode sempre salvar-se a si mesmo (o realce é nosso): a lei de Deus estabelece a condição em que se lhe torna possível fazê-lo. O que mais das vezes lhe falta é a vontade, a força, a coragem" (E.S.E., cap. XXVII, item 21). Vamos tentar decodificar o hieróglifo. O espírito que praticou o mal, em um corpo humano ou não, pode clamar a Deus por misericórdia. Deus ouve o clamor, concede misericórdia ao espírito arrependido, permitindo-lhe receber esta misericórdia quando quiser ("lhe faculta esperá-la"). Mesmo tendo recebido de Deus misericórdia, o arrependido espírito deve, para reparar sua culpa, praticar o bem ou através dos médiuns ou em vidas corpóreas, isto é, voltar à Terra em corpo humano (reencarnações). Mas tudo isso se o espírito julgar conveniente fazê-lo. Tudo depende dele. Deus não exige nada. Aqui aparece a figura do Deus pessoal, que ouve e deseja atender. Mas depois se afirma que as "leis estabelecem condições". Meditemos: se o espírito não acreditar em Deus; não aceitar dar duro na Terra, passar fome, ser aposentado ou lavrador no sertão de Pernambuco; enfim, se o espírito mau for ateu e rebelde, então ele continuará fazendo suas maldades, infernizando a vida dos parceiros, xingando os bons espíritos e atanazando os terráqueos. E Deus ficará esperando eternamente por sua boa vontade, e pela lei do Carma. Sobre a graça de Deus, assim se expressou Allan Kardec: ..."aquele que possui a virtude a adquiriu por seus esforços, em existências sucessivas, despojando-se pouco a pouco de suas imperfeições. A graça é a força que Deus faculta ao homem de boa-vontade para se expungir do mal e praticar o bem"(E.S.E., introdução, XVII). Cristianismo
e espiritismo não falam uma mesma linguagem. Graça é graça, é favor
imerecido. "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória
de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção
que há em Cristo Jesus" (Romanos 3.23-24). Isoladamente, o
sofrimento e as boas obras não justificam os homens perante Deus:
"Todos nós somos como o imundo, e todos os nossos atos de justiça
como trapo da imundícia..." (Isaías 64.6). A PALAVRA DO CRISTIANISMO:
"Portanto,
agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não
andam segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Romanos 8.1). "Quem
nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado,
porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus" (João 8.44).
"Na
cidade de Davi vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o
Senhor"(Lucas 2.11). Crê
no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa" (Atos
16.31). Quem morre em Cristo não fica por aí perambulando, entrando em fila para reencarnar; procurando um médium para fazer o bem, a fim de pagar seus pecados. Os de Cristo vão direto para Cristo. Vejam: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" (Palavras de Jesus, na cruz, ao ladrão arrependido, Lucas 23.43). Embora o ladrão tivesse muitos pecados, Jesus não acenou com a hipótese de serem necessárias várias reencarnações para que ele alcançasse a perfeição. Espíritas há argumentando que essa passagem é do seguinte modo em outras traduções: "Digo-te hoje: estarás comigo no paraíso". Esta é uma tradução burra ou tendenciosa. Ou as duas coisas. O espiritismo se perde tanto nos remendos e interpretações que faz da palavra de Deus, para associar sua doutrina ao cristianismo, que vez por outra chega a ser hilariante. Jesus, por acaso, poderia ter dito: Digo-te ontem, ou digo-te amanhã? E mais: "Mas
de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com
Cristo..." (Filipenses 1.23).
Sobre a salvação só pela caridade, como ensina o espiritismo, necessário algumas explicações. Ninguém de sã consciência desaprova a caridade, o fazer o bem, o amar o próximo, o ajudar os necessitados. Agora, bom lembrar que somos salvos PARA as boas obras. Não somos salvos PELAS boas obras. O homem não pode comprar sua própria salvação, com obras. Vejamos: "Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé - e isto não vem de vós, é dom de Deus - não das obras, para que ninguém se glorie, pois somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2.8-10). O homem salvo, ou seja, que crê no Senhor Jesus, na Sua morte expiatória e ressurreição, e na remissão dos pecados, este, por ser nova criatura, faz boas obras. São boas obras - em pensamentos, palavras e atos - decorrentes da fé no Senhor Jesus. A fé a que o cristianismo se refere não é a fé na fé. É a fé no Senhor Jesus. "Mas se é pela graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça" (Romanos 11.6). A fé no Senhor Jesus é evidenciada por nossas obras: "Mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras". "Assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem as obras é morta"(Tiago 2.26). As obras distanciadas da fé, não decorrentes da fé no Senhor Jesus, não servem para a salvação. Se a caridade por si só salvasse, o homem pecador poderia alcançar os "mundos ditosos" sem depender de Deus, e de nenhuma espécie de fé. O cristianismo ensina que a fé salvífica é a fé no Senhor Jesus Cristo. |
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