Cristianismo e Espiritismo (Parte V) CÉU E INFERNO
A PALAVRA DO ESPIRITISMO: "São apenas alegorias (inferno e paraíso). Há, por toda parte, Espíritos felizes e infelizes. Contudo como já o dissemos, os espíritos da mesma ordem se reúnem por simpatia. Mas, quando perfeitos, podem reunir-se onde queiram. Levamos em nós mesmos o nosso inferno e o nosso paraíso. O céu é o espaço universal; são os planetas, as estrelas, e todos os mundos superiores, onde os Espíritos gozam de todas as suas faculdades..."(Livro dos Espíritos, questões 1012, 1016, 10l7). A PALAVRA DO CRISTIANISMO: "O céu é a morada de Deus e futura morada daqueles que confiaram no sacrifício de Cristo. Foi criado antes da Terra com o objetivo de manifestar a glória divina". "O inferno é lugar de suplício, penas e açoites, criado por Deus para abrigar as almas dos iníquos, até que se instaure o Juízo Final" (Dic.Teológico, Claudionor Andrade, 1997). "Pois
esperava a cidade (o céu) que tem fundamentos, da qual Deus é o
arquiteto e construtor (Hebreus 11.10). A oração-modelo ensinada por
Jesus começa assim: "Pai nosso que estais nos céus..."(Mateus
6.9). "Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra o estrado
dos meus pés" (Isaías 66.1). "Em verdade te digo que hoje
estarás comigo no paraíso" (Lucas 23.43).
Allan
Kardec no seu livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" declara
que o Senhor Jesus veio à Terra com missão divina de ensinar a justiça
de Deus; implantar e difundir a mais pura e insuperável moral evangélico-cristã.
Esta declaração não é de nenhum evangélico fanático. É do
doutrinador mor e fundador do espiritismo moderno. Vejamos, portanto, o
que o Senhor Jesus diz sobre inferno: "E serão lançados (os que cometem iniqüidade) na fornalha de fogo, onde haverá pranto e ranger de dentes" (Mateus 13.42, 49, 50). "Melhor é que entres na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno" (João 18.8-b). "Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno"? (Mateus 23.33). Os
espíritas poderão, se quiserem, alterar as palavras do Senhor Jesus,
para excluir a possibilidade de haver inferno e juízo final, assim: Onde
Ele diz vida eterna, leia-se "eternidade nos mundos ditosos".
Onde se lê condenação, entenda-se condenados a sofrerem muitas
reencarnações. Fornalha de fogo... são fogos de artifício, pela
alegria da chegada de novos desencarnados para o início de uma nova
caminhada rumo à pluralidade dos mundos. Fogo eterno? Não é bem assim:
é forno terno, brando, ameno, amoroso. Inferno? Já o vivemos na terra.
Inferno é o peso das culpas. Dia do juízo será o dia em que todos os
desencarnados, que ainda não expurgaram seus males, tomarão juízo e
seguirão com destino à Divina Luz. Logo,
a verdade vem à tona sem que seja preciso gastar muita tinta. A doutrina
espírita não combina com a doutrina cristã. A propósito, transcrevemos a seguir um trecho do livro Porque Deus Condena o Espiritismo, de Jefferson Magno Costa, 3a Edição, 1992, p. 121, 122, em que ironiza alguns aspectos da doutrina espírita: "Analisando-se a doutrina da reencarnação, chega-se à conclusão de que o Deus em quem os espíritas crêem, poderia conversar com eles nos seguintes termos: "Ó
meus filhos, não façam coisas erradas, ouviram? Eu ficaria muito triste
com isso. Não gostei do que andaram fazendo alguns irmãozinhos de vocês.
Ora, meus filhos, mas não é que o Nero, aquele garoto romano muito do
peralta, mandou envenenar seu irmão, andou fazendo coisas feias com sua
própria mãe e depois mandou matá-la, mandou matar também sua mulher e
milhares de outras pessoas: praticou atos homossexuais, mentiu, estuprou,
tocou fogo em Roma e jogou a culpa do incêndio sobre os cristãos,
resultando esse ato na morte de milhares deles, queimados em estacas
enquanto Nero passeava em seu carro à luz das tochas humanas; lançou
muitos cristãos aos cães, enrolados em peles de animais, e divertiu-se
ao vê-los ser despedaçados, jogou centenas de outros diante de leões
famintos, e depois de praticar inúmeras ações de menino mal comportado,
matou-se, apunhalando-se. "Vocês
não concordam comigo que Nero merece uma boa punição? Mas não há de
ser nada. Eu vou castigá-lo quando ele encarnar outra vez. Talvez ele
volte como limpador de jaula de leão de circo. Ah! ele vai morrer de medo
dos urros do leão! Assim estaremos quites! Aí vocês aproveitam pra dar
uns conselhos a ele, e também a Herodes, conforme Kardec e seus "espíritos"
deram a vocês. "Muitos
outros andaram fazendo certas coisinhas, como estuprar crianças, matar
mulheres indefesas, jogar bebês para cima e apará-los na ponta de uma
lança, mas tudo isso são coisas de meninos mal educados e 'atrasados',
que não se comportaram direito na reencarnação. Aliás, aproveito nossa
conversa para confessar que estou com um probleminha aqui. Talvez vocês,
como espíritas inteligentes que são, possam ajudar-me a resolvê-lo.
Estou aqui com uma turma de garotos que merecem um bom puxão de orelhas,
umas palmadas e uns bons conselhos. Trata-se de Hitler e sua turma de
meninos rebeldes: Eichman, Himmler, Hydrich e outros. Andaram assassinando
aí uns 6.000.000 de judeus, e praticando certas coisas que nem é bom
serem mencionadas aqui. "O
que é que eu faço com eles? Estive pensando em reencarná-los e torná-los
lavadores de pratos, jardineiros ou faxineiros de restaurantes judeus. Aí
eles ajustariam contas comigo! Ah! como eu ia gostar de ver Hitler, Joseph
Mengele e toda aquela turma pagar-me, com uma vassoura ou um cortador de
gramas na mão, as traquinagens que fizeram na Segunda Guerra
Mundial!" Continuando, diz o referido autor: "Considerando-se a permissividade e o inadmissível e absurdo sistema de justiça que o espiritismo prega aos que se interessam por suas doutrinas, certamente esse é o "Deus" do espiritismo, um "Deus" bonachão, só misericórdia e pequenos castigos, e incapaz de agir com justiça diante das ações da humanidade".
A PALAVRA DO ESPIRITISMO:
A PALAVRA DO CRISTIANISMO: Allan
Kardec foi infeliz na interpretação acima. O Consolador prometido não
pode ser uma religião ou um conjunto de práticas ocultistas. Não pode
ser e não é uma instituição, uma seita orientada por entidades
espirituais. O Consolador não são os espíritos. O Consolador é o Espírito
da Verdade, e não o Espírito de Verdade, como quer o kardecismo. Se os
bons espíritos ou espíritos puros representassem o Consolador, o Senhor
Jesus certamente diria: enviarei os consoladores, aqueles que estarão
sempre convosco, ensinando todas as coisas através de canalizadores que
receberão o dom do Pai. "E rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre" (João 14.16). A palavra "outro", traduzida do grego allon, significa "outro da mesma espécie"; e "consolador", do grego parakletos, tem o sentido de "alguém chamado para ficar ao lado de outro para o ajudar". Se o consolador é o espiritismo, os cristãos do mundo inteiro ainda não receberam essa promessa. Para recebê-la seria necessário aderirem ao espiritismo e receberem os "passes" mediúnicos. Pelo menos, quanto a mim, o espiritismo não está ao meu lado para me ajudar em nada. O Senhor Jesus afirmou que quando Ele fosse, o Consolador viria (João 16.7). Teria Jesus atrasado o cumprimento de sua promessa por dezenove séculos, considerando-se a época do surgimento do espiritismo como o conhecemos hoje? O Consolador é o Espírito Santo, uma pessoa da Trindade: "Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar der tudo quanto vos tenho dito (João 14.26). O artigo definido "o" define (desculpe-me pelo óbvio). Logo, o Senhor Jesus, nessa passagem, diz que Espírito Santo e Consolador são a mesma Pessoa. O Senhor Jesus define, nomeia, estabelece, distingue, identifica. Nada nos leva a deduzir que o Consolador seja uma doutrina, um conjunto de doutrinas, uma religião, um espírito ou vários espíritos desencarnados, bons ou maus. O
Consolador é o Espírito de Deus (Mateus 3.16); o Espírito da Verdade
(João 14.17); o Espírito da Profecia (Apocalipse 19.10); Espírito de
Vida (Romanos 8.32); Espírito de Santidade (Romanos 1.4); Espírito de
Sabedoria, de Conselho, de Inteligência, de Poder (Isaías 11.2); Espírito
do Senhor (Isaías 61.1); Espírito do Filho (Gálatas 4.6); Espírito
Eterno (Hebreus 9.14); Espírito de Juízo (Isaías 4.4); Espírito de Graça
(Zacarias 12.10). Seus atributos são os mesmos da Divindade: eternidade
(Hebreus 9.14); onipresença (Salmos 139.7-10); onipotência (Lucas 1.35);
onisciência (1 Coríntios 2.10). Vê-se claramente que o Espírito Santo
é uma PESSOA - a terceira - da Trindade. "Naqueles
dias veio Jesus de Nazaré, na Galiléia, e foi batizado por João no Jordão.
Logo que saiu da água viu os céus abertos, e o Espírito que, como
pomba, descia sobre ele. Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu
Filho amado em quem me comprazo" (Marcos 1.9-11). Aí temos Jesus (o
Deus Filho;); o Espírito (o Deus Espírito Santo). e a voz dos céus (o
Deus Pai). O cristianismo ensina que o Espírito Santo guia, reprova,
pensa, fala, intercede, determina, capacita, vivifica, convence do pecado,
nomeia e comissiona ministros, e habita com os santos. Logo, o Espírito
Santo não é espiritismo, nem o espiritismo é o nosso Consolador. "Não
sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em
vós" (1 Coríntios 3.16). O espiritismo ou os espíritos não
habitam nos homens. Os "espíritos" possuem os corpos daqueles
que a eles se entregam, se consagram e lhes obedecem. O Espírito da
Verdade não incorpora em corpos. Os "espíritos" de verdade do
espiritismo, estes sim, possuem os corpos de suas montarias; comandam a
mente dos médiuns, tornando-os inconscientes, quando em transe. Os
crentes não ficam possessos do Consolador. A possessão é a posse de um
corpo humano por uma entidade maligna. Ademais, a Bíblia nos ensina que Jesus Cristo foi concebido pelo Espírito Santo (Lucas 1.35), foi ungido pelo Espírito Santo (Atos 10.38), guiado pelo Espírito Santo (Mateus 4.1), foi cheio do Espírito Santo (Lucas 4.1). Não se fala aqui em bons espíritos, espíritos puros ou espiritismo. Allan Kardec falou de algo que ele desconhecia. Os espiritistas não podem argüir a insuficiência da Bíblia para a elucidação do caso, dizendo que nela não acreditam, porque Allan Kardec usou-a para admitir que o Consolador prometido é o espiritismo. Também usou a Escritura em tantos outros casos, no seu livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, sempre dando interpretação particular aos textos bíblicos. Logo, para rebater suas idéias discordantes e destoantes a única arma é a verdade da Palavra de Deus. Lembremo-nos do que foi dito: "o espiritismo não rodopia junto à Bíblia"; "seus princípios não se assentam nos das Escrituras". Allan Kardec declarou alto e bom som que "o cristianismo contém todas as verdades" (?!). |
Voltar para :